sexta-feira, 7 de julho de 2023

Da ordem da moral e dos costumes.

 

                                                   Image by morhameddufmg from Pixabay.


 Da ordem da moral e dos costumes.



Então, vamos nós aqui descrever mais uma vez a textura incompreensível do nosso tempo, vamos conversar a respeito de absurdos, despautérios, inconsistências, desestruturação social, e decadência quase total de valores da civilização. A vida em grupo requer respeito, o convívio social solicita etiqueta, no sentido da educação de procedimento. Regras, tudo depende delas, desde as mais simples e corriqueiras, como tomar banho todo dia, limpar-se depois de fazer nossas necessidades fisiológicas, vestir-se ao ir para a rua, um lugar público, falar moderadamente e a baixo tom, comer com talheres apropriados quando for necessário, ser cordial e respeitoso com os demais participantes da sua realidade cotidiana. Quase todos os itens desse receituário básico se aprende na família, são passados dos pais para os filhos, se os pais os tiverem em si. Eu aprendi esses valores com os meus pais, quando os bondes ainda trafegavam desengonçados e com seu rebolado barulhento pelo centro do Rio de Janeiro. Naquele tempo, ainda havia famílias estruturadas e que garantiam a continuidade de valores civilizatórios para sua prole. Este padrão foi perdido através do tempo, no segundo escalão de valores vinham os religiosos, havia uma religiosidade mais presente e sincera, nasci em uma família muito diversificada e abrangente quanto a este item, religião. E claro, isto moldou minha personalidade. Minha mãe, católica praticante, me batizou, fiz catecismo, primeira comunhão, meu pai era do terreiro, ele e a família dele, e o irmão mais novo de minha mãe era médium Kardecista, espiritismo de mesa como chamavam, por isso trafego sem problemas e preconceitos por qualquer culto, não há em mim fronteiras estabelecidas por dogmas se o praticante de determinado culto é feliz e e sente realizado dentro do seu ritual litúrgico, seja ele qual for, tenho afinidade básica pelo catolicismo, estudei em colégio religioso, fiz meu ginásio em colégio franciscano. Mas não posso me agregar a uma instituição povoada por pedófilos e comunistas. Ao ritual afro-brasileiro, acho bacana, bonito e até empolgante, tem uma ar de brasilidade, de coisa da terra, mas está em extinção. Não sobreviveu ao assédio das religiões mais simples como culto, principalmente as pentecostais. E o espiritismo Kardecista está na mesma posição desde que foi criado, um hábito para poucos. Incrivelmente apanha de todos lados, a propósito, todos os meus familiares por parte de pai hoje, estão na Universal. A simplicidade protestante é persuasiva, assim como o o Islã. Não tem desvios periféricos doutrinários de atenção, a liturgia é básica ao extremo e consiste basicamente na submissão do fiel a uma diretriz. Este estilo desprovido de complexidade litúrgica faz sucesso entre povos. E quando a população em geral empobrece na compreensão de símbolos mais espaço a simplicidade tem. E como sou complicado, me mantenho fora dessa disputa, não sou ateu, minha compreensão de Deus é particular e poucos estariam dispostos a entender.


Enfim, por que esse assunto? Esta base fundamental deixou de existir, e assim passamos a ter uma civilização sem valores ou com valores desvirtuados ou corrompidos, a partir da implementação de uma cartilha progressista desestruturante da sociedade, foi inserida a desvalorização de conceitos agregadores de qualidade por promiscuidade comportamental semântica e filosófica no seio da comunidade. Subitamente o inaceitável passou a ser visto com tolerância contaminante do comportamento cotidiano e passou a imperar um perfil promiscuo de viver em meio aos desvios da vida, antes repelidos por não possuírem a estrutura de um bom padrão de conduta, hoje se impõem como obrigação numa legislação já corrompida. E com efeito progressivo de intensidade, quando a coisa piora gradativamente aos solavancos na realidade imposta com a brutalidade de quem não possui valores, os básicos supracitados. Mas de onde surgiu essa anomalia destrutiva? Vem de longe, Segundo Karl Popper vem primordialmente de Hegel: “O êxito de Hegel marcou o começo da “era da desonestidade” (como denomina Schopenhauer o período do idealismo germânico) da “era da irresponsabilidade” (como K. Heiden caracteriza a era do totalitarismo moderno); primeiramente da irresponsabilidade intelectual, e mais tarde, como uma de suas consequências, da irresponsabilidade moral; o começo de uma nova era controlada pela magia das palavras altissonantes e pela força do jargão”. Assim, Karl Marx sorveu criteriosamente este procedimento em uma época brutal, e embriagado por estes conceitos e métodos, ao ver a brutalidade daqueles dias, produziu um delírio que se perpetua e se adapta até hoje como processo desagregador coletivo de sociedades. A base filosófica que destrói o mundo, que corrompe a sociedade moderna é exatamente essa, adaptada, repaginada, camuflada até em processo religioso entre metáforas envenenadas de subterfúgios elásticos para acomodar o inconcebível, no hoje vazio espaço cognitivo da população, preferencialmente a população jovem. E assim completamente domesticados, mesmo sem saber, repetem esse mantra corrosivo e desagregador e ainda se orgulham de uma inteligência que na verdade não possuem. O primeiro sintoma do néscio está em arrotar uma significância de si em meio ao deserto de ideias. Nessa época de idiotas empedernidos não há flexibilidade para o raciocínio independente, a estupidez glamorosa de ser ocupou o espaço da razão neste contexto desestruturado e deslumbrado com a própria burrice. E nesse estado mental, qualquer coisa é plenamente possível. O que deve ser entendido por quem ainda tem um resíduo de capacidade cognitiva é o que cita Karl Popper mais uma vez: “Os argumentos que alicerçam a profecia histórica de Marx não são válidos. Sua engenhosa tentativa de extrair conclusões proféticas da observação de tendências econômicas contemporâneas falhou”. E falhou tão completamente que Ludwig von Misses transformou toda teoria dele em pó. Mas também falhou em todo o restante.


Por que temos que abordar tudo isto? Porque isso está no alicerce do cenário distópico no qual vivemos. Onde a ordem foi corrompida, a moral desvirtuada e os costumes jogados às favas, nada é mais constrangedor, tudo passou a ser aceitável e belo, mesmo que seja uma aberração. Temos representantes políticos que se vendem a luz do sol como se estivessem na penumbra de um lupanar, e depois do ato de entrega, ainda saem com um sorriso vitorioso nos lábios. Vitória exatamente de quem "nobre" político? Prostituição nos padrões antigos era uma coisa constrangedora e quem a praticava escolhia o sigilo obsequioso perante a sociedade. Mas o mundo hoje é permissivo, e direitos vão sendo negociados a troco de um bom pagamento, não existe mais ética, honra e compromisso com o povo e o país. Eu entendo, quem foi criado sem parâmetros fundamentais de civilização, não pode se comportar com cavalheirismo e boa conduta, sou até incoerente em cobrar qualidades de quem nunca as conheceu. Numa sociedade onde a vantagem, o oportunismo, a malandragem são considerados bons atributos, todos os malandros no fim perdem. O brasileiro de forma geral na sua incapacidade intrínseca de análise de cenário, na qual apenas considera as curvas de tendências favoráveis, criadas artificialmente para iludi-lo, vai desfilando com uma vivacidade brejeira de vadio mental, e como sempre no final é o que paga o pato. Vai votar no seu politico de estimação?



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Sir Karl Popper no livro A sociedade aberta e seus inimigos. Volume2. Editora Itatiaia.



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