segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O contexto negligenciado.

 

                                                             Image by Jeshuah from Pixabay. 



O contexto negligenciado.



E assim aqui estamos nessa realidade perversa onde experiências sociais são implementadas à revelia do povo, até porque esse povo não se incomoda com isso aparentemente. Anestesiados por conforto e liberdade irresponsável, levam vidas em busca de prazer imediato e com nenhuma preocupação com o enriquecimento da cultura e do comportamento humano. O descuido com essa parte primordial da existência humana, a verdadeira cultura e com a preservação dos bons costumes costuma ser fatal. Uma vez fragilizados culturalmente, se tornam presas fáceis da mudança social pretendida. Sem capacidade de raciocínio amplo, uma sociedade se animaliza e assim fica pronta para o manejo social que alguns pretendem. Temos muitos anos hoje de empobrecimento do ensino básico e superior, não só aqui, mas no mundo todo, o protejo de controle de populações é mundial. Alguma mente ou algumas com desarranjo cerebral concluíram que são donos de todos, e por isso devem decidir o que vai acontecer na sociedade de forma geral, um cacoete proveniente da antiguidade onde existia um rei com direito divino sobre toda sociedade, sabemos de onde vem isso, o antigo Egito, o rei deus e sua corte de privilegiados decidindo por todos. Ou seja, o avanço na realidade é um retrocesso, o progressismo nada mais é do que a volta daqueles tempos. Mas há uma falha fundamental no processo, não sei se intencional ou simplesmente por desconhecimento. Aquela sociedade antiga tinha um conceito fundamental, chamada Maat. Um conjunto de leis divinas a qual todos, até o rei estavam submetidos, que dizia e exigia um comportamento ético para merecer o paraíso. E isso fazia toda diferença. Pois mesmo os mais poderosos, se agissem fora dessas leis éticas seriam punidos, e eles respeitavam totalmente essas regras. Havia uma obrigação de respeito ao seu semelhante, mesmo os mais inferiores, todo ser humano deveria receber condições de vida digna oferecido pelo seu rei e seus nobres, a elite deveria trabalhar pelo sucesso de todos da grande casa, enfim, o próprio nome Faraó deriva dessa palavra, a casa grande que abriga todo mundo. São detalhes sutis porém fundamentais de convívio social e explica como eles, os antigos egípcios obtiveram tanto sucesso como sociedade por mais de três mil anos ininterruptos. Com a mesma cultura e os mesmos valores. Hoje, se tenta algo semelhante porém, sem a estrutura religiosa base, o que direciona o contexto social ao colapso, porque o processo religioso de controle de instintos humanos não foi considerado no planejamento, apenas um culto ao Estado que passa a ser divinizado pela estrutura de controle, e a partir dele, sem a base ética para humanizar o processo, se abre a possibilidade para qualquer tipo de aberração cultural e de estilo de vida predatório e destrutivo. Não há sensibilidade na estrutura do processo, não existe piedade, ou misericórdia, pois essas qualidades tem origem no sagrado, ou o que se considera transcendental como guia social de um conjunto de seres humanos. Vejam, mesmo naquela infinidade de deuses, e de diversificação de culto, os antigos egípcios possuíam ordem na estrutura de vida social. Por isso foram um sucesso total como sociedade, apenas não resistindo as mudanças do mundo e a ascensão de outros povos e impérios. A evolução no processo religioso nos deu o monoteísmo, o culto a um único Deus, e desse culto várias vertentes surgiram, com o cristianismo e toda sua cultura desenvolvida em torno do personagem cultuado como Cristo o salvador, vários textos referentes a esse evento foram agrupados e com uma revisão final por São Jerônimo em latim popular da época. Estabelecendo o formato original do livro no século V. Estou escrevendo de memória, portanto, solicito que pesquisem mais a respeito. Então, a Bíblia não caiu do céu, não veio pronta da mãos de Deus, embora por fé, poderíamos considerar sob inspiração divina, para que a religião tivesse um livro base de conteúdo qualificado para o culto naquela época ainda insipiente. Homens a estruturaram e selecionaram seus textos, seres humanos escolheram o que deveria entrar no conjunto que se conhece hoje, e em relação a reforma protestante, vários livros foram excluídos dela por Lutero, não sei com qual autoridade, mas foi assim. Alguns evangélicos desconhecem isso, o livro utilizado por eles como base da fé foi filtrado e vários textos suprimidos, o que de certa forma prejudica a comunicação religiosa inicial pretendida. Há uma lacuna criada na estrutura da religião.


Mas isso não invalida o novo sistema de crença, apenas causa empobrecimento na estrutura do conhecimento original proposto. O protestantismo surgiu devido a comportamento inadequado da igreja da época, o que criou a oportunidade para a divisão de método da fé cristã, para uma metodologia mais simples, mais enxuta, sem a presença de toda liturgia tradicional católica e para uma crença voltada exclusivamente para a fé. A religião, a partir desse momento, seguiu por caminhos de culto diferentes, e isso causou muita violência e intolerância em toda estrutura religiosa provocada pela arrogância de cada vertente em acreditar que é dona da real da crença. Até hoje vemos isso no comportamento que solicita a exclusividade para seu segmento. Até hoje pessoas discutem por protagonismo e razão da sua forma de culto, o que é uma insanidade. Eu particularmente acredito que Cristo foi um aglutinador de almas e não um divisionista, mas eu sou um cara complicado ao extremo, não convivo bem com dogmas construídos por homens. Fui educado e estudei por um período em colégio católico, conheço razoavelmente seu sistema, e o aprecio e respeito, mas minha alma controversa não concorda com a exclusividade de salvação presente na frase, “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. De João 14:6-11. Não condiz, ao meu ver com a iluminação extraordinária de Jesus, usar um exclusivismo que cria um gargalo de salvação alijando boas e nobres almas do paraíso simplesmente por não conhecer ou não concordar com o método. Como o livro foi escrito e revisado por homens, não há confiança total em algumas afirmações, mas vejam bem, isto sou eu, e com já referenciei, sou muito complicado e questionador, quem quiser acreditar, seja feliz e realizado na sua interpretação. Não me odeiem já discuti no passado com religiosos de várias tendências e cultos, Deus me fez assim, já me conformei com a situação. Digamos que estou mais para um Giordano Bruno que foi queimado na fogueira por ter um pensamento diferenciado a respeito das coisas. Não me importo, maldições, pragas, feitiços, pajelanças, os respeito, mas não os temo. O Deus que acredito está além de tudo isso, e o que tiver de acontecer acontece com seu consentimento, o sofrimento do justo, e a alegria do injusto possuem o propósito estabelecido por ele, e cabe a nós apenas seguir o roteiro e aprender com isso. Afinal, sobrevivi ao casamento e ao câncer, acho que sou quase imortal, e se ainda estou aqui, devo ter propósito ainda, de acordo com o que Deus decidir. E o dia que aqui não estiver mais foi porque o Criador assim decidiu e enfim terminei meu ciclo. Não se preocupem, vocês poderão continuar a sofrer a tormenta das minhas palavras nos meus livros, Lá em tantos textos estarei presente para conversar a respeito das variedades do cotidiano desse século perverso. Não negligenciem o conhecimento crianças, enfim, nossa presença aqui se deve apenas a isso, evolução e aprendizado.




Gerson Ferreira Filho.


A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor. 

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