sábado, 3 de maio de 2025

A angústia dos espaços.

 

                                                     Image by Gerd Altmann from Pixabay. 



A angustia dos espaços.




Dentro de cada lacuna existe uma loucura e no íntimo de cada loucura existe uma normalidade particular para proporcionar conforto ao insano. Não devemos tentar desalojar o desajustado do seu universo particular, isto depende apenas dele, do celerado, do inclemente, de se autoconhecer e reconhecer sua própria miséria cognitiva. Ofereça apenas circunstâncias alternativas, caminhos diferentes sugestivos como um traçado proposital que pareça uma construção própria do alienado, assim ele não se sentirá invadido e sua camada de proteção construída em orgulho e arrogância não irá rejeitar a opção. Porque o estúpido acredita ter conhecimento pleno de tudo e jamais aceitará uma opinião que entre o conflito com suas crenças internas de como o mundo deve funcionar. Estamos cercados de gente assim, extremamente dominados por convicções deletérias e perniciosas constituídas de erros sistemáticos absorvidos por doutrinação proposital para construir um ser que margeia o irracional sem perceber que é assim. Ao contrário, se percebe como um “iluminado” um “ungido” muito superior moralmente a seus pares de existência. E isso gera um impacto significativo na realidade, do comportamento ao desempenho econômico de sociedades, causando danos severos em todas as áreas da comunidade e vida social com uma visão distorcida da realidade. Da política a justiça e claro ao desempenho financeiro, tudo passa a ter uma morbidez incompreensível quanto aos resultados esperados onde se tem a normalidade das instituições, a organização, de qualquer área não pode usufruir de uma boa dinâmica onde se aplica o erro de interpretação quanto a funcionalidade estrutural dos reais parâmetros de estruturação social. Vive-se num amplo devaneio, e tudo se amplifica Introjetando em prolapse um futuro ainda e apenas como uma péssima expectativa. No presente se compromete desastrosamente o futuro e esse futuro maculado não se sustentará para acomodar dentro dele um conteúdo plausível de prosperidade que se deveria possuir dentro de algo legitimamente planejado e construído para ser apenas por si sustentável. Existem regras, e elas são claras, específicas para uma boa condução social com amplitude necessária ao progresso e a prosperidade esperada dentro de uma boa condução dos valores da civilização. E quem governa está diretamente ligado ao sucesso ou ao fracasso do planejamento. Adam Smith no seu livro A riqueza das nações explica: “As grandes nações nunca empobrecem por má conduta privada, embora às vezes isso ocorra pela prodigalidade e pela má conduta pública. Todo ou quase todo o rendimento público é, na maioria dos países, empregado para a subsistência de mãos improdutivas. A saber, as pessoas que compõem uma corte numerosa e esplêndida, um grande aparato eclesiástico, grandes frotas e exércitos – que em tempos de paz, não produzem nada, e, em tempo de guerra, não adquirem nada que compense as despesas de sua manutenção, mesmo enquanto alguma guerra ainda está em andamento. Já que essas pessoas nada produzem, são todas mantidas pelo produto do trabalho de outros homens”. Está claro que o Estado grande não produz, ou poderíamos dizer, produz gente que não produz, vivem apenas dos recursos de terceiros. Não há efetiva geração de riqueza para ser compartilhada como prosperidade. Um judiciário enorme e poderoso produz exatamente o que além de muito papelada na sua extensa burocracia e interpretações da lei? Qual o produto físico que possa ser comercializado e assim gere lucro para justificar seu tamanho e poder? E ainda mais, Forcas Armadas enormes, mal treinadas e ineficientes e inúteis como defesa de seu povo e suas fronteiras. Numerosos ministérios com milhares de funcionários burocráticos também sem função produtiva real, essa turma não produz nem um botão ou um dedal que sirva para uma simples costureira produzir suas roupas, e olhem; as roupas que a costureira produz, os vestidos e os ternos do alfaiate contribuem com a riqueza do país quando somadas no total de atividades rentáveis. Uma nação poderosa representa a quantidade de riqueza produzida dispersamente nas atividades individuais dos seus cidadãos, e não na mesa dos gabinetes dos funcionários burocráticos que apenas cuidam de uma rotina infinita para representar um trabalho na verdade que poderia ser feito por muito menos pessoas e assim desonerar a atividade de controle. Este inchaço natural do Estado estimulado pela ideologia socialista está diretamente ligado a ineficiência que provoca desastres sociais enormes em países que se entregam a isso. Devemos lembrar aos entusiastas da improdutividade que a simples atividade de cada trabalhador que produz seu sustento é o que rende capital para que os salários de toda essa turma improdutiva seja pago. Através da cobrança de impostos em cima de quem produz é que gera o salário do improdutivo, e se o setor improdutivo for enorme, maior do que o que produz, teremos sérios problemas.



Essa angústia espaçosa que se forma na diluição de problemas clássicos de gestão econômica para desequilibrar a forma de sobrevivência social de um espaço chamado país se apresentam como base de uma ideologia com base em equívocos solidificados em crenças praticamente esotéricas e sem fundamentação lógica para que gere prosperidade e resultados positivos no futuro. Parece simples mas não é, principalmente quando se lida com fanáticos entumecidos na mais pura estupidez acadêmica de propostas inviáveis e comprovadamente evidenciadas como destrutivas. Precisamos de um reconhecimento da realidade, um alívio nesses espaços intercalados na insanidade coletiva para que a boa regra volte a florescer e ocupar o que hoje é apenas insanidade. Claro isso depende de enriquecimento cultural, de pesquisa, de estudo de aprimoramento cognitivo determinado, ou teremos a tragédia com resultado. Um lugar onde uma diminuta elite viverá nababescamente à custa de todos e sem nenhuma perspectiva de progresso. Reduza-se a máquina, dê mais liberdade de empreendimento, coloque a carga tributária para níveis aceitáveis com um Estado menor e acompanhe o milagre acontecer. Adam Smith tem mais algo a oferecer: “O esforço uniforme, constante e ininterrupto de cada um para melhorar sua condição, o princípio que dá origem tanto à opulência pública e nacional quanto à privada, costuma ser suficientemente poderoso para sustentar o progresso natural das coisas no caminho do aperfeiçoamento, apesar das extravagâncias do governo e dos grandes erros de sua administração”. Um Estado pequeno, enxuto, ainda assim pode errar mas seus erros não vão criar calamidades dentro da estrutura de governança, e como é pequeno, suas correções também serão mais simples e de caráter imediato devido a seu design interno ser bem simplificado e sem enormes escalonamentos de poder e influência compartimentados em setores de interesse. Se e quando conseguirmos refinar os nossos procedimentos políticos talvez consigamos obter prosperidade e segurança, mas não com uma máquina pública enorme e desequilibrada para sustentar. É muito malandro querendo viver à custa de quem realmente produz. Afinal, a boa vida sem merecimento, ou uso de relógios caríssimos de grife internacional oferecem importância a estultos e néscios para a satisfação de seus delírios particulares de grandeza. Nada mais arrogante e esnobe do que um incapaz intelectual que se julga sábio.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


A riqueza das nações. Adam Smith. Edipro Editora.


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