quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

A cadência do desacerto.

 


                                           Imagem de Gerd Altmann por Pixabay.




A cadência do desacerto.



Então, estão gostando dos primeiros movimentos governamentais e das pessoas escolhidas pela nova administração? Não? Ah, que pena, agora que a brincadeira começou? Ainda existe um monte de delícias que os domesticados implementarão, sossegue e curta o momento. Uma fração substancial da sociedade desejou isso e festeja calorosamente esse novo tempo. Podemos incluir diversas hipóteses nesse caldeirão, mas a verdade de fato é que existiu massa crítica de votos, muitos votos mesmo, para este cenário. Desde desinformados, iludidos e até cúmplices. O mal não se estabelece no nosso interior sem que o nosso eu abra a porta principal para que ele penetre no recinto. Normalmente a frivolidade o convida com a esguelha de um olhar sedutor que insinua um prazer mórbido pelo sofrimento, e ninguém melhor para proporcionar a danação que o mal em si. Embora existisse argumentação lógica para contrapor a insanidade, essa foi rejeitada até por quem supostamente representava a lucidez. Tivemos um governo que feria seu próprio corpo - ao atacar aliados. Sim, a estrutura psicofisiológica do conjunto perdeu sincronismo entre fases e desestabilizou o que poderia ter sido um combate coeso, em único bloco. Ao unitário se faz necessário a densidade do corpo, sem trincas, rachaduras e danos que assim possam prejudicar o desempenho. Com seu interior fundamental desalinhado, onde engrenagens brigam e não colaboram entre si, o conjunto pereceu na ausência do lubrificante essencial, a inteligência.


Foi uma derrota humilhante e comprometedora, ainda mais quando se sabe que do outro lado existe apenas limitação cognitiva apesar da acentuada determinação. Mas vontade, com dizia um velho aforismo popular, é coisa que dá e passa. No nosso caso em análise, conseguiram viabilizar a vontade como fato consolidado porque vaidades explícitas e certezas vulgares permitem o colapso de projetos do futuro. De sutilezas sofisticadas criamos a realidade, se nós não possuirmos um forte parâmetro moral como arcabouço comportamental do cotidiano, assim estaremos nos entregando para a governabilidade insana do intruso ideológico, que não possui articulação requintada mas tem uma vontade de ferro proporcionada por adestramento que os domesticou profundamente no cerne de uma personalidade serviçal a um propósito. Para essa turma não interessa o meio, mas sim o fim. Obedecem apenas a programação psicológica oferecida por anos a fio na intenção de criar justamente o que eles hoje se transformaram, agentes fidedignos de um projeto de transformação social que abrangerá todo ser vivente. Que depois de pasteurizado e homogeneizado servirá como coisa útil em algum momento nesse futuro planificado sem surpresas desagradáveis para os escolhidos. Sorria, você de boa fé foi colocado no corredor do abatedouro, curta de forma agradável esse derradeiro momento. Transforme em sublime essa última etapa pessoal que você mesmo se impôs, não há como subtrair-se desse momento constrangedor por via real. Apenas o refúgio psicológico do delírio fantasioso talvez, forneça um alçapão de escape da realidade cruel. Nos corredores da alma sempre existe um abrigo para momentos insuportáveis. Interiorize-se e se perca em si mesmo.



Obliterar a agonia de um porvir construído por suas opções passadas pode ser um esmero pretensioso do seu subconsciente. Mas nada disso o isenta e o livra do inevitável, a certeza incomoda de saber plenamente de ter sido você, um dos componentes principais para a construção dessa realidade. Você foi capturado voluntariamente para esse mundo novo, você e sua descendência, se ela vier existir, pois não necessariamente os planos de quem você ajudou a chegar ao poder te incluem com algo essencial. Se faz necessário entender, que de certa forma já lidamos com humanos desumanizados, submetidos a um programa massificador comportamental muito abrangente e gerador de insensibilidade. A conhecida compaixão não faz parte dessa construção social, o mecanicismo filosófico inerente ao conteúdo programático dessa gente em seu plano original considerou esse detalhe uma fraqueza demasiadamente humana. A inteligência artificial está apenas engatinhado mas já possuímos humanos não humanos. Acho que assim fica mais fácil a incorporação, a assimilação desses dois mundos. Provavelmente eles precisem de um humano vazio, para ser ocupado pela essência artificial que dará início a algo diferente que conterá menos de nós e muito mais do produto desenvolvido para o suposto novo salto evolutivo. Então amigo, acerte o passo, a cadência nesse desacerto, você ou o que restar de você vai fazer parte de algo diferente, quem sabe melhor. Deve ser algo como a vaca no corredor do matadouro pensando, se fosse possível, no hambúrguer que passará a ser. Não espere socorro, porque todos os que poderiam lhe oferecer ajuda já foram pecuniariamente neutralizados. Essa gente não sabe, mas em momento posterior também estarão, eles e seus descendentes na rampa do cadafalso, pois o objeto se torna inútil depois de deixar de cumprir seu real objetivo de proteção. E quem traiu seus valores por dinheiro e conforto passa a ser um artigo de desconfiança, não tem a qualidade necessária para participar de um mundo elitizado e projetado pelos melhores. Onde já se viu alguém que se vende ter a qualidade necessária para participar desse novo mundo? Inadmissível! Plácidas manhãs sobrenadarão nesse contexto idílico onde somente o extraordinário se fará presente. A outrora imperfeição humana agora jaz no merecido lugar de onde se originou e na verdade, nunca deveria ter saído, a poeira do chão. Parabéns inculto e temerário ser, você completou seu ciclo.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



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