quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Camadas sincrônicas.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.



Camadas sincrônicas.




Então é assim, diferenciamo-nos por desejos e dentro de toda e qualquer vontade nos separamos por detalhes. Essas características que enfim nos abriga, permeia nossa natureza selvagem. A evolução deveria se aplicar como premissa das nossas ações, fruto do aprendizado, pois deveríamos aprender com teses e propostas fracassadas, mas na alma humana ainda habita um descuidado ranço com o que nos diferencia, a alma tribal originária dos primórdios da existência ainda fala abertamente a respeito dos seus conceitos superados. E quando ainda se é assim, fica muito fácil para oportunistas de ocasião manipular o cenário para obter vantagem e riqueza à custa de todos. Ao trabalhar psicologicamente os grupos que se estabelecem no plano real, se cria a surrealidade de desejos oblíquos e infames quanto a qualquer tema que se possa desejar. É fácil manipular a mente coletiva, a fragilidade está posta de pronto, na característica coletiva de rebanho. Essa condição não favorece o raciocínio, o que é coletivo sempre precisa de um condutor, e este condutor, o guia, o pressuposto e elegível mestre direciona toda decisão do curral. Sim, a animalização utilitária fortalece o domínio e fornece a condição necessária para a implementação e o fortalecimento do absurdo. Não há qualidade de questionamento em grupo, a diferenciação saudável sempre acaba abafada pelo corpo coletivo antecipadamente selecionado para rejeitar qualquer hipótese que fuja de um escopo pré determinado por quem conduz o evento. Não se decide nada nem em reuniões de planejamento, apenas se organiza, quem decide realmente consulta assessoria e apenas isso. Não existe nada mais contraproducente que uma reunião para decidir alguma coisa, uma coletividade rumina, não pensa, entra em conflito, não personaliza, um debate geralmente apenas produz conflito de interesses. Nesse roçar hipotético de ancas volumosas apenas se perde o tempo de quem realmente vai tomar a decisão. Sim, tive vasta experiência nisso ao participar de inúmeras reuniões improdutivas, na maioria das vezes. Toda essa larga introdução, uso para expor uma característica de todos nós, funcionamos adversativamente a cada camada que nos compõe, e para possuir sincronismo na estrutura há a necessidade de equilíbrio interno entre todas as partes. A alma humana é um bulbo, tem camadas. Em alguns, essas camadas são harmônicas, em outros são conflitantes. E dessa desordem brotam sentimentos e sensações perigosas e até ultrajantes. Entre elas está principalmente o preconceito, como há desajuste e conflito interno, as expectativas com falsas certezas e promessas internas de sucesso pessoal onde não existem condições adequadas para isso. Deste ponto turbulento surgem ressentimentos, de onde brotam a intolerância contra ciganos, judeus, negros, brancos, cristãos, muçulmanos e toda diferença que possa circunstancialmente colidir ou se colocar no caminho de um sucesso pessoal que na realidade mora na hipótese, não existe.


Este desajuste interno na estrutura da alma onde sua disposição interna não conversa amigavelmente com a camada adjacente, não permite que a energia vital trafegue fluindo entre as anteparas da estrutura. Essa ressonância desajustada e fora de sincronismo afeta os valores e a avaliação do contexto, podendo criar deformidades no tecido da realidade. Assim obrigando o indivíduo a repelir qualquer diferença, que para ele, dentro de sua anomalia, cause desconforto. A assimetria organizacional e o conflito entre parâmetros desalinham a realidade, o ser em si. Entrando em estado estratificado interno de contradições que em algum momento podem causar dano, não apenas a si, mas a sociedade como um todo. Porque afinal, o conjunto, dentro das possibilidades, devem trabalhar em conjunto para que o oceano de hipóteses e sensações tenha sua tábua de mare definida, e não oscile tempestuosamente no intervalo de tempo que nos abriga e acolhe abaixo de suas asas protetoras. Não há espaço fora do tempo e muito menos tempo fora do espaço, portanto, incorpore-se à correnteza, se ajuste na flutuação romântica do momento, provavelmente não haverá outro dentro dessa circunstância que nos envolve. Proporcione estabilidade a seu conjunto de camadas, elimine o preconceito desajustado e paire suavemente como essência sincrônica, realizando-se não mais como hipótese e sim como realidade de um verdadeiro amor. Porém, dentro de um imenso descompasso interno vive uma maioria, que se alimenta da tragédia, que nega a brutalidade, e a aplica como se não fosse gerar resposta no mesmo nível ou pior. Uma alma desequilibrada pode produzir perversidades inimagináveis e conviver tranquilamente com elas, como se a desumanidade fosse ideal de vida. Normalizar o inaceitável faz parte do cotidiano dos desequilibrados, a anomalia é o ambiente de vida deles, e são muitos. Perfilando boçalidades como se fossem bons atributos não se constrangem nem por um minuto a apoiar qualquer ato perverso se vier de algo ou alguém que esteja na sua linha de apoio. Afinal, uma alma desajustada não proporciona um ambiente sadio para o corpo e para a coletividade. Porque antes de tudo, uma coletividade é formada por indivíduos, e estes deveriam de ter autonomia de julgamento para fazer suas escolhas, mas hoje impera a massificação que forma uma correnteza abjeta que a todos arrasta. Justapondo obscenidades e poluindo a compreensão prosseguimos não no perfeito sincronismo, mas no atrito desgastante, erodindo a alma na aspereza das inúmeras contradições do cotidiano. Sendo assim, a turbulência interna passa para o mundo real, o que fere materialmente, e cria distorções absurdas na compreensão e na convivência entre pares. Dentro desse desequilíbrio, continuamos tribais e étnicos, junte essa divisão com fanatismo religioso, adicione ideologia e teremos algo mais explosivo que pólvora.


O maior desafio será encontrar o equilíbrio no meio de tudo isso. Ajustar e lubrificar o intervalo entre camadas com lucidez. Porém o tempo está se esgotando e os tambores de guerra estão rufando, anunciando a escalada de um conflito que como sempre atende a interesses de poderosos em seus gabinetes confortáveis onde registram a entrada de recursos que lhes irá assim proporcionar uma lucratividade fantástica. A guerra e a matança atende a dois propósitos na atualidade: redução populacional desejada, e venda e desenvolvimento de armas. Nas guerras, a tecnologia avança fantasticamente, novos conceitos de defesa e ataque e de subterfúgios variados para enganar o inimigo. Neste meio privilegiado ninguém se importa com vidas, com mutilações e demais danos psicológicos causados. Na visão dessa gente, somos inúteis, e de posse que estão dos idiotas úteis, mais uma vez criarão a circunstância que lhes favorecerá, não é pessoal, mas a marcha da história precisa prosseguir, mesmo que tenha de passar por cima de milhões de vidas. Afinal, um presidente americano incompetente precisa se reeleger, e nada melhor do que a guerra para unir um povo a uma causa. Seus mamulengos no mundo se posicionam, e entre essas marionetes, não se enganem, estão os árabes também. Tem um grupo desafiando o império, um tal de Brics, o império moderno vai chamar para o tatame, melhor que estejam realmente preparados para a luta. Ou nos confins do inferno darão adeus. E dentro desse jogo, entendam: quem dá o aval para monstruosidades será incluído na cobrança de responsabilidades. É bom ter conhecimento disso antes de procurar um muro para subir. Não vista uma culpa que não é sua, porque um velho ditado popular estipula: mais ou menos é o caminho do inferno.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Este é o sétimo texto fora do meu mais recente projeto. Vestígios do cotidiano, que brevemente estará disponível para aquisição. Conterá 61 crônicas, desta vez maiores e mais encorpadas do que as do Fragmentos do momento, portanto o livro terá mais páginas. Este fica para o próximo livro se Deus quiser.



Enfim pronto!




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Fragmentos do momento


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Atualidades e análise de politicas de controle de massas.

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Novela ambientada no centro do Rio de Janeiro nos anos 70 estruturada de forma bem simples para dar representatividade a uma região, uma comunidade e seus moradores. Incluso contos Contextos da usura do Norte Fluminense.


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