sábado, 7 de outubro de 2023

A inverossímil estrutura do agora.

 

                                                     Image by Kyoug Sik Choi from Pixabay.





 A inverossímil estrutura do agora.



Tensões sem subterfúgios esculacham o contexto desestruturado por ignomínias boçais de um tempo vil e pérfido. Não há mais, infelizmente, possibilidade de recuo, a fragmentação da lógica civilizada se decompõe com o passar das horas, não permitindo sequer um breve dócil momento de romantismo, ou pausa segura para conforto espiritual entre tanta insanidade e loucura. Não se trata mais de hipótese ou de arcabouço, o contexto corrosivo dilui o revestimento de civilização para agredir a carne exposta de inocentes para a excitação e furor da desordem gestada nas melhores academias e escolas. Você que lerá isto em algum ponto futuro, talvez não compreenda, mas iniciamos o tempo onde eclodiu o produto da alienação programada, o cardápio metodicamente estruturado de loucuras e utopias, desabrochou como uma rosa de sangue que fere a realidade. Ser um energúmeno virou bom atributo, algo de que se possa orgulhar e jactar-se de ser. Pois neste ambiente desequilibrado, vangloriar-se da própria miséria intelectual virou qualidade. Onde em imensos e intermináveis campos de pasto em forma de informação são consumidos por ruminantes humanos para nutrir cérebros baldios e sem capacidade de avaliação da realidade como realmente ela é. Neste início de século XXI, a civilização ocidental, principalmente, está em colapso. Apesar do avanço tecnológico em larga escala, temos um retrocesso comportamental nunca visto, regras básicas e clássicas de civilização construídas através de milênios de aprimoramento são desconstruídas por saturação ideológica desde a mais tenra idade, onde já começam a desvirtuar almas puras com conceitos de infâmia e eliminação de sensibilidade comportamental. Extrai-se a fé a fórceps, eliminando a empatia, misericórdia e criando um ser sem nenhum freio comportamental, um materialista que existe simplesmente para agir conforme seus instintos onde não se preocupa em aguardar nenhuma cobrança transcendental em momento algum e em lugar nenhum, podem agir sem nenhum desconforto ético a respeito de qualquer coisa. A banalização do indivíduo em prol de vantagens de comunidade cria um reducionismo gregário para o destino final da vida humana. Na secura desse ambiente estéril, prosperam delinquências mentais como a trivialização da brutalidade cotidiana como meio de vida. Onde sinecuras ocasionais sustentam vadios que proporcionam sustento ao corpo decrépito da imensa estrutura de opressão. Não há mais o conceito de individualidade, apenas uma massa coletiva acéfala que se desloca na superfície da realidade, deixando atrás de si um rastro de gosma abjeta como testemunha do seu trajeto.


Eu, com todos os anacolutos exacerbados que me tiram do sério, não seria páreo para essa ausência de função sintática que me ilude com estratagemas específicos dessa semântica maltrapilha que alaga toda superfície da razão. Onde o crime executa, investiga e pune seus desvios de procedimento aos olhos de toda autoridade instituída, que supostamente pelas regras deveria ser a lei, ou a representar, mas não é. Eu sei que pode parecer um absurdo sem tamanho, mas indivíduos que estão encarcerados é que determinam e fazem a justiça conforme a especificidade de seu regime interno de regras da associação criminosa, o sujeito está preso, mas permanece como autoridade de fato. Não se trada de um enredo de filme surreal com recheios de excentricidade orgânica para entretenimento em momentos de descontração familiar, mas a face do mundo real. A designação dessa instituição se conhece por narcoestado. País permeado por dinheiro de máfias, principalmente de tráfico de drogas, que influenciam diretamente na administração de todas decisões de governo. Evidências gritam demonstrando que essa característica se tornou real. Não se trata apenas de aparências, mas de conduta observada. A mídia, o que se consumava chamar de imprensa, hoje trabalha a soldo, com um taxímetro nas costas, portanto, é o usuário que paga e define qual será a corrida, qual destino e como se deve abordar o trajeto. Não existe independência nenhuma nesses profissionais, O jornalista, de forma abrangente, é um tipo de Uber da informação, apenas leva e traz. Não define conteúdo, não garimpa a notícia e trabalha o contexto, são garotos de recado de quem paga pela desinformação. Como palavras homófonas temos uns raríssimos profissionais de jornalismo que merecem respeito, são raros, pedras preciosas nesse lamaçal de aluvião que se tornou a profissão. A maioria se prostituiu por vantagens e conforto. E com essa venalidade contribuem com toda e qualquer distorção da informação, levando os que procuram por notícias a consumir mentiras revestidas de hipocrisia vantajosa para o governo de ocasião. A crueldade paira no ar nestes dias traiçoeiros onde a perversidade baila impunemente apenas aguardando a próxima vítima. E a estrutura clássica da civilização vai se perdendo neste inverossímil mundo de contradições elásticas, sempre aguardando uma complacência oportunista de ocasião para causar mais dor e sofrimento. A dor é o antepasto do mal, e o sofrimento sua refeição principal. Nestes momentos existe regozijo objetivo nas camadas trevosas, o projeto foi um sucesso. O mundo não está no seu melhor momento, e além de uma guerra interminável na Ucrânia onde não se consegue chagar a conclusão qual o pior lado, Os palestinos, mais uma vez, resolveram Atacar Israel. Conflito antigo, explorado por barões do poder, que lucram muito, de forma infinita com a guerra, e não com a paz. Jovens são criados e preparados desde a mais tenra idade para odiar o seu semelhante, e depois de treinados, são jogados em campo para o sacrifício certo, são impiedosos, foram criados para isso, matam crianças e mulheres indefesas, isto não é atitude de um verdadeiro guerreiro, isto desmoraliza qualquer causa. Mas como objetos de um comando imensamente rico e influente, se projetam como mártires de um evidente nada, pois a realidade e a disparidade de forças e de conteúdo tecnológico torna impossível qualquer vitória. Acabará como sempre, com milhares de vidas ceifadas para que uma minoria enriqueça tremendamente manipulando a fé de terceiros.


A guerra está na nossa natureza, talvez até faça parte de um processo de reciclagem natural necessário quando existir um esgotamento comportamental como civilização. E em termos de colapso comportamental, estamos no tempo certo, amadurecemos quase ao ponto de podridão. Tudo indica que algo muito grande em termos de conflito vai acontecer, em escala nunca vista. O conforto alienante de bolhas psicológicas específicas e direcionadas para preservar nichos controlados de civilização, não serão suficientes para resguardar minorias privilegiadas por politicas elitistas e exclusivistas, todos vão pagar o preço. A percepção de ilha paradisíaca vai sucumbir nas chamas do caos liberto por mãos insanas. Civilizações nasceram floresceram e desapareceram, talvez estejamos apenas concluindo um ciclo obvio da existência. Como um abordagem de Ayn Rand a respeito dos naturalistas: “se heróis e gênios não devem ser considerados representantes da humanidade, em razão da sua raridade numérica, por que aberrações e monstros devem ser considerados representativos?”. E também: “o que se lê hoje não é mais naturalismo: é simbolismo; é a apresentação metafísica do homem, em oposição a uma visão jornalística ou estatística. Mas é o simbolismo do terror primitivo. De acordo com essa visão moderna, a depravação representa a natureza real, essencial e metafísica do homem, enquanto a virtude, não; a virtude é apenas um acidente, uma exceção ou uma ilusão; portanto, um monstro é uma projeção apropriada da essência do homem, mas o herói não é.”. Entenderam a decadência de valores? Os eventos pornográficos patrocinados por governo, a depravação oficial imposta por política para consumo do povo? Essa gente que tolera o comando de criminosos, e que estimula eventos com danças eróticas para crianças e em outros cantos acha que matar inocentes se torna um ato de bravura são feitos da mesma matéria, apenas possuem diferenças circunstanciais de cada região. A escuridão interna é exatamente a mesma. O fim deveria ser a evolução humana, mas outra vez falhamos, pois quem considera a virtude um acidente fortuito não está pronto para prosseguir existindo. E Ayn Rand completa: “No entanto, nem a política, nem a ética, nem a filosofia são fins em si mesmas, nem na vida nem na literatura. Somente o homem é um fim em si mesmo.”. O escriba encerra aqui em algum lugar desse planeta no ano de dois mil e vinte e três do século XXI em plena primavera, segundo a metodologia vigente de controle de passagem do tempo.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citação: Ayn Rand Manifesto romântico a filosofia da literatura. Editora Avis Rara.



Este é o sexto texto fora do meu mais recente projeto. Vestígios do cotidiano, que brevemente estará disponível para aquisição. Conterá 61 crônicas, desta vez maiores e mais encorpadas do que as do Fragmentos do momento, portanto o livro terá mais páginas. Este fica para o próximo livro se Deus quiser.



Enfim pronto!



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