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O necessário.
De tantas ocorrências aleatórias nesse palco onde nos situamos muitas vezes tropeçamos em algo importante e definidor de oportunidades e nem sequer percebemos. Somos assim, dispersos envoltos em contradições somos levados pelo fluxo das ocasiões estabelecidas para um determinado fim. Fomos convencidos ou nos convenceram que somos donos do nosso próprio caminho, que a construção depende unicamente de nós, há um fundo de verdade mas o condutor de eventos trabalha silenciosamente e de forma discreta para dar-nos o destino que lhe convém. Para o equilíbrio das circunstâncias e a vibração da frequência universal trabalhamos imersos nessa hipótese confortável e submissa ao estabelecido aconchego da alma humana. Se faz necessário a devida acomodação de sentimento e de objetivos para a construção psíquica estável que conduza o indivíduo até o cerne da existência em meio a turbulência das razões exóticas que abraçam a realidade presumida. Envolvemo-nos em disputas por protagonismo nessa esfera de termos que flutuam na opacidade da textura que nos encobre de dúvidas quanto a veracidade plausível de um momento questionável quanto sua composição real. Agora aprofundados em tecnologia descobrimos que o universo não é exatamente como imaginamos e a física quântica está ai para nos mostrar que há a possibilidade de nem estarmos aqui de fato, ou estarmos aqui e em outro lugar simultaneamente. Não há previsibilidade plausível nesse contexto louco e multifacetado de hipóteses onde a semântica possível não encontra correspondência palpável para se traduzir o que realmente acontece. Tudo o que vier se tratará apenas de uma elucubração oportunista e volátil quanto a sua sustentação nesse gerador de plasma cognitivo que trabalha entre forças magnéticas enormes para não se dissipar. Dentro de uma simplicidade singular vivemos e nos sustentamos simplesmente por padrões frágeis e de natureza por enquanto biológica mas com portais abertos para o inusitado universo do imponderável atributo de talvez existir sem estar aqui. Considere-se produto sonhado de uma circunstância ambígua e preparada para ser versátil quanto a qualquer versão que possa ser oferecida como resposta. Não há resposta e ao mesmo tempo a resposta somos nós. Que estamos aqui e conseguimos estabilidade para desenvolver conversação em alto nível para decompor o cenário em fragmentos sugestivos de eventos que se introduzem como realidade no nosso cotidiano. Estamos no universo e possuímos dentro de cada um de nós outro universo de ocorrências chamado subconsciente, a metade de nós que nos completa para equilíbrio sustentável fora da demência circunstancial que possa nos abordar fortuitamente. O Dr Murray Stein tem uma abordagem a respeito dessa construção: “Os humanos nem sempre agem racionalmente e comportam-se de acordo com avaliações claras de interesse pessoal. O “homem racional”, na qual se baseia tanta teoria econômica, é apenas na melhor das hipóteses, uma descrição parcial dos seres humanos tal como realmente funcionam. Os humanos são impelidos por forças psíquicas, motivados por pensamentos que não se baseiam em processos racionais, e sujeitos a imagens e influências para além daquelas que podem ser medidas no meio ambiente observável. Em resumo, somos criaturas impulsionadas por emoções e imagens, tanto como somos racionais e ambientalmente adaptadas. Sonhamos tanto como ponderamos, e sentimos provavelmente muito mais do que pensamos”. E assim não se perca nessas ponderações oníricas onde a fantasia assim pode iludir e construir um mundo falso, de realidade relativa ao que se interessa obter de você. A pressão social e o acumulo de estresse no cotidiano pode se tornar um produto arrevesado, complexo e de variáveis infinitas causando um distúrbio evidente nas interligações de interpretação da realidade. A realidade pode ter variações de interpretação difusas e sem nexo no tecido previsível da circunstância, proporcionando um desequilíbrio causal da personalidade humana. Carl G. Jung chamava isso de constelação. O Dr Murray Stein explica: “A palavra “constelação” aparece com frequência nos escritos de Jung e é importante no léxico junguiano. Refere-se usualmente à criação de um momento psicologicamente carregado, um momento em que a consciência já está, ou está prestes a ficar perturbada por um complexo”. Ao perder o controle sobre si mesmo ou se aproximar disso o elemento vai ficar inerte e incapacitado para se sustentar de forma viável na sociedade. O assunto é bem abrangente e sugiro leitura a respeito do tema para aprofundamento nessa área do conhecimento humano. Para superar tudo isso o ser humano tem necessidade e precisa descarregar esse conteúdo excessivo de circunstâncias que se conflitam internamente ultrapassando os limites básicos da administração das respostas lógicas esperadas a uma situação de equilíbrio. Ao se desconectar do excesso de necessidades, já será possível um reagrupamento de proposições lúcidas nos arquivos internos da alma.
No fim tudo passa por reorganização de prioridades e recomposição de relacionamentos, sim, as relações sociais podem ser extremamente tóxicas e desagregadoras, principalmente quando se convive com quem apenas pensa em si mesmo e oferece negligência a quem está ao seu lado. E não pense que tudo isso não terá impacto físico, na saúde, terá sim e poderá ser grave. Essa colisão desenfreada de sentimentos aleatórios sem controle é extremamente prejudicial e cobrará seu preço. Por isso o que já acabou deve ser finalizado imediatamente para a saúde mental e física de quem está envolvido. Se a alma adoecer ela transmitirá seus problemas para o corpo, não esqueça disso. O Fluxo energético negativo pode inclusive afetar o ambiente e o mundo circundante, observou Jung. Então, não acumule problemas, não seja parcimonioso com absurdos, a economia de ações que você faz para supostamente preservar um status pode custar sua vida.
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
Jung o mapa da alma. Murray Stein. Editora Cultrix.
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