quarta-feira, 19 de março de 2025

O tecido da metáfora.

 

                                                      Image by Selline Selline from Pìxabay. 




 O tecido da metáfora.





Em ocasiões circunflexas se exige genuflexão de sentidos e a toda oportunidade episódica que surge como fragrância de um momento absurdo. Porque na clausura de um amor sem fim a eternidade se sustenta apesar do enigmático sorriso do amanhã. Pois fica aqui subtendido que não há caminho que me leve ao destino sem agonia pois dela se constitui a marca da circunstância que me trouxe aqui, e se não for agora pode ser no amanhã porque do ontem já consumi todo os espaços viáveis da ilusão. Enfim, amar demais pode não ser astúcia e sim oferta que pode ou não ser compreendida no contexto que se dá. Ser intangível e dissipar minha sustentação material não me preocupa, ser sem perder a essência do sorriso que me conforta ainda que assim na indefinição me submeta aos espaços do momento. Eu prefiro flutuar nas nuances do Criador que nos proporciona diversas opções, variados caminhos entremeados de circunstâncias fortuitas para apaziguar o nosso coração. Léon Denis certa vez disse no passado: “Cada religião, cada sociedade, cada nacionalidade contribui com seu contingente de ideias; dá origem a formas especiais a manifestações particulares da arte do pensamento. No seu grande concerto da história, cada povo fornece sua nota pessoal, a colaboração do seu gênio. Da luta, da concorrência vital nasce a evolução; surgem obras sólidas dos conflitos e reencontros”. Da diversidade se produz o todo, que um dia será forte com todas as opções de representatividade nesse tecido temporal que sustenta a todos nós. Não que seja seda ou seja linho está mais para uma organza que definirá com sutil delicadeza a composição da realidade no após ser desenrolado como pergaminho o destino. Na verdade tudo possui um sentido específico apenas não entendemos isso, a trajetória complexa e multifacetada na origem e seu turbilhonamento peculiar não oferece a face da compreensão aos seus filhos, neste ponto entra o auxílio da fé. O alvorecer acontece naquele que acredita e se importa. A origem submete seus detalhes à compreensão do tempo e aconselhamentos decisivos se perdem na poeira do tempo. Com um ensinamento de Hermes Trismegisto: “Deus está na inteligência; a inteligência na alma, na matéria, e em tudo isso subiste pela eternidade. A alma preenche esse corpo universal que contém todos os corpos; a inteligência e Deus preenchem a alma”. A luz que desvenda a escuridão se renova em cada ação positiva e que possui repercussão ao fazer o tecido dar respostas harmoniosas no contexto onde é aplicada. Nunca, jamais existirá desperdício de temas e teores nesse caminho. E o Trismegisto mais uma vez esclarece: “Afinal Deus não é ocioso. Do contrário, tudo estaria em repouso, posto que Deus preenche tudo. A inércia não existe nem no mundo, nem em parte alguma, nem no Criador, nem na criação. A inércia é uma palavra vazia no que diz respeito ao Criador e à criação”. A sociedade reflete o que o homem é, se ela é ruim, desorganizada, corrupta, suja assim temos nesse caso apenas o produto das partes mas certamente , neste caso, teremos o adubo pronto para o cultivo, a base que sob tratamento fornecerá o alimento necessário para a evolução nas mãos dos que vieram com esse propósito. Nunca há desperdício ou falta, no agitar da correnteza todos se misturam, nessa compostagem de desejos e sonhos se produz o que irá florescer no amanhã. Afinal, esse jardim tem de tudo um pouco. A diversificação da vida também é um aprendizado, onde se aprende civilização com a aceitação do que existe mas incomoda. Se nos incomoda ou se incomodamos, essas sensações conflitantes são produto da forma rudimentar na qual vivemos, se conseguirmos ajustar-nos na frequência adequada ao sincronizar os elementos que forneçam ajuste e equilíbrio na ocasião necessária para que a jornada prossiga em equilíbrio e com estabilidade compatível com o processo teremos êxito. Carlos Toledo Rizzini explica: “Ora, a sociedade não é uma instituição independente do homem, e sim, um organismo formado pela reunião de todos os indivíduos que nela vivem e atuam. Ela é o que os seus membros são – em ponto maior. Por isso, nela existem refúgios muito diferentes do conjunto, com casas de caridade e instituições religiosas, onde congregam-se elementos superiores à massa pelos objetivos, sentimentos e ideais”. Somos diferentes dentro das semelhanças, e isso é o que nos completa, nos conforta e ao mesmo tempo causa o desassossego. Precisamos de interação de um sorriso e de conflito, das doces palavras e da agressividade circunstancial que nos atormenta. Nada possui objetivo zero ou neutro, faz parte do movimento existencial das circunstâncias agregar valor sempre e dar prosseguimento ao processo de lapidação da joia que representamos para a criação. Eu sei, não me olhe com espanto por essa construção metafórica que acaba de não entender, é assim mesmo, aos poucos com paciência e determinação de suportar o enjoo das circunstâncias, considere uma efeméride ocasional nos espaços do eterno conflito de existir. Alegre-se por estar aqui, nesse intervalo de oportunidade aprendendo.



E entenda, acasos, acidentes e debilidades são resultados produzidos na aleatoriedade do cenário para treiná-lo para quando a luz faltar e a escuridão se tornar predominante, nesses momentos onde o desafio se apresenta e assim que você seja forte e seja o predicado que resgatará com a sua versatilidade o amanhecer. Carlos Toledo Rizzini tem mais um recado: “Nenhum ser humano possui todas as faculdades e, tendo necessidade uns dos outros, completam-se pela união social. Ao demais, o isolamento total interfere com a sanidade mental. Segue-se que a solidariedade inter-humana é condição essencial à expansão do espírito; todos precisam de ajuda e dependem uns dos outros”. O conjunto é vital na evolução, mas não se esqueça de que tudo isso tem um único objetivo transcendência, algo além de nós mesmos, não é um processo para hoje e talvez nem para amanhã. É um caminho uma trilha a ser seguida para transmutarmo-nos em energia e assim participar da sustentação do espaço e do tempo onde o universo dorme.




Gerson Ferreira Filho.



Citações:



No invisível. Léon Denis. Federação Espírita Brasileira.


Corpus Hermeticum. Hermes Trismegisto. Polar Editora.


Evolução para o terceiro milênio. Carlos Toledo Rizzini. EDICEL. Editora Cultural Espírita LTDA.



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