quarta-feira, 31 de julho de 2024

Estratégia celibatária.

 

                                                    Image by Syaibatul Hamdi from Pexabay. 




Estratégia celibatária.



E assim amigos, vamos falar de amenidades, ou não. O que a princípio pode parecer para a maioria apena um desvio de comportamento, para alguns se transformou na armadura medieval, como um exoesqueleto mental, que protege do outro, que exclui de suas vidas o relacionamento, como se isso fosse um cruel desafio uma tortura insuportável que irá lhes tirar da zona de conforto criada como proteção do perímetro cognitivo. Afinal, a relação merece o risco? A tranquilidade das águas abrigadas ou a fúria do mar aberto? Claro, nesse meio sempre existem os simulacros, os que dizer ser, mas verdadeiramente não são. Neste jogo comportamental existe muita aplicação de um determinado charme pessoal para se parecer carente, o cachorro sem dono parece mais amigável. Muito comum na juventude hoje e até entre pessoas de meia idade, o medo de dividir espaço com um parceiro se faz presente. Só tenho algumas coisas para dizer, sim, você perde individualidade, sim, abre mão de manias pessoais e passa a viver dentro de uma negociação, com alguém que muitas vezes não vai concordar com você e nem aceitar seus chiliques existenciais. Este átrio psicológico as vezes parecerá apertado, Porém existirão momentos ótimos, alguns podem ser até inesquecíveis de compartilhamento ritualístico das melhores sensações. Serão breves, algumas até muito raros, mas a vida e feita disso, experiências, não há somente alegria, a dor tem de ter presença em qualquer vida para marcar o momento para o bem ou para o mal, esse é o nosso propósito, aprendizado. Entender como podemos ser metade do outro, ainda que seja em péssimos momentos. Alguém que se isola de relacionamentos, não coleciona realidades, não se dispõe a dança do destino, não experimenta o teor da vida em todos os seus detalhes. Ao se tornar disponível para a solidão, hoje atenuada por contatos virtuais por redes sociais, se estabelece um estilo depauperado de viver onde se recusa a sensação da variedade para apenas obter a regularidade cotidiana aparentemente estável de ser só. Praticando os melhores critérios de escolha, pois existe gente tóxica e perigosa por ai, em uma seleção razoável pode impedir uma relação destrutiva. Nós vemos isso todo dia, relacionamentos que terminam em violência e ate morte, mas, quando se olha o perfil do agressor a gente pergunta: Qual foi o motivo mesmo do inicio da relação? O estilo cafajeste? O bandidão charmoso que era estimulante na cama? E para os homens, aquela moça insinuante com roupa super provocante e sorriso de serpente? Entenda, seu relacionamento terá o conteúdo que você realmente procurou, ao não observar os evidentes “gatilhos” que a vida lhe dá, a coisa pode dar muito errado. Claro, mesmo fazendo a melhor escolha, usando todos os filtros possíveis, ainda pode desandar e provocar um acontecimento desagradável. A vida não é simples, e na verdade só se conhece verdadeiramente o outro, quando se vive debaixo do mesmo teto, se compartilha a mesma cama e se permanece a maior parte das horas estabelecendo a rotina do cotidiano. E até a rotina é perigosa, porque uma vida a dois tem de ter propósito também, comprar uma casa, ter filhos e cuidar deles, viajar quando possível, ver um filme juntos, criar aquela fotografia do momento feliz. Hoje o trabalho do casal cria transtornos nessa área. Cada um com sua atividade, com sua profissão, passa a ter menos tempo de convivência, situações de intenso estresse são absorvidas no trabalho, e acabam refletindo dentro de casa, inevitável hoje. O melhor antídoto passa a ser o diálogo franco, a conversação, a terapia da intimidade revelada na palavra extenuada do momento de angústia que solapa a realidade estável com seus solavancos peculiares de quem deseja o pior. Todos nós existimos na finitude das ocasiões, não há eternidade nos relacionamentos, uns duram mais outros duram menos, há os que terão o presente da longa relação e os que infelizmente terão relações fugazes, de estrutura intempestiva, onde o inesperado rompe a realidade com a imprevisível textura de um desatino que assim destrói o relacionamento, Vejam, a quantidade de ocasiões que se perde ao optar pela posição conhecida hoje como “Incel”, uma estrutura psicológica moderna para abrigar aqueles que temem realmente viver. Mas a vida é um desafio constante, não é para os fracos, ela se apresenta diariamente para ser possuída nos termos que de toda e qualquer sensação se ocupe de nós, é uma contínua invasão de privacidade, ela olha para nós e diz: e aí? Você vem, ou vai ficar no casulo?


Não temam, eu sobrevivi a tudo isso, confesso; existiram momentos sublimes e momentos terríveis. Mas hoje sou construído com o rescaldo de todos esses incêndios na estrutura sensível do meu ser. Amado, desprezado, rejeitado e até jogado fora inexoravelmente, fortes emoções me envolveram, e hoje sou um construto mental elaborado como um algoritmo que obteve muito mais informações e onde se sintetizaram minha realidade existencial para prosseguir mais forte e muito mais versátil nessa estrada longa do existir. Vivi um relacionamento de trinta anos, e posso afirmar, nada nesse contexto é pacífico como uma lagoa, é oceano aberto, existiram antes muitos relacionamentos de juventude, rápidos, que são prazerosos mas com prazo de validade curto. Onde o ímpeto da hora se satisfaz na fluidez temporal de ser explicitamente rápida e marcante. Não pense que não me lembro da namoradinha com a qual dançava no clube América na rua Campos Sales na Tijuca um Show me the way de Peter Frampton, ela foi a que melhor me conheceu, dizia que eu tinha olhos intimidadores, arrogantes, e realmente lutei a vida toda contra essa particularidade. Sempre gostei de ser discreto e passar sem ser percebido. Mas foi assim e hoje sim, prefiro o celibato, afinal, estou velho e destruído pela doença, não há muita flexibilidade para relações além da boa amizade e da boa conversa intelectual de muitos momentos. Já cumpri meu papel, o que posso fazer é dedicar o tempo que me resta a repassar conhecimento e experiência para as novas gerações, mas para vocês que ainda possuem juventude e energia vital em dia e pronta para uso, não desperdice tempo, viva intensamente as ocasiões que se apresentarem, construam uma descendência, tenham filhos. Eles prosseguirão o seu caminho, dê a eles o mapa, o roteiro da realidade, e se eles quiserem, prosseguirão a partir desse ponto, criando as variações personalizadas que assim forem melhores para eles dentro de cada situação que se apresentar. Derrotas na vida são ensinamentos, aprenda e use tudo a favor de você nas próximas experiências, não se entregue a monotonia da passividade e do medo de viver.


Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ


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domingo, 28 de julho de 2024

Parestesia econômica.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Parestesia econômica.



Deveríamos ter uma lei onde agressão ao livre mercado seria crime inafiançável. Um pequeno e singelo detalhe que pouparia diversas populações de empobrecimento e miserabilidade acentuada. Só essa proposta já deve ter provocado um espalhafatoso rumor nas tripas dos socialistas. Afinal, tal procedimento impediria uma das prediletas taras coletivas, a concentração de poder. Eles preferem a dormência demente do processo conspurcado de vilania que tanto apreciam, a estagnação aprimorada nos erros conceituais de gestão econômica introduzidos em seus subconscientes metodicamente para evitar que enxerguem a verdade, a liberdade é o único caminho da prosperidade. Onde necessidades serão satisfeitas tanto por quem demanda quanto por quem produz, e que a qualidade da oferta também estabelecerá os parâmetros de filtro para consumo. Boa qualidade naquilo que esse produz, boas vendas e estabelecimento natural de uma clientela fiel para seu produto. Ao garantir satisfação do demandador o produtor cria uma relação de cumplicidade proveitosa e produtiva dentro do mercado, e com isso estabelece preços que garantirão o pagamento de seus custos e ainda um retorno como lucro, que poderá guardar como poupança ou usar esse capital para aumentar sua produção. Nesse ponto se obtém a expansão da economia e o enriquecimento da sociedade. Produtos diversos são negociados, mão de obra qualificada se valoriza, quanto mais qualificada mais valiosa e passível de ser oferecida e contratada a um preço maior. Um carpinteiro terá um preço para seu trabalho, um mecânico outro, um agricultor terá um preço que possa estabelecer de acordo com a qualidade de seus produtos alimentícios que produz. Aquele que produzir um café de qualidade superior quanto ao sabor, poderá precificar esse café bem melhor no mercado do que aquele que produz um produto mais básico. No livre mercado a qualidade estabelece o sucesso, e a falta dela cria a falência. De café a cadeiras feitas pelo carpinteiro, ou a manutenção de motores, motores mais sofisticados e raros exigirão mais especialização, e portanto, terão mão de obra mais cara. A dança dos preços e dos custos vai variar livremente amarrada na demanda, porque mesmo algo de ótima qualidade, não venderá se o preço for abusivo, e afugentar o provável cliente do serviço ou comprador do produto. O mercado se autorregula dentro dos valores plausíveis e justos para as partes envolvidas na negociação. Todos querem ganhar, mas o equilíbrio tem de ser buscado por todos onde se possa negociar sem destruir a demanda por excesso de preço. Isto é que foi apelidado pela esquerda de capitalismo, mas é apenas um mercado livre, fora de controle estatal e com possibilidades infinitas de progresso. Regulamentar, tributar, invadir e tentar controlar suas características, apenas funciona como um freio na realidade que desestimula a produção de atividade econômica. É o b a bá da economia, basta soltar o casal de fatores no campo e deixar que se reproduzam infinitamente, o consumidor e o produtor. Mas socialistas receberam outra visão do sistema, a necessidade quase sexual de controle pleno, os faz perder rendimento no desempenho, e o crescimento econômico fica comprometido, o resultado óbvio se vê por aí, países puramente socialistas mergulhados em miséria e controlados brutalmente para que não haja revolta. O problema já está claramente evidenciado, mas por paixão à doutrina, não largam o procedimento. Essa gente acha um absurdo a liberdade, entendem o que é livre como um agressor da sua lógica particular de enxergar o mundo, que observam dentro de um armário mental claustrofóbico e limitante quanto ao raciocínio multifacetado e abrangente. Muita vezes, por necessidade de oxigênio, alguns deles abrem concessões,  consideram largar seus valores, para que algo pior possa ser evitado, mas até para isso é preciso intelectualidade com alguns recursos a mais. Vejam, chineses, que não são burros, oferecem alguma liberdade econômica para produzir e demandar, e isso faz toda a diferença. Eles, os chineses, confinaram a ideologia no partido e na política, a economia flui com certa liberdade, e são um sucesso, aparentemente. Afinal, feitiçarias ideológicas não combinam com economia.



Mas na verdade toda essa estrutura coletivista e que impacta no progresso já está em nós, ela foi apenas potencializada por ideologia para se tornar sufocante e impeditiva para o progresso de forma geral. Nem nisso Marx foi original, ele apenas trabalhou algo já presente em nós. Desde tempos imemoriais nos agrupamos de forma organizada para caçar, sentimento de grupo, de equipe para realizar determinadas tarefas, onde a força de apenas um só indivíduo não seria suficiente para dar conta do projeto em curso. Grupos são necessários na vida social, o que não se deve fazer seria perder a própria identidade e a capacidade de raciocínio individual de fazer escolhas que tenham mais a ver com sua parte pessoal do que com o grupo, a qualidade de diferenciar o que é saudável para si e o que é prejudicial. O Dr Jonatthan Haidt tem uma abordagem interessante a respeito desse comportamento e o que é preciso para lidar com ele, “o interruptor de colmeia” algo que levasse o indivíduo a se desconectar do grupo e passasse a enxergar os valores individuais o que levaria a um raciocínio independente. Uma desconexão psicológica onde fosse permitido escapar da padronização de grupo, uma padronização gregária e que permitisse acesso a outros níveis de consciência. Somos unidades e somos grupo ao mesmo tempo, e necessitamos das duas formas para a sobrevivência, mas não podemos e não devemos permitir que nos anulem individualmente em definitivo. O efeito coletivo é desejável apenas em algumas circunstâncias, mas na atividade econômica se mostra danoso ao processo e suas características de interesses múltiplos e diferenciados. O Dr Haidt aborda: “Somos como chimpanzés quando agimos como primatas cujas mentes foram moldadas pela competição incansável de indivíduos com seus vizinhos. Descendemos de uma longa linhagem de vencedores no jogo da vida social. E por isso que somos Glauconianos (vide Glauco irmão de Platão), geralmente mais preocupados com a aparência da virtude do que com a realidade como na história de Glauco e o anel de Giges. Mas a natureza humana também tem uma camada de senso de grupo mais recente. Somos como abelhas quando agimos como criaturas ultrassociais cujas mentes foram moldadas pela competição incansável entre grupos. Somos descendentes de humanos ancestrais, cujas mentes dotadas de senso de grupo os ajudaram a se tornar coesos, cooperar e superar outros grupos”. E prossegue. “Minha hipótese é que seres humanos são criaturas de colmeia condicionais. Temos a capacidade (sob condições especiais) de transcender o interesse próprio e nos concentrar (de forma temporária e extática) em algo maior do que nós mesmos. Essa habilidade é o que chamo de interruptor de colmeia”. Entenderam? No coletivismo socialista não existe esse mecanismo temporário e extático de integração a colmeia, você permanece eternamente no modo específico de colmeia, coletivo, sem vontade própria, Não há interruptor. O que deveria ser provisório para uma determinada situação, militar, esportiva, vira algo de controle social permanente. E dentro de um coletivo não há espaço para liberdade pessoal e sem ela não existe livre mercado e desenvolvimento fora dos parâmetros especificados por um único comando. O que leva a sociedade ao nível improdutivo devido ao desinteresse em gerar produtos os quais não se possui o controle de preços e níveis de produção. Tudo é controlado pelo governo, gerando desestímulo generalizado de produção. A cadeira e a mesa que o carpinteiro ou marceneiro produziram, são precificados pelo governo e não pelo profissional que os produziram. Qual o estímulo para dar qualidade naquilo onde você que produz? Não tem o direito de estabelecer o preço que acha justo? Sobra apenas aquela sensação desagradável de que não há liberdade.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


A mente moralista. Jonathan Haidt. Alta Cultura Editora.



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quarta-feira, 24 de julho de 2024

O apanágio de não ser.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.



O apanágio de não ser.



Se não somos, seríamos exatamente o quê? Um intervalo de estupidez forrado de platitudes onde as obviedades flutuam esperando uma vítima? Acredito que apenas estamos em um atalho psicológico criado para heuristicamente resolver problemas com estrutura apodíctica formal. Não há o que refutar na plenitude existencial desse agora. Estamos onde deveríamos por somatório de negações e de negligências através do tempo. Construções mentais se fazem por passividade ou por ação concreta. De qualquer forma algo será construído, e no passado recente escolhemos não ser. E consideramos isso um privilégio de uma geração indisciplinada e arrogante, onde a cretinice foi incentivada em amplo espectro social para ser exatamente o que hoje é, uma sopa fétida de conceitos deformados e atitudes incompreensíveis com o bom termo civilizatório. Onde especialistas de todo tipo produzem objeções a qualquer bom propósito na estrutura social que hoje nos abraça. Integralizados no desvio do padrão, estruturamos objeções narcisistas em relação ao próximo, desqualificando a qualidade que não reside em nós. A sociopatia virou a norma oficial de uma época. Em plena atmosfera de hospício já há os que se alimentam de excrementos e acham isso completamente normal. Com uma trivialidade comportamental abaixo de animais irracionais saudáveis, aceitamos hoje o bizarro como socialmente permitido e ainda chamamos isso de evolução. Nossa realidade hoje produz surrealidades escatológicas em profusão catastrófica sem serem aparentemente agressivas ao cotidiano onde a alienação já se impregnou até aos ossos da população. Adaptamo-nos de tal forma ao excêntrico onde o mal ficou benigno e até aceitável dentro da nossa realidade. O que deveria escandalizar ficou afetuoso. Nesse retrocesso existencial temos os medíocres que ensinam e propagam seus delírios subjacentes, ocultos em camadas apócrifas da sua particular estrutura mental afetada e direcionada apenas a infâmia como padrão. Este tipo de “profeta” Da nova era, circula com desenvoltura e grande público nas redes sociais e mídia de forma geral. A boçalidade faz um sucesso estrondoso! É uma força avassaladora da natureza, onde toda lógica e bom parâmetro de conduta perece no confronto com forças dessa escuridão. Assim, arregimentados, compactados no bloco multidão acéfala, respondem ao estímulo do conjunto, do grupo onde o amalgamar da estrutura base, já não permite o raciocínio para si e por si. Tudo se torna coletivo, massa disforme para uso e finalidade específica a qual o controlador define. Segundo a psicóloga Ewa Drozda-Senkrowska citando Jacques Lacan: “A ignorância é uma ausência de conhecimento (sobre o que é conhecimento e sobre si mesmo). Se a ignorância é um vazio, uma ausência capaz de ser contornada, em especial pela educação, a estupidez é o contrário: é uma suficiência intelectual que não precisa ser preenchida, pois já é plena por natureza”. Então, poderíamos chamar essa nossa época da época da estupidez, totalmente preenchida de certezas cultivadas e aprimoradas nas bancas escolares. Assim totalmente bem preenchido de certezas intransponíveis e inegociáveis, o estúpido rege a realidade, convicto de ser o máximo, o ápice civilizatório e histórico da humanidade. Seria melhor que tivéssemos ignorantes, gente passível de aprendizado, o estúpido já vem cheio até o gargalo com os desvios que recebeu, teríamos que primeiro esvaziá-los, desinfetar o recipiente e assim preenchê-lo com novos valores, a tarefa nesse ponto fica muito mais complicada. Convencer um estúpido que ele não tem razão equivale a domar um cavalo selvagem, coices serão dados para todos os lados possíveis. Entre estúpidos e cretinos vivemos nosso cotidiano, sempre aguardando o próximo disparate que vai nos envolver em mais uma propositura infame e deselegante para nos atormentar na lida com o dia a dia. Poderíamos até dizer que seria estimulante esse jogo de obscenidades pernósticas, que se abrigam na presunção da infâmia. Mas eu particularmente prefiro a mansidão de tempos onde a calmaria bucólica da estrutura do tempo se unia a uma realidade saudável e sem feridas psicológicas expostas na textura da realidade. Nesse purulento cotidiano criado nas ancas da desonra, recolho-me ao raciocínio monástico onde o silêncio me abraçava entre tantas páginas bem escritas de um passado que se faz presente no meu perfil.


E assim, temos a convulsão das massas ignaras, absorvidas no oceano de incultura sendo novamente utilizadas para um propósito que não representa mais o indivíduo. Esteticamente preparada para ser convincente e forte para adquirir preponderância na estrutura da realidade e assim proporcionar a vitória de quem a conduz, e não necessariamente uma vitória do grupo. Essas estruturas coletivas possuem um propósito definido, criar volume numa reivindicação ou na implementação de alguma política que normalmente possui apenas um disfarce de interesse de grupo, mas na realidade está sendo conduzida por uma elite e seus interesses. Essas estruturas são formadas por estímulos como cita Gustave Le Bon: “Não é fácil descrever a alma das multidões, pois usa organização variada não somente segundo a raça e a composição das coletividades, mas também segundo a natureza e o grau de estímulos a que são submetidas”. O estimulador incita e o grupo ataca, não há raciocínio no procedimento, confinados em jaula mental limitante e armazenados psicologicamente para um devido fim e uso, obedecerão o comando instintivamente, pois apenas isso lhes restou, a ação em bloco dos rebanhos. Conduzidos por estúpidos, dotados de muita astúcia para defender seu interesses pessoais, a massa não percebe sua condição de objeto útil na trama do tecido que se desenrola para um fim específico. Nunca se permita passar pelo processo de desumanização. Ou será apenas substância de um conjunto que não pensa por si mesmo. Mais um punhado de reboco no muro, uma pasta disforme sem consciência de si mesmo. Este não ser deve ser evitado, seja propósito pessoal e intransferível, mesmo na margem mais distante da realidade. Muitos trabalharam para aviltar a sua vida e de muita gente. Gustave Le Bon cita ainda: “Os filósofos do século passado dedicaram-se fervorosamente a destruir as ilusões religiosas, políticas e sociais de que nossos pais tinham vivido por longos séculos. Ao destruí-las secaram as fontes de esperança e da resignação. Por trás das quimeras imoladas, encontraram as forças cegas da natureza, inexoráveis para com a fraqueza e que não conhece piedade”. Sem valores edificantes, sobra apenas a animalidade brutal da natureza, a força bruta do grupo, o efeito manada que se desloca para destruir, matar tudo o que estiver pela frente. Menosprezar o animal que existe ainda em nós não é um bom procedimento. Pegue esse privilégio particular que você possui e pense, utilize o raciocínio e não seja conduzido por políticas que roubam sua individualidade, ela é sagrada, não a torne disponível para feiticeiros sociais que nem banho tomam.



Gerson Ferreira Filho.





Citações:


A psicologia da estupidez. Jean-François Marmion. Editora Avis Rara.


Psicologia das multidões. Gustave Le Bon. Editora Martins Fontes.  



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domingo, 14 de julho de 2024

A jaula psicológica.

 

                                                           Image by fszalai from Pixabay.





A jaula psicológica.



Onde estaríamos se não fosse nesse agora? Assim submetidos ao perímetro estabelecido de forma sutil para abrigar de forma compulsória todas nossas vontades, e ainda assim acreditarmos que somos livres? Compartimentalização, é o termo adequado que se aplica aqui, como fluidos entre anteparas estanques numa subdivisão de tancagem de produtos, vivemos em atmosferas psicológicas distintas, e as reações ambientais nesses espaços não correspondem exatamente a realidade lá fora. Até porque, tanques de estocagem necessitam de atmosfera própria e adequada para que não entrem em colapso ou voem pelos ares em alguma reação inadequada de compostos inconvenientes para o lugar. Claro, nem todo mundo ocupa esses espaços, há um reduzido contingente que vive em liberdade intelectual estabelecida por independência de fatores doutrinários e alienantes da sociedade, impostos por doutrinação de massa, sempre existem os resistentes ao tratamento oferecido para a homogeneização de pensamento. Questionar-se, duvidar da qualidade do que lhe oferecem, obter a comprovação efetiva a respeito do que lhe disseram e aplicar com metodologia de vida a desconfiança. A busca pela verdade deve ser prioridade por quem realmente pensa e possui uma capacidade intelectual superior. Essa característica, a curiosidade somada a insatisfação com parâmetros definidos sem que possam ser evidenciados como verdade incontestável é um claro sinal de uma inteligência superior. Todo aquele que se abriga confortavelmente em regras estabelecidas por terceiros sem que haja questionamento do real motivo de ser assim, se entregando a um controle mental sem indagação a respeito da estrutura oferecida, não possui capacidade de raciocínio suficiente para se estabelecer como referência nem para si mesmo, e muito menos para um grupo. Portanto, não passa de um prisioneiro de seus limites cognitivos. A ilusão do saber, já mencionei isso em outra oportunidade, constitui a atmosfera restrita da bolha ideológica, onde foi criado o recurso que entorpece a cognição, criando a dissonância permanente dentro da certeza que se está de posse da verdade, mesmo que isso não seja real. Não se enganem, muita gente está presa nesse espaço programado, construído para reter a capacidade intelectual dentro de valores específicos que são do interesse de quem os controla. Não existe espaço mental suficiente nessa jaula mental para abrigar o questionamento e a divergência, aqui temos apenas a arrogância impertinente do Napoleão de hospício. Ou nunca se deparou com alguém de esquerda com o nariz empinado na certeza de ser inteligente, sem perceber a decrepitude da sua forma de pensar? Lembre-se da velha estratégia ao lidar com gente problemática, sempre concorde, ou irá, caso contrário assim arrumar um conflito. Nessas fantasias substitutas que criam para conviver com a realidade, eles vivem uma distopia anárquica, onde o mundo não funciona necessariamente como deveria, mas segundo um padrão estipulado por seus delírios pessoais. Mergulhados no conforto artificial dessa ilusão do saber construída para abrigar seus prisioneiros da hostilidade intelectual verdadeira, vivem sem constrangimentos maiores acreditando que realmente quem está fora da gaiola são eles e não os outros, os que pensam. Uma esquizofrenia induzida por programação política de larga escala para um determinado fim, destruir o mundo como o conhecemos. A prisão mental é cruel, pois desmoraliza seu prisioneiro, ao o impelir para atitudes constrangedoras em público, e a proferir discursos sem nenhum sentido lógico quando fora de seu espaço de conforto. E claro, tudo isso, esse confinamento mental, não os impede de levar uma vida perfeitamente normal em outras áreas de atuação humana. Um alienado político em sua jaula mental pode ser um bom profissional em qualquer situação, mesmo tendo seu intelecto preso na surrealidade politica particular, mas basta opinar a respeito do assunto “política” que se torna evidente esses seus tantos limites de atuação cognitiva. As grades da jaula psicológica se materializam para o espectador do discurso. E isso se torna interessante para a avaliação de profissionais em diversas situações, porque exibe o real alcance mental e cultural do indivíduo dentro do contexto social no qual vive. E essa exibição de particularidades pode definir o nível de intelectualidade que você deseja ter próximo a si. Não se trata de discriminação , apenas cuidado com sua própria saúde mental, não se relacionar com disfuncionais protege seu espaço e seu cenário de contaminação inconveniente por tergiversações oblíquas na textura da realidade onde se vive. No fim não passa de uma assepsia qualificada de relacionamentos para uma vida psicológica saudável.


Mas nada disso é novidade, ajustando os parâmetros aqui e ali, temos a velha fábula do mito da caverna de Platão. As diferenças estão em como os indivíduos estão dentro dessa caverna, não estão acorrentados de fato como no mito clássico, não são simples prisioneiros que não podem escapar, e o único que escapou viu a luz do conhecimento no exterior. Não querem escapar porque não enxergam as correntes, pois essas são mentais. O mito da caverna simboliza a busca pela verdade, a liberdade intelectual da ignorância presente em determinado ambiente. Essa alegoria filosófica representa a luta contra o controle de corações e mentes, que se permitem manipular, criando uma paixão incontida pela prisão que os acomoda. A educação a reflexão a respeito da sua própria situação e a crítica ao ambiente devem ser estimuladas para que haja esperança de liberdade. A ilusão aprisiona delicadamente proporcionando até prazer e sentimento de valor e pertencimento a algo nobre, quando na verdade o indivíduo não passa de um escravo coçando suas feridas em meio a sujidade do ambiente infecto que ocupa. Acreditando assim, nas sombras oferecidas pelos manipuladores, a turma hoje se envaidece de ser prisioneiro na caverna socialista que lhes foi oferecida na juventude como opção de moradia mental. Este procedimento presente no diálogo de Sócrates e Gláucon inicia com a palavra de Sócrates: “Em seguida compara o efeito da educação e da sua falta na nossa natureza a uma experiência como a seguinte: imagina seres humanos habitando uma espécie de caverna subterrânea, com uma longa entrada acima aberta para a luz e tão larga como a própria caverna. Estão ali desde a infância, fixados no mesmo lugar, com pescoços e pernas sob grilhões, unicamente capazes de ver à frente, visto que seus grilhões os impedem de virar suas cabeças. Imagine também a luz de uma fogueira acesa a certa distância. Acima e atrás deles. Também atrás deles, porém num terreno mais elevado, há uma vereda que se estende entre eles e a fogueira. Imagina que foi construído ao longo dessa vereda um muro baixo, como o anteparo diante de manipuladores de marionetes acima da qual eles o s exibem”. Este é o exato procedimento usado até hoje para criar alienados. Cria-se o ambiente claustrofóbico e resistente a propagação do real conhecimento, assim obtém-se a narrativa que será oferecida através das marionetes, e com persistência e anos de aplicação, temos assim o militante socialista, que crê do fundo da alma naquilo que lhe foi ensinado por anos dentro daquele espaço doutrinário. Adulto, formado, não é mais capaz de notar a jaula que construíram em torno da sua psiquê. Sua personalidade tem o formato do molde onde o colocaram, viverá para defender esses valores, combater a realidade e a verdade, porque, afinal, o mundo psicológico onde vive não corresponde a realidade. Será portador de uma impertinência pertinaz, onde expressará uma vaidade exacerbada por acreditar ter razão nas minúcias políticas que se apresentam no mundo. Passam a viver exclusivamente dentro do seu rebanho. A jaula psicológica oferece uma sensação de pertencimento a algo especial sem ser. Poucos, muito poucos conseguem escapar desse domínio, a superação e desintoxicação se torna algo quase sublime e milagroso. Portanto, nunca esperem nada dessa gente, caso perdido. O que apresentarem, provavelmente será apenas dissimulação por sobrevivência. As crenças originais ainda estarão lá, enraizadas no subconsciente afetado desde o inicio do processo.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ



Citação: O mito da caverna. Platão. Editora Edipro.   



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sábado, 13 de julho de 2024

A liturgia do imponderável.

 

                                              Image by Alexander Antropov from Pixabay. 




A liturgia do imponderável.



Já se encontrou entre raciocínios buscando entender seu propósito pessoal? Parabéns! Nem todos possuem essa capacidade de análise, e isto indica que você é capaz de se situar nesse universo e nessa realidade se questionando profundamente a respeito dos motivos das coisas serem assim, e qual seu papel em tudo isso. Não existe alguém sem propósito, por mais irrelevante que pareça sua participação no cenário, a realidade se constrói com suas ações também, e se não forem positivas, provavelmente, não eram para ser mesmo. Portanto, existe um direito de escolha? A resposta pode ser sim, e não. A sua especificidade dará ao cenário o traço próprio da sua real propriedade. Porque ser nessa circunstância e possuir discernimento para estar dentro dela com abrangência, diz que o momento de existir acontece exatamente como e quando deveria ser na textura desse espaço tempo que nos envolve. As ocasiões se propagam fora do nosso controle, existe apenas a sensação do que poderíamos ter realizado para que algo acontecesse diferente da realidade, mas geralmente não passa apenas de uma sensação tardia, mas são apenas emolumentos, uma cobrança daquele ato que deixou resíduos desconfortáveis como herança. É assim, não temos o controle, e nos penalizamos pela falta de controle. Entre arrependimentos residuais de algo que foi pré-determinado e você não participou do planejamento. E assim, com teores profanos, escolásticos, e tão exacerbado para um simples cotidiano que se apresenta na rotina de tantos detalhes furtivos, vamos considerando se vale a pena estar aqui para assim ser um detalhe ocasional nessa divina comédia da realidade que nos envolve. É preciso extrapolar e tergiversar na textura da urdidura longitudinal do espaço, e assim chegar na transcendência de si mesmo onde apenas reste a essência de um desejo, e por fim que o tempo se acomode e se conforme nessa sua passagem, pois de eternidade se torna plausível o ontem o hoje e o amanhã. No fim, prudência, estamos no âmbito do infinito, sob a regência do Ser infinito e ele é a providência absoluta conforme estabelece Mário Ferreira dos Santos no seu livro Filosofia concreta: “O termo providência vem de pro e videre, que em latim, significam “ver com antecedência”. Providenciar alguma coisa é dispor o necessário para que essa coisa seja. Ora, tudo quanto há, tudo quanto é e será, tem sua origem no Ser infinito. Consequentemente, tudo quanto acontece , aconteceu ou acontecerá foi providenciado por ele, pois do contrário teria vindo do nada , o que é um absurdo”. Ah, você quer seu livre arbítrio? Lamento muito, com disse certa vez um personagem de um filme hoje já antigo de ficção científica: “Estamos aqui por não sermos livres”. E claro, sendo assim o que realmente importa nesse emaranhado se suposições e alternativas, o que é realmente relevante é o propósito. Na nossa espectral atomicidade, agrupada para um fim, temos uma propagação determinada para causar um efeito entre todas as correlações intrinsecamente presentes em nós. Somos essencialmente a ambiguidade quântica insubmissa que constrói oculta a realidade perene que nos envolve. Não se assustem com a complexidade do texto, filosofia e física quântica, nos detalhes fugidios, se trata de tudo o que somos. O físico Niels Bohr explica um pouco desse assunto estranho: “Embora muitas propriedades fundamentais da matéria tenham sido aplicadas pela imagem simples do átomo, ficou evidente, desde o princípio, que as ideias clássicas da mecânica e do eletromagnetismo não bastavam para explicar a estabilidade essencial das estruturas atômicas, tal como exibida pelas prioridades especificas dos elementos”. Portanto, existe algo mais em nós do que podemos perceber, algo tão sutil que aparentemente pelo que podemos entender até aqui viola algumas regras clássicas do que se conhece. Algo que transcende a explanação determinista se situando assim fora do preceito filosófico pretendido. Com propriedades físicas distintas a mecânica quântica se apresenta como algo ainda surreal para nós, mas está lá e exerce influência sobre todos nós. Então, não se assuste com anacolutos sistêmicos que oferecem a situação de forma truncada, somos o que fomos preparados para ser, e nada que aconteceu, aconteceria diferente, porque para termos futuro, haverá necessidade de passado, pois sem ele não existe o presente. Inter-relacionados e entrelaçados na realidade produzem o caminho, e por essa trilha passaremos para cumprir o nosso propósito, porque a vida é formada dessas circunstâncias, problemáticas, muitas indecifráveis, e outras sublimes. E essa nossa característica, o raciocínio, o reconhecimento da realidade, a capacidade de entender e discutir a respeito da estrutura que nos envolve, é o que nos diferencia dos irracionais.


Eles, os irracionais, vivem, existem sem nunca entender de fato seu propósito, sua posição e função na realidade. Vivem e morrem dentro de um padrão específico que cumpre um ordenamento simples, viver e só. O ser humano não apenas vive, ele se distingue do cenário e sua presença delimita suas fronteiras de entendimento nas projeções mentais que faz. Não é passivo em relação a existência, possui sua esfera de interesses e constrói sua própria cosmologia de interesses no ambiente onde habita. Essa capacidade transformadora, onde sua particular engenharia psíquica molda o mundo, e se sujeita a distúrbios e contratempos da realidade que cria. Gerando assim, possíveis cenários danosos a si mesmo e a estrutura civilizacional que o ampara como base de sobrevivência. A ilusão do saber, se torna o risco permeado nas entrelinhas do espírito, onde suposições erradas e de construção inadequada flertam com um suposto caminho onde na realidade, a diversidade proposta se torna uma armadilha conceitual. Por isso, a desenvoltura intelectual deve ser sempre aprimorada e de forma diversificada, não deixando de fora qualquer conhecimento, mesmo os que por hipótese, não sejam recomendados por quem ensina. Ser preso mentalmente por uma única tendência e forma de ver o mundo não se torna algo inteligente, pois o debate e o confronto constante de alternativas faz o real progresso na estrutura civilizacional presente. E assim, dentro de todas essas alternativas, estamos aqui conversando a respeito de tudo isso e mais um pouco, e isso só se torna possível devido a nossa capacidade intelectual pessoal desenvolvida na busca por saber mais e ocupar um lugar relevante nesse contexto tão diverso e intrincado que nos cerca. E isso faz toda a diferença, não estamos aqui apenas para viver, mas para aprender, para acumular detalhes que nos transformará radicalmente em algo bem específico na estrutura da realidade. Certamente algo imponderável nos move nessa nuvem cósmica de hipóteses aleatórias e não foi por descuido ou indiferença. Somos a replicação de algo que ainda não entendemos dentro de uma liturgia quântica que abriga toda necessidade e todo amor que se possa compreender na ausência plena de espaço para tudo isso ocupar. Está além de nós mas se tornou o nosso destino, a trajetória desenhada para que prossigamos envoltos nessa tábua de maré, entre fluxos e refluxos a ocupar nosso destino neste conflito de ser e estar aqui. A anomalia que não se ajusta perece e volta, não há início e muito menos fim. Cuidado com as armadilhas cognitivas que aprisionam em realidades paralelas onde o errado se apresenta com certo apenas para retardar sua evolução pessoal em toda essa estrutura complexa que chamamos realidade.



Gerson Ferreira Filho.



Citações:


Filosofia concreta de Mário Ferreira dos Santos. Editora Filocalia.


Física atômica e conhecimento humano de Niels Bohr. Contraponto Editora.



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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Assertiva assimétrica clássica.

 

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Assertiva Assimétrica clássica.



Assim como o que deseja ser se torna impelido naturalmente para existir e se multiplicar, aquele que rejeita com tédio sua existência será obliterado do cenário completamente. Este assunto faz parte hoje da nossa realidade ocidental fundamentada na civilização de base cristã. Eu já abordei esse tema em outras crônicas hoje presentes em meus livros, mas é sempre bom voltar e reavivar o assunto porque parece que ninguém percebe o que está acontecendo. A vida prossegue na sociedade com ares de uma normalidade surda e completamente cega, que não percebe o risco que corre de ser assim totalmente transformada em seu estilo de vida e seu propósito existencial. Nossa civilização foi desenvolvida em base cristã, mas o cristianismo clássico e abrangente perdeu força nos últimos anos para uma laicidade profunda e perigosa. E sendo assim que fique para registro histórico esse momento crítico dessa parte da humanidade, que resolveu, provavelmente por estímulo forçado artificialmente a rejeitar todo e qualquer valor que fornecia segurança para seu futuro. A liberdade tem vários inimigos, e um conjunto oportunista existe, onde associações improváveis se aconchegaram para a destruição de um estilo de vida que causa desconforto para seus membros que amam o controle completo de populações. Afinal, a possibilidade de ser feliz e realizado é algo infame para boa parte desse grupo aconchegado em ressentimentos diversos, elitismo e fanatismo. Talvez essa crônica fique longa, pois são tantos detalhes para abordar, tantas reentrâncias para percorrer na estrutura dessa realidade surreal, mas se torna necessário para ao menos oferecer um cenário compreensível para o público que vier ter acesso a esse texto. Na decomposição desses fatores temos: os globalistas, não confundir com globalização comercial, que é algo muito positivo para o comércio de forma geral. O comércio mundial gera riqueza, prosperidade, vida em alto nível de qualidade para muita gente. E de dentro de toda essa prosperidade surgiu algo muito nocivo para todo o conjunto, uma elite extremamente rica, que apenas por possuir fortunas incalculáveis se acham diferenciados de mim e de você. Certa vez em uma crônica hoje presente em um dos meus livros eu já mencionei, não são diferentes, quando vão ao banheiro, expelem o mesmo tipo de resíduo podre que transportam, e quando morrerem apodrecerão voltando a natureza da mesma forma que qualquer um. Porém de posse de uma certeza adquirida por suas almas, se acham extremamente especiais e dignos de decidir o destino de tudo e de todos. E hoje apoiados pela tecnologia, planejam um mundo enxuto de seres humanos, com todo e qualquer trabalho sendo executado por robôs e inteligência artificial, um mundo despovoado, limpo desses inúteis , nós, que apenas consumimos recursos e sujamos o planeta. Entenda, o planta terra é limitado, ele é algo como uma nave espacial que flutua no universo e chagaram a conclusão que a casa está no seu limite, então vamos esvaziá-la, e apenas permanecerão a bordo os que merecem estar, eles não o restante da população. Essa turma produziu e produz vários métodos com o objetivos de redução populacional. Essa metodologia envolve, política, educação , área da saúde e comportamento. Na politica incentivam ideologias coletivistas e redutoras de capacidade intelectual, na área da educação o empobrecimento do ensino básico e universitário , sonegando autores relevantes para o aprimoramento mental, na área de saúde a implementação de experiências pouco testadas e elaboradas que podem ser danosas para a saúde coletiva, com resultados terrivelmente desastrosos. Na área comportamental incentivam e apoiam comportamentos sociais que atingem diretamente a reprodução da espécie. Em vários sentidos, desde ao estímulo para mulheres não mais terem filhos até ao relacionamento entre iguais. Lembrem-se, tudo direcionado para a redução populacional. E por fim incentivam a guerra, o meio mais rápido para eliminar populações e traumatizá-las a ponto de quer e aceitarem qualquer coisa. No fim, esse grupo pretende eliminar os outros dois associados, que enxergam apenas como ferramentas úteis para a construção do novo mundo “perfeito” que desejam.



O outro grupo dessa associação são os islâmicos. Fiéis a uma doutrina religiosa centralizadora, possuem o objetivo de dominar completamente o mundo, sendo assim a única forma de religião no planeta, convertendo ou eliminando qualquer dissidência ou culto diferente. É uma outra forma de pensar a civilização, presa a um rígido código de conduta que acreditam seja divino, produzem uma sociedade que seria imutável. Mas, entre eles existem diferenciações também, ou seja, a guerra e os conflitos não seriam eliminados dentro desse espectro religioso, eles se matam também por diferenças interpretativas de como louvar a Deus. Do jeito que o ocidente hoje está esculhambado na parte comportamental, onde os valores religiosos originais do cristianismo que estabilizavam a sociedade foram abandonados por uma vida hedonista se torna até tentador absorver uma nova cultura moralizadora. Em grande maioria, o cristianismo se transformou apenas em rótulo para oportunistas de todo tipo. Apenas uma minoria que quase chega a irrelevância permanece nos bons valores. O que deve ser entendido é que não existe sociedade sem religião. A religiosidade impõe limites com suas regras, tornam o homem civilizado e colaborativo no conjunto social. Desde os Egípcios antigos com sua Maat que representava uma ordem cósmica que deveria ser obedecida por todos até pelos nobres. De justiça e retidão comportamental dentro da sociedade, até o Faraó era submisso a ela. E assim sendo, se o ocidente perdeu seu lastro religioso, algo vai assumir essa lacuna de fé. O islamismo se apresenta como fortíssimo candidato para ocupar o lugar, seria um choque civilizatório de grandes proporções, e talvez necessário para sobrevivência do conjunto dentro de novas regras. Mas devemos lembrar do primeiro grupo supracitado, os que se consideram donos do mundo não irão de forma alguma querer um mundo islâmico, a religião não faz parte da agenda deles. Já trabalharam para destruir uma religião, no momento certo atacarão o aliado de hoje. E por último temos os comunistas, ou socialistas ou se quiserem, progressistas de várias tendências. Do mais vermelho até ao constrangedor rosa choque. Essa turma serve de peão, são as ferramentas básicas dos globalistas, proporcionam infraestrutura para nivelamento do mundo a um terreno limpo e estéril. Com uma combatividade persistente e metódica produzida por doutrinação sistemática de massa, agem em blocos coesos e fiéis a toda diretriz coletivista que lhes foi induzida mentalmente nas bancas universitárias por muitos anos. Não há aqui espaço para raciocínio coerente, apenas lealdade com a doutrina ideológica que possuem, o resultado não importa, se for para cumprir o objetivo, mesmo que isso represente se destruir completamente no cenário. São a melhor e mais eficiente ferramenta dos globalistas, trabalham para a causa sem entenderem a razão, e no fim, serão descartados ou colocados em algum depósito, como as ferramentas usadas na construção do alicerce de uma obra. Os Chineses comunistas que são grandes colaboracionistas desse primeiro grupo da Nova Ordem mundial que abram os olhos, não há espaço no novo mundo para eles. Como se pode notar, nesse grupo de conveniência todos são espertos e todos pretendem, no fim, passar a pena nos outros e se tornar predominante. Numa interpretação bem reducionista: malandragem de mais dá problema. Eu acredito que a turma melhor preparada e planejada para a transformação seja os membros seletos da NOM. Poderosos financeiramente, influentes, versáteis, dissimulados, e sem nenhum constrangimento ético, vão se sobrepor aos seus associados de ocasião. Afinal, um planejamento de décadas a fio não pode ser ameaçado por religiosos e comunistas. No Admirável Mundo novo não há espaço para ideologia e religião, “deuses” não se ocupam com essa trivialidades. Eu devo desembarcar desse mundo em breve, sou velho e doente, mas não posso deixar de oferecer esse alerta, dentro da minha fragilidade evidente deixo para posteridade o recado de Immanuel Kant: “Ninguém me pode obrigar a ser feliz à sua maneira”. Assim sendo aproveitem o que ainda resta de humanidade ou de alguma forma reajam ao que se apresenta como futuro no horizonte.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ


Citação: frase de Kant retirada do livro A constituição contra o Brasil de Roberto Campos. LVM Editora.



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