domingo, 14 de julho de 2024

A jaula psicológica.

 

                                                           Image by fszalai from Pixabay.





A jaula psicológica.



Onde estaríamos se não fosse nesse agora? Assim submetidos ao perímetro estabelecido de forma sutil para abrigar de forma compulsória todas nossas vontades, e ainda assim acreditarmos que somos livres? Compartimentalização, é o termo adequado que se aplica aqui, como fluidos entre anteparas estanques numa subdivisão de tancagem de produtos, vivemos em atmosferas psicológicas distintas, e as reações ambientais nesses espaços não correspondem exatamente a realidade lá fora. Até porque, tanques de estocagem necessitam de atmosfera própria e adequada para que não entrem em colapso ou voem pelos ares em alguma reação inadequada de compostos inconvenientes para o lugar. Claro, nem todo mundo ocupa esses espaços, há um reduzido contingente que vive em liberdade intelectual estabelecida por independência de fatores doutrinários e alienantes da sociedade, impostos por doutrinação de massa, sempre existem os resistentes ao tratamento oferecido para a homogeneização de pensamento. Questionar-se, duvidar da qualidade do que lhe oferecem, obter a comprovação efetiva a respeito do que lhe disseram e aplicar com metodologia de vida a desconfiança. A busca pela verdade deve ser prioridade por quem realmente pensa e possui uma capacidade intelectual superior. Essa característica, a curiosidade somada a insatisfação com parâmetros definidos sem que possam ser evidenciados como verdade incontestável é um claro sinal de uma inteligência superior. Todo aquele que se abriga confortavelmente em regras estabelecidas por terceiros sem que haja questionamento do real motivo de ser assim, se entregando a um controle mental sem indagação a respeito da estrutura oferecida, não possui capacidade de raciocínio suficiente para se estabelecer como referência nem para si mesmo, e muito menos para um grupo. Portanto, não passa de um prisioneiro de seus limites cognitivos. A ilusão do saber, já mencionei isso em outra oportunidade, constitui a atmosfera restrita da bolha ideológica, onde foi criado o recurso que entorpece a cognição, criando a dissonância permanente dentro da certeza que se está de posse da verdade, mesmo que isso não seja real. Não se enganem, muita gente está presa nesse espaço programado, construído para reter a capacidade intelectual dentro de valores específicos que são do interesse de quem os controla. Não existe espaço mental suficiente nessa jaula mental para abrigar o questionamento e a divergência, aqui temos apenas a arrogância impertinente do Napoleão de hospício. Ou nunca se deparou com alguém de esquerda com o nariz empinado na certeza de ser inteligente, sem perceber a decrepitude da sua forma de pensar? Lembre-se da velha estratégia ao lidar com gente problemática, sempre concorde, ou irá, caso contrário assim arrumar um conflito. Nessas fantasias substitutas que criam para conviver com a realidade, eles vivem uma distopia anárquica, onde o mundo não funciona necessariamente como deveria, mas segundo um padrão estipulado por seus delírios pessoais. Mergulhados no conforto artificial dessa ilusão do saber construída para abrigar seus prisioneiros da hostilidade intelectual verdadeira, vivem sem constrangimentos maiores acreditando que realmente quem está fora da gaiola são eles e não os outros, os que pensam. Uma esquizofrenia induzida por programação política de larga escala para um determinado fim, destruir o mundo como o conhecemos. A prisão mental é cruel, pois desmoraliza seu prisioneiro, ao o impelir para atitudes constrangedoras em público, e a proferir discursos sem nenhum sentido lógico quando fora de seu espaço de conforto. E claro, tudo isso, esse confinamento mental, não os impede de levar uma vida perfeitamente normal em outras áreas de atuação humana. Um alienado político em sua jaula mental pode ser um bom profissional em qualquer situação, mesmo tendo seu intelecto preso na surrealidade politica particular, mas basta opinar a respeito do assunto “política” que se torna evidente esses seus tantos limites de atuação cognitiva. As grades da jaula psicológica se materializam para o espectador do discurso. E isso se torna interessante para a avaliação de profissionais em diversas situações, porque exibe o real alcance mental e cultural do indivíduo dentro do contexto social no qual vive. E essa exibição de particularidades pode definir o nível de intelectualidade que você deseja ter próximo a si. Não se trata de discriminação , apenas cuidado com sua própria saúde mental, não se relacionar com disfuncionais protege seu espaço e seu cenário de contaminação inconveniente por tergiversações oblíquas na textura da realidade onde se vive. No fim não passa de uma assepsia qualificada de relacionamentos para uma vida psicológica saudável.


Mas nada disso é novidade, ajustando os parâmetros aqui e ali, temos a velha fábula do mito da caverna de Platão. As diferenças estão em como os indivíduos estão dentro dessa caverna, não estão acorrentados de fato como no mito clássico, não são simples prisioneiros que não podem escapar, e o único que escapou viu a luz do conhecimento no exterior. Não querem escapar porque não enxergam as correntes, pois essas são mentais. O mito da caverna simboliza a busca pela verdade, a liberdade intelectual da ignorância presente em determinado ambiente. Essa alegoria filosófica representa a luta contra o controle de corações e mentes, que se permitem manipular, criando uma paixão incontida pela prisão que os acomoda. A educação a reflexão a respeito da sua própria situação e a crítica ao ambiente devem ser estimuladas para que haja esperança de liberdade. A ilusão aprisiona delicadamente proporcionando até prazer e sentimento de valor e pertencimento a algo nobre, quando na verdade o indivíduo não passa de um escravo coçando suas feridas em meio a sujidade do ambiente infecto que ocupa. Acreditando assim, nas sombras oferecidas pelos manipuladores, a turma hoje se envaidece de ser prisioneiro na caverna socialista que lhes foi oferecida na juventude como opção de moradia mental. Este procedimento presente no diálogo de Sócrates e Gláucon inicia com a palavra de Sócrates: “Em seguida compara o efeito da educação e da sua falta na nossa natureza a uma experiência como a seguinte: imagina seres humanos habitando uma espécie de caverna subterrânea, com uma longa entrada acima aberta para a luz e tão larga como a própria caverna. Estão ali desde a infância, fixados no mesmo lugar, com pescoços e pernas sob grilhões, unicamente capazes de ver à frente, visto que seus grilhões os impedem de virar suas cabeças. Imagine também a luz de uma fogueira acesa a certa distância. Acima e atrás deles. Também atrás deles, porém num terreno mais elevado, há uma vereda que se estende entre eles e a fogueira. Imagina que foi construído ao longo dessa vereda um muro baixo, como o anteparo diante de manipuladores de marionetes acima da qual eles o s exibem”. Este é o exato procedimento usado até hoje para criar alienados. Cria-se o ambiente claustrofóbico e resistente a propagação do real conhecimento, assim obtém-se a narrativa que será oferecida através das marionetes, e com persistência e anos de aplicação, temos assim o militante socialista, que crê do fundo da alma naquilo que lhe foi ensinado por anos dentro daquele espaço doutrinário. Adulto, formado, não é mais capaz de notar a jaula que construíram em torno da sua psiquê. Sua personalidade tem o formato do molde onde o colocaram, viverá para defender esses valores, combater a realidade e a verdade, porque, afinal, o mundo psicológico onde vive não corresponde a realidade. Será portador de uma impertinência pertinaz, onde expressará uma vaidade exacerbada por acreditar ter razão nas minúcias políticas que se apresentam no mundo. Passam a viver exclusivamente dentro do seu rebanho. A jaula psicológica oferece uma sensação de pertencimento a algo especial sem ser. Poucos, muito poucos conseguem escapar desse domínio, a superação e desintoxicação se torna algo quase sublime e milagroso. Portanto, nunca esperem nada dessa gente, caso perdido. O que apresentarem, provavelmente será apenas dissimulação por sobrevivência. As crenças originais ainda estarão lá, enraizadas no subconsciente afetado desde o inicio do processo.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ



Citação: O mito da caverna. Platão. Editora Edipro.   



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