domingo, 28 de julho de 2024

Parestesia econômica.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Parestesia econômica.



Deveríamos ter uma lei onde agressão ao livre mercado seria crime inafiançável. Um pequeno e singelo detalhe que pouparia diversas populações de empobrecimento e miserabilidade acentuada. Só essa proposta já deve ter provocado um espalhafatoso rumor nas tripas dos socialistas. Afinal, tal procedimento impediria uma das prediletas taras coletivas, a concentração de poder. Eles preferem a dormência demente do processo conspurcado de vilania que tanto apreciam, a estagnação aprimorada nos erros conceituais de gestão econômica introduzidos em seus subconscientes metodicamente para evitar que enxerguem a verdade, a liberdade é o único caminho da prosperidade. Onde necessidades serão satisfeitas tanto por quem demanda quanto por quem produz, e que a qualidade da oferta também estabelecerá os parâmetros de filtro para consumo. Boa qualidade naquilo que esse produz, boas vendas e estabelecimento natural de uma clientela fiel para seu produto. Ao garantir satisfação do demandador o produtor cria uma relação de cumplicidade proveitosa e produtiva dentro do mercado, e com isso estabelece preços que garantirão o pagamento de seus custos e ainda um retorno como lucro, que poderá guardar como poupança ou usar esse capital para aumentar sua produção. Nesse ponto se obtém a expansão da economia e o enriquecimento da sociedade. Produtos diversos são negociados, mão de obra qualificada se valoriza, quanto mais qualificada mais valiosa e passível de ser oferecida e contratada a um preço maior. Um carpinteiro terá um preço para seu trabalho, um mecânico outro, um agricultor terá um preço que possa estabelecer de acordo com a qualidade de seus produtos alimentícios que produz. Aquele que produzir um café de qualidade superior quanto ao sabor, poderá precificar esse café bem melhor no mercado do que aquele que produz um produto mais básico. No livre mercado a qualidade estabelece o sucesso, e a falta dela cria a falência. De café a cadeiras feitas pelo carpinteiro, ou a manutenção de motores, motores mais sofisticados e raros exigirão mais especialização, e portanto, terão mão de obra mais cara. A dança dos preços e dos custos vai variar livremente amarrada na demanda, porque mesmo algo de ótima qualidade, não venderá se o preço for abusivo, e afugentar o provável cliente do serviço ou comprador do produto. O mercado se autorregula dentro dos valores plausíveis e justos para as partes envolvidas na negociação. Todos querem ganhar, mas o equilíbrio tem de ser buscado por todos onde se possa negociar sem destruir a demanda por excesso de preço. Isto é que foi apelidado pela esquerda de capitalismo, mas é apenas um mercado livre, fora de controle estatal e com possibilidades infinitas de progresso. Regulamentar, tributar, invadir e tentar controlar suas características, apenas funciona como um freio na realidade que desestimula a produção de atividade econômica. É o b a bá da economia, basta soltar o casal de fatores no campo e deixar que se reproduzam infinitamente, o consumidor e o produtor. Mas socialistas receberam outra visão do sistema, a necessidade quase sexual de controle pleno, os faz perder rendimento no desempenho, e o crescimento econômico fica comprometido, o resultado óbvio se vê por aí, países puramente socialistas mergulhados em miséria e controlados brutalmente para que não haja revolta. O problema já está claramente evidenciado, mas por paixão à doutrina, não largam o procedimento. Essa gente acha um absurdo a liberdade, entendem o que é livre como um agressor da sua lógica particular de enxergar o mundo, que observam dentro de um armário mental claustrofóbico e limitante quanto ao raciocínio multifacetado e abrangente. Muita vezes, por necessidade de oxigênio, alguns deles abrem concessões,  consideram largar seus valores, para que algo pior possa ser evitado, mas até para isso é preciso intelectualidade com alguns recursos a mais. Vejam, chineses, que não são burros, oferecem alguma liberdade econômica para produzir e demandar, e isso faz toda a diferença. Eles, os chineses, confinaram a ideologia no partido e na política, a economia flui com certa liberdade, e são um sucesso, aparentemente. Afinal, feitiçarias ideológicas não combinam com economia.



Mas na verdade toda essa estrutura coletivista e que impacta no progresso já está em nós, ela foi apenas potencializada por ideologia para se tornar sufocante e impeditiva para o progresso de forma geral. Nem nisso Marx foi original, ele apenas trabalhou algo já presente em nós. Desde tempos imemoriais nos agrupamos de forma organizada para caçar, sentimento de grupo, de equipe para realizar determinadas tarefas, onde a força de apenas um só indivíduo não seria suficiente para dar conta do projeto em curso. Grupos são necessários na vida social, o que não se deve fazer seria perder a própria identidade e a capacidade de raciocínio individual de fazer escolhas que tenham mais a ver com sua parte pessoal do que com o grupo, a qualidade de diferenciar o que é saudável para si e o que é prejudicial. O Dr Jonatthan Haidt tem uma abordagem interessante a respeito desse comportamento e o que é preciso para lidar com ele, “o interruptor de colmeia” algo que levasse o indivíduo a se desconectar do grupo e passasse a enxergar os valores individuais o que levaria a um raciocínio independente. Uma desconexão psicológica onde fosse permitido escapar da padronização de grupo, uma padronização gregária e que permitisse acesso a outros níveis de consciência. Somos unidades e somos grupo ao mesmo tempo, e necessitamos das duas formas para a sobrevivência, mas não podemos e não devemos permitir que nos anulem individualmente em definitivo. O efeito coletivo é desejável apenas em algumas circunstâncias, mas na atividade econômica se mostra danoso ao processo e suas características de interesses múltiplos e diferenciados. O Dr Haidt aborda: “Somos como chimpanzés quando agimos como primatas cujas mentes foram moldadas pela competição incansável de indivíduos com seus vizinhos. Descendemos de uma longa linhagem de vencedores no jogo da vida social. E por isso que somos Glauconianos (vide Glauco irmão de Platão), geralmente mais preocupados com a aparência da virtude do que com a realidade como na história de Glauco e o anel de Giges. Mas a natureza humana também tem uma camada de senso de grupo mais recente. Somos como abelhas quando agimos como criaturas ultrassociais cujas mentes foram moldadas pela competição incansável entre grupos. Somos descendentes de humanos ancestrais, cujas mentes dotadas de senso de grupo os ajudaram a se tornar coesos, cooperar e superar outros grupos”. E prossegue. “Minha hipótese é que seres humanos são criaturas de colmeia condicionais. Temos a capacidade (sob condições especiais) de transcender o interesse próprio e nos concentrar (de forma temporária e extática) em algo maior do que nós mesmos. Essa habilidade é o que chamo de interruptor de colmeia”. Entenderam? No coletivismo socialista não existe esse mecanismo temporário e extático de integração a colmeia, você permanece eternamente no modo específico de colmeia, coletivo, sem vontade própria, Não há interruptor. O que deveria ser provisório para uma determinada situação, militar, esportiva, vira algo de controle social permanente. E dentro de um coletivo não há espaço para liberdade pessoal e sem ela não existe livre mercado e desenvolvimento fora dos parâmetros especificados por um único comando. O que leva a sociedade ao nível improdutivo devido ao desinteresse em gerar produtos os quais não se possui o controle de preços e níveis de produção. Tudo é controlado pelo governo, gerando desestímulo generalizado de produção. A cadeira e a mesa que o carpinteiro ou marceneiro produziram, são precificados pelo governo e não pelo profissional que os produziram. Qual o estímulo para dar qualidade naquilo onde você que produz? Não tem o direito de estabelecer o preço que acha justo? Sobra apenas aquela sensação desagradável de que não há liberdade.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


A mente moralista. Jonathan Haidt. Alta Cultura Editora.



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