domingo, 18 de dezembro de 2022

A hora do absurdo.

 

                                               Imagem de Jean-Louis SERVAIS por Pixabay.


 A hora do absurdo.


Então, estamos naquele momento onde os descendentes daquela geração de Woodstock chegaram ao poder. Aquela canábis toda somada ao ácido lisérgico não produziu boa coisa evidentemente, os sinais de desequilíbrio completo evidenciam com um cenário nonsense, que o absurdo virou a regra e que toda vontade deve ser priorizada em detrimento do desejo dos outros, o que acaba sendo um contrassenso pois obriga alguém a aceitar um comportamento que agride suas escolhas. A regra “seu direito acaba quando começar o direito do outro” foi extinta. Entenda, você hoje é obrigado a engolir o chilique do outro sem reclamar, ou assim estará você sendo intolerante. Em um manicômio nunca diga ao Napoleão que ele não é Napoleão de fato. Chegamos no momento histórico onde o caroço é mais importante que o angu, a verruga é a parte preponderante da pele, onde se come a casca e joga-se a banana fora. Parece piada? Mas não é, é a realidade que estão construindo para um colapso civilizacional sem precedentes.


Alguma coisa deu muito errado na criação de toda uma geração humana nesse período sem grandes conflitos mundiais. Hoje temos adultos, muitos até já chegando na terceira idade com uma nítida infantilização comportamental que trafega cognitivamente na margem limite da sanidade. Hoje profissionais que ocupam posições de decisão nutrem um ressentimento que não lhes pertence, por não terem vivido o que gerou o sentimento, pois se situa numa ancestralidade perdida no tempo. Resgata-se uma culpa que não pertence ao presente, para assim justificar desejos imaturos. Funciona como penalizar judeus hoje por escolherem no passado Barrabás. Deve ser uma deturpação do conceito bíblico do: “pecado dos pais”. Curioso, porque essa gente também quer editar a bíblia, retirando aquilo que eles consideram inconveniente. E assim teremos uma divindade revisada e seguindo aos parâmetros estabelecidos pela criação. A criatura estabelece o que Deus deve pregar, seria isso realmente Deus? Entendam, essa geração não admite que nem mesmo Deus discorde de suas convicções. A arrogância é uma das suas principais características.


Com essa fragmentação psicológica abrangente e profunda tudo indica que o processo lógico de construção da personalidade foi seriamente danificado no percurso. O Dr Murray Stein cita Jung a respeito desse processo: “Para Jung, o desenvolvimento psicológico acompanha a trajetória do desenvolvimento físico até certo ponto. pode ser dividido em duas partes: a primeira metade da vida e a segunda. Num curto mas fecundo artigo intitulado “Die Lebenswende” (as etapas da vida humana), ele descreve essa trajetória do desenvolvimento usando a imagem do sol nascendo pela manhã, atingindo o ápice ao meio-dia, declinando ao longo da tarde e mergulhando, finalmente no seu ocaso ao cair da noite”. Pois é, o sol dessa gente estacionou no amanhecer. Psicologicamente não cumpriram todo o ciclo natural de amadurecimento como pessoa completa e pronta para possuir uma existência equilibrada e coerente. Estamos naquele momento que Theodore Dalryple citou: “para entender as pessoas, não será mais necessário perdoar tudo, pois não haverá nada a ser perdoado, todos se comportarão de maneira razoável”.


Ele também enfatiza: “o homem não transmitirá mais a miséria ao homem, com no poema de Larkin; ele passará o conhecimento, conhecimento e sabedoria que, a essa altura, serão contíguos. O conhecimento secretará sabedoria como o fígado secreta a bile”. Não precisa dizer que nesse mundo entediante utópico e sem infelicidade o colapso seria uma questão de tempo. Theodore Dalryple também cita: “pois o homem não é um animal que resolve problemas, mas sim um animal que os cria”. O ser humano, precisa do desafio, da rejeição da derrota, da tristeza, para se estruturar internamente, se consolidar ou até se perder definitivamente se não estiver preparado para gerir toda informação necessária para sua construção como indivíduo. A utopia se dilui e escorre pelo ralo da realidade por não ter consistência para ser aplicada em seres complexos e imperfeitos, que em nenhuma hipótese conseguem se enquadrar perfeitamente na artificialidade de padrões ideológicos produzidos por devaneios de controle. O ser humano não é um produto de linha de montagem, onde todos os seus elementos seguem a uma rigorosa padronização.

O desejo de customizar o ser humano sempre vai habitar peremptoriamente os escaninhos psicológicos de uma parte da sociedade, geralmente a mais bem-sucedida, rica e que desenvolve seus cacoetes de controle. O excesso de bens causa distorções de personalidade produzindo uma “aura” divina e de poder que envenena o íntimo de quem não tem estrutura para suportar a carga do sucesso. A falta ou o excesso não são bons conselheiros, acredito que alguém já disse isso por aí, e com uma sociedade frágil psicologicamente vamos caminhando para o precipício onde a civilização como conhecemos vai se encerrar ao se atirar nele sem ao menos perceber. O que virá depois? Não sei se será do agrado daqueles que ainda pensam, a não ser que você esteja incluído no grupo dos privilegiados. Estamos na hora do absurdo. O cidadão comum que sobrar será padronizado e etiquetado para algum determinado fim específico definido pela elite.



Gerson Ferreira Filho.

ADM: 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações: Jung o mapa da alma de Murray Stein Tradução Álvaro Cabral revisão técnica Márcia Tabone quinta edição São Paulo 2006.


Evasivas admiráveis. Como a psicologia subverte a moralidade. Theodore Dalryple Tradução Julia C. Barros Editora São Paulo É realizações 2017.



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