segunda-feira, 13 de março de 2023

A fronteira a qual você se impõe.

 

                                              Imagem de Ylanite Koppens por Pixabay.


  A fronteira a qual você se impõe.




Limites, perímetro, localização dentro da realidade plausível e aceitável como o plano estabelecido de existência confortável. Aquela região na qual você se prendeu por não achar justo o desafio pronto que lhe era oferecido para ousadamente conhecer novos endereços cognitivos dentro desse oceano de possibilidades. Sua ilha, seu lar, seguro como um castelo, onde seus sonhos, amontoados num sótão empoeirado jazem em decúbito aguardando seu fim. A oportunidade canta como sereia por detrás daquela linha infinita onde se ocultam todos os riscos e chances de fracasso, aguardando seu atrevimento tenaz com a pertinácia de demônios sedutores clamando por uma nova vítima. Mas nesse cruel confronto está todo o sabor perfeito de uma possível vitória, escamoteada entre subterfúgios que irão portanto, impedir sua glória pois sua timidez e temeridade venceu o jogo, a acomodação na parcimônia medíocre prevaleceu e armazenou seus sonhos no limbo excêntrico e parvo numa atmosfera modorrenta de situações insignificantes. Não reclame você escolheu isso. Para ser de fato alguém, para conquistar o prêmio, tem de lutar, tem de fazer a alma suar e gotejar sacrifício no caminho da batalha. Se igualar aos exemplos poéticos dos heróis, que na sua suposta existência tiveram seu nome no panteão daqueles que não fugiram da promessa, aos guerreiros o paraíso. Mire-se na ousadia dos grandes navegadores, imortalizados na poesia de Fenando Pessoa, que destemidamente se entregavam aos braços do desconhecido, com poucas esperanças de voltar ao seio dos seus amados. Como ele citou: “Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. E tudo assim se delimita por seu tamanho, Se você quer realmente ser, ser em plenitude existencial ou desaparecer na incerteza líquida de Ortega y Gasset, com suas metáforas parafraseadas de tal conteúdo como: “é preciso se perder, para encontrar o que não se acha” , na sua ode aos náufragos. Não tema o existir porque segundo o filósofo, “a saber, que viver é sentir-se perdido – aquele que o aceita já começou a se encontrar”.



Então, dispa-se dessa falta de propósito, há de se ter desconforto, de penetrar à noite entre livros e conceitos, furtivamente enquanto todos dormem arquitete seus planos, afie sua espada mental, sorria do cansaço que fustiga seu corpo e sua mente, tentando seduzi-lo com um repouso consolador. E renasça para surpresa de todos um novo ser, moldado no sacrifício, e capaz de fazer a diferença onde quer que vá contribuir com sua qualidade. Faça-se indispensável e se mesmo assim o recusarem, azar o deles, ao escolher não o mérito mas a monotonia do mais ou menos. O resultado virá e você não terá nada com isso. Pois, geralmente a recompensa do diferenciado é o ódio e a inveja do incapaz, que não possui objetivo a não ser sobreviver com artimanhas inescrupulosas do seu pobre perfil mental. Ao se perder no sacrifício, você se encontrou na aurora existencial totalmente pronto. Neste específico lugar, seu horizonte se deslocou, sua fronteira mental não tem mais tamanho, não pode mais ser medida por instrumentos tímidos e sem ousadia. E mais uma vez citando Ortega y Gasset: “A metafísica é solidão. Os outros poderão nos por no caminho em direção a ela, mas quando de verdade, fazemos metafísica, isto é, quando fabricamos nossas convicções radicais, temos de fazê-lo cada um por si e para si, em solidão radical!”. No fim, tudo o que resta será você, não espere companhia neste seleto mundo, pode até existir, mas será difícil, muito difícil, poucos ousam romper a fronteira, enfrentar o desconhecido, sacrificar bons momentos do agora por um alvo no futuro. Assim, pois, temos então, toda a mediocridade que nos circunda. Onde pretensos intelectuais com toda sua indiferença embotada de arrogância subliminar, essa gente que comanda a realidade imposta aos acomodados, extenuados com sua falta de objetivo, e assim em associação, conduzem o mundo para o desastre.



No fim, tudo depende de uma escolha pessoal, e de determinação para evoluir. Muitos se satisfazem com o corriqueiro, vivem felizes dentro desses limites, mas caso você perceba desconforto nessa situação, não demore em agir, ou sua vida se passará neste nível. Há quem se sinta muito bem em não ser nada, parabéns, se essa for sua escolha, se se sentir feliz em plenitude assim ótimo. A liberdade sempre como parâmetro fundamental. Na verdade, a maioria esmagadora passa a vida sendo enganada com novelas e no jornalismo televisivo. E não querem mudar, estão perfeitamente adaptados e integrados neste perfil existencial, lutarão de forma feroz contra quem ouse modificar essa realidade. Deixe-os quietos. O despertar não pode ser imposto, ele surge, geralmente sob o chicote cruel da realidade, com seu flagelo esfomeado por nacos de carne humana. Continuarão a ver seus programas televisivos, assistirão o seu futebol, irão à missa e ao culto e farão sexo. Continuidade perfeita para um devaneio lúdico de performance exata. Sem ação corpo em repouso, nada acontece. Até que surja alguém que pense por você e decida que você é um inútil e não precisa mais existir. Sua presença não se mostrou necessária e até é inconveniente para a natureza que sofre com este excesso de comodismo. Ao se estabelecerem dentro desse cercadinho conceitual, onde reina a paz do cotidiano repetitivo e sem criação, apenas se multiplicando e consumindo violaram uma regra básica universal do cosmos, tudo se move, tudo evolui, tudo se movimenta. A transformação provém do caos que nós somos, e compete a todos nós como participantes dessa realidade a busca constante da diferenciação por sobrevivência. Aquele que permanece, cai.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citações: Fernando Pessoa Antologia poética Ediouro.


José Ortega y Gasset diversas obras: A Rebelião da Massas. Lições de metafísica, O homem e os outros e Sobre a razão histórica. Vide Editorial.


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