quinta-feira, 23 de março de 2023

Nas bordas de lugar nenhum.

 

                                              Imagem de Arek Socha por Pixabay.



Nas bordas de lugar nenhum.



Então, caminhando assim despretensiosamente neste paralelismo temporal onde a lógica deslizou para algum canto de um sincronismo imperfeito na estrutura do espaço, fluímos em pura disforia de forma abrangente, na estrada do contrassenso que nos resta. Parte da sociedade enlouqueceu, justamente a parte predominante e que ocupa muitas vezes postos de liderança e comando. A rotina estabelecida, a lei, o procedimento, a ética, a honra, o pudor e a esperança não pertencem mais ao nível onde nos encontramos. Habitamos a realidade que essa insanidade conspurcada e expelindo essências malignas sem nenhum recato para que nos submetam ao ultraje sem resistência. Fundamentados numa massificação ideológica destrutiva que corroí o corpo e aniquila a alma, a infâmia se impõe como atributo obrigatório para que seja permitido viver, com uma licença que não possui nada de poética mas assim tem de ser encarada com um sorriso, um sorriso de aceitação. Nessa plataforma existencial temos um líder conduzido ao cargo máximo por grande parte da sociedade, a parte onde se misturam os ignorantes, os doutrinados e os idiotas úteis, que violam a lógica econômica diariamente com uma equipe digna de uma trupe circense, tornando público desejos malignos de aniquilação de desafetos e ainda, este líder acusa a sua polícia de elite de participação em conspirações a tornando sem idoneidade para operar. Algo equivalente a chamar sua esposa de meretriz. Mas não se preocupem, ou tenham esperança, nada irá realmente acontecer com o mandatário, ele é sagrado, objeto de culto e símbolo máximo de muita gente importante. Neste círculo específico a urina dele deve ser usada como fluido redentor, algum tipo de água benta que eleva a condição espiritual dessa turma. Nunca subestime a idolatria em suas diversas representações. A necessidade humana de assim arrumar um totem, para chamar de seu, e cuidar simbolicamente de si como um santo protetor está na nossa natureza, poucos escapam dessa realidade. E uma vez dentro desse processo, nenhum constrangimento existe mais quando a pessoa se torna propriedade psicológica de algo ou alguém.


Vivemos a insensibilidade de uma metáfora infame que nos aprisiona a alma na espuma de dejetos ideológicos expelidos por intelectuais sem profundidade metafísica, rasos, sem possuir o próprio pertencimento de si, pois os loucos não se possuem, mas são dominados por outros através de doutrina. Citando Ortega y Gasset, “A vida é saber-se, é evidencial”. E como o método predominante na doutrina que os domina não se evidencia nunca em sucesso, podemos concluir que estes supostos sábios revestidos de empáfia pedante são apenas escravos mentais de um método que propagam como se fosse uma panaceia que a tudo pode curar , mas na verdade corrompe e destrói tudo o que toca. Oculta é a face da razão que a tudo assiste e sorri desse pleonasmo político que se mantém vivo graças à ignorância do homem. Circunstancialmente o homem se destrói, se exclui da existência por exageros de método, de procedimento, de falta de sustentação filosófica ao abandonar a margem segura da coerência para se satisfazer fortuitamente com devaneios artificiais de origem duvidosa. Convenhamos, o delírio é charmoso e sedutor, desejar a igualdade entre todos os homens parece tão inclusivo, tão justo, algo de textura redentora em um mundo tão desigual. Já montaram um quebra-cabeças? Um Puzzle? Tentou encaixar uma peça onde ela não pertence? Pois bem, lamento informá-lo, o ser humano é assim, ao tentar encaixá-lo em qualquer lugar fora daquilo a qual foi destinado vai gerar no mínimo desconforto, deformidade na estrutura geral, e colapso geral de montagem do todo. O ser humano tem qualidades e vontades específicas, e deve ter liberdade para ir para onde se encaixar no todo para construir a realidade. Uns terão posição mais relevante, outros ocuparão a periferia da realidade estabelecida para assim de forma simples cumprirem seu papel pessoal sem protagonismo. Sabendo-se e assim evidenciando-se a realidade equilibrada se constrói e flui mansamente dentro da verdade. E Ortega y Gasset acrescenta: “Todo viver é ocupar-se com um outro que não é o mesmo, todo viver é conviver, encontrar-se em meio a uma circunstância”.


Já tem mais de século que intelectuais de esquerda tentam forçar a artificialidade comportamental na estrutura do mundo. São persistentes no seu trabalho, buscam adaptações periódicas e temáticas para vender seu produto, são muitos, através do tempo adquiriram predominância e importância na sociedade, seu produto principal tem aspectos de romantismo igualitário e inclusivo, e isto parece agradável a todo coração sensível, quem é do bem, se preocupa com o próximo, tem até teores de cristianismo. Algo como: o criminoso de hoje que violenta e mata de forma sanguinária não possui culpa em si, mas a sociedade que ocasionalmente não ofereceu a ele oportunidades de ser feliz e completo é a verdadeira culpada. Sendo assim, tem passe livre para ser um monstro incontrolável, arruinando vidas por onde passa. Entenderam o desvio moral que assim de forma brutal se colhe quando se tenta encaixar algo que não pertence ao seu lugar de origem em qualquer situação? Isto é apenas um exemplo entre tantos outros possíveis de ser percebido quando se procura trabalhar a realidade fora de suas regras, e se é possível conviver com isso, estamos abrindo um mundo de possibilidades para qualquer situação inusitada e antes inaceitável na sociedade civilizada. Regras civilizatórias, se quiser quebrá-las, conviva com as consequências. Se um criminoso não tem culpa de seus crimes, se isto pode ser aceitável, por que não um molestador de crianças? Afinal, coitado, ele também possui apenas algum desvio comportamental adquirido provavelmente em algum momento de estresse no passado. E assim todos os filtros da civilização organizada e regrada vão caindo. De licenciosidade em licenciosidade a devassidão vai silenciosamente ocupando todos os espaços possíveis da realidade, até que não se saiba mais o que é realmente correto. E sendo assim, como ensina a história, aquela que conta a trajetória das civilizações, temos o testemunho da decadência que enfim, trouxe a todos nós nessa borda de lugar nenhum.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: José Ortega y Gasset Lições de metafísica. Vide Editorial. 2019.


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