sábado, 3 de agosto de 2024

Vácuo vinculante.

 

                                                           Image by Mike from Pixabay.




Vácuo vinculante.


Olá turma, que um bom propósito abrigue todos vocês, vamos conversar a respeito da ausência contundente de raciocínio básico no nosso tempo, algo como um vácuo estimulado por ejeção de toda e qualquer razão do interior desse contexto que hoje nos envolve. Há muito mais espaço para abrigar uma ociosidade contumaz nesse ambiente com o propósito claro de fragmentar em injurias a estrutura da realidade, para a partir desse fracionamento, aplicar ousadamente um novo destino, artificial e deturpado, que será a partir desse momento o único caminho possível, mesmo que poucos o aceitem como realidade. Resta saber apenas até que ponto onde o real arquiteto da realidade vai permitir tal injuria prosseguir com esses planos psicodélicos, onde moram todos os delírios ideológicos permissivos de uma geração corrompida. Talvez o critério seja apenas esperar a decomposição e que o material que sobrar da reação de putrefação escorra pelo ralo do destino. Nossa sociedade atual possui um vácuo vinculante com a loucura, podemos dizer que a razoabilidade de sustentação lógica da existência foi substituída por uma vontade contumaz de entrega a qualquer desejo particular que subjaz na escuridão individual de algum demônio impertinente que habita almas desatadas dos laços de controle civilizacional. Esse desarranjo cognitivo empresta ao ser dominado o teor da estupidez necessária para se sentir superior, porque ora, todo estúpido se considera a nata abrangente que empresta sabor a ignorância. Ivan Audouard um escritor francês e jornalista certa vez definiu: “Elucidar a estupidez é, por definição uma estupidez ainda maior”. Não devemos perder tempo com isso, ela apenas se estabelece e procria, envolvendo o espaço mental propício para que possa se estabilizar e vigorar por completo em terrenos mentais baldios e desprovidos de proteção no perímetro de segurança psicológica. Nesse intervalo sem conteúdo, foi instalado uma programação nimbosa que propicia uma chuva constante de hipóteses equivocadas e alagamentos com erros sistematizados para o fim a qual se destina, criar a submissão persistente ao erro. Não é possível lutar contra isso, o correto está em deixar que se consuma e colapse através do tempo, em algum momento a estrutura vai se fragilizar devido a falta de sustentação básica na realidade. Conhece aquele velho aforismo: “cabeça vazia é a oficina do diabo”. Este é o ponto, tratamos aqui disso, desse vácuo de metas, de objetivos, onde a ausência completa de estímulos, gerada por vários fatores, desde a falta de contato com os pais, até a doutrinação de massa aplicada nas escolas e universidades. Imagine uma geração inteira sem contato efetivo com a família, onde iria assim adquirir valores e aprender que tem também deveres, chegar nas escolas e ficarem entregues a doutrinadores com uma cartilha própria com o projeto de domínio e desestruturação social. Tem como dar certo algo assim? Claro que não, hoje somos comandados por essa geração, sem valores, sem ética, sem sensibilidade, máquinas sociológicas de poder, é apenas o que enxergam, poder, domínio, opressão. O outro, o semelhante não significa nada, e para vencer no cenário, se tiver que eliminar a concorrência, não terão nenhum escrúpulo de adotar os mais perversos métodos para alcançar o objetivo. Não se enganem, a humanidade ficou pelo caminho, não há vestígios disso. É possível dizer que o que ainda, de forma frágil mantém a civilização com algum teor conservador são as religiões de forma geral em destaque para o cristianismo. Com seus valores corretos de vida e de família ainda conseguem sustentar uma parte da sociedade dentro de bons valores, se não fosse isso, tudo já teria desmoronado. Os que estão fora desses círculos de influência são apenas instinto, e não há misericórdia na natureza, ela é implacável nos seus desígnios e quem vive somente sob influência dela não se apieda do sofrimento alheio. Psicólogos e psicanalistas construíram uma lógica frágil de que ao contrario de eliminar a estupidez, deu mais representatividade a ela. Ao problematizar todo e qualquer comportamento invasivo, criou-se a lógica do ser de cristal, aquele que qualquer ressonância o faz trincar e se desfazer em cacos do que um dia foi. Isso tem influência no comportamento da sociedade de forma geral, criando sustentação para o que chamam de progressismo hoje. O mundo real é rustico, áspero e muitas vezes machuca e desagrada um ou outro, mas a vida prossegue com o acúmulo das experiências desagradáveis e são elas, que criam a massa psicológica na densidade correta para a sustentação do ser no cenário no qual irá viver, e não em uma pessoa estereotipada e sensível insuportável, incapaz de conviver com o contraditório. Querem um exemplo disso, vou colocar um trecho aqui de um livro de renomado psicólogo: “A estupidez é inevitável, pois somos todos seres humanos. As nossas estupidezes são nossas próprias criações – e as nossas reações a elas também são. Os sinônimos da palavra “estupidez” são muitos: burrice, babaquice, idiotice, inaptidão, besteira… No entanto, o denominador comum é o elemento inerente ao erro. Até a babaquice mais boba (uma piada por exemplo) praticada contra outra pessoa, mas que não foi bem recebida por ela é reconhecidamente um erro. Se o efeito humorístico pretendido não é alcançado, pode ser bem prejudicial, e, por fim o ato acaba se revelando estúpido. Então, fica evidente que raras são as estupidezes realizadas que têm total conhecimento das consequências”.



Então, vamos analisar o que foi dito. O autor reconhece que a estupidez no se humano é inevitável, lógico, somos imperfeitos, somos humanos. Todos nós, de alguma forma temos um grau de estupidez em algum momento da vida, inevitável. Essa estupidez que faz parte de nós, nos ajuda a que construamos nosso perfil psicológico através do tempo, ela engrossa nossa armadura virtual contra a aspereza do mundo real, e um dos principais métodos dessa estupidez é a confrontação com a diferença que sobressai no ambiente. Sim! É estúpido mas é válido, tem função na construção psicológica do indivíduo. Não preciso mencionar os excessos, tudo, qualquer coisa em excesso é prejudicial, até beber água. Sendo assim, se abolirmos até as piadas como se fossem um objeto de agressão ao outro, e sim, elas são mesmo, pois realçam algo que chama a atenção, teremos uma sociedade frágil, que não é capaz de conviver com a crítica, com o confronto, com a realidade. E a realidade muitas vezes desagrada. Precisamos de gente forte, e não de gente com a consistência de um manjar de coco. Eu, pessoalmente vivi essa experiência, de ser referência em ambientes coletivos. No colégio público, no Rio de Janeiro, eu era o único branco legítimo no colégio, não precisa dizer, que por ser diferente de todos os outros, afrodescendentes e pardos, era o alvo principal de todos, era o fantasma, a barata descascada, o sabão de coco, a maisena e algumas coisas mais. Isso me destruiu? Não! Me fortaleceu, claro, tempos depois meu pai me colocou em colégio particular, onde a diversidade era maior e já não tinha problemas, porque muitas vezes a situação acabava em violência, eu tinha uma personalidade esquentada, e partia muitas vezes para a briga. Agora imagine, que tipo de ser humano vai ser produzido onde até piadas machucam? A principal consequência da estupidez humana é o fortalecimento psicológico, a boa convivência com a piada, com a ofensa direta, sem morrer por causa disso. Não gostou? Saia na porrada! Resolva-se e se transforme em um ser humano preparado para a vida real, e não se transforme em um bichinho de pelúcia, frágil toda vida, vivendo angustiado com seus medos múltiplos, produto de uma fragilização imposta por estúpidos com diploma e não se entregue à tutela equivocada de parâmetros comportamentais de hospício.




Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ




Citação:


A psicologia da estupidez. Jean-François Marmion. Editora Avis Rara.  



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