terça-feira, 30 de maio de 2023

A língua coletiva.

 

                                                     Imagem de Ryan McGuire por Pixabay.




 A língua coletiva.



Entre tantas bizarrices e perversões ideológicas do nosso cotidiano do ano de dois mil e vinte e três, início de século vinte e um, surgiu em nosso meio algo inusitado, uma vez que estamos na vigência plena das taras coletivas de pertencimento social em grupos, o conceito indivíduo ficou para trás, coisa de um passado arcaico, segundo essa gente modernosa e prafrentex, coisa de conservadorismo bolorento. E para espanto o que surgiu? Medo dessas autoridades para com a opinião coletiva representada pelas redes sociais. Nada antes tinha conseguido produzir uma opinião tão coletiva quanto o fenômeno de comunicação em grupo chamado redes sociais, nela ideias são forjadas, discutidas, embaladas e entregues para a sociedade como um produto pronto, cria de um processo de refinamento coletivo onde a sociedade hoje agrupada nesses meios eletrônicos de relacionamento. Tudo parece estar certo, dentro das novas regras progressistas de participação social em grupo, mas sendo assim entretanto, esse ecumenismo desejado causa temor na elite sacerdotal dos novos tempos. A opinião gerada, nem sempre coincide com o padrão estipulado pelo clero dos novos dias. Afinal, o agrupamento bovino não pode e nem deve produzir opinião própria, se já existe uma conduta padrão referenciando toda e qualquer atividade de ação ou intelectual na textura da realidade vigente. Essa gente impertinente, que ousa ainda e apesar de tudo se considerar no direito de raciocinar, dirão os clérigos. Não entendem, será possível! Ao homem comum apenas a ração diária, um dócil comportamento e a rotina de estábulo, nada mais. Eu sei, se esse texto sobreviver a essa época, no futuro os que o lerem acharão um tanto estranho, pois é, meus amigos, tempos loucos. Uma camada social se declarou dona de todo esse restante e passou a agir como a fonte de toda e qualquer decisão de governo, de comportamento e de projeção futura. Aqui nesse tempo não há mais margem de negociação fora da esfera divinizada de poder central. Existe apenas os que mandam e os que obedecem, tudo devidamente padronizado para evitar qualquer tipo de situação conflitante com a vontade superior. Uma delícia de mundo, desde que você faça parte do sacerdócio.


Então, obnubilado o coletivo, não se admite a bravura da língua ferina e sagaz de quem não ocupa a alta esfera, causa desconforto ouvir os ruídos do curral. Onde já se viu tal ousadia, que se entreguem a toda sensação animalesca e sexualizada, e nos deixem em paz no conforto idílico da nossa superioridade evidente. No excelso reino das gralhas empedernidas, buliçosas e performáticas com sua indumentária característica, a capa preta que lhes oferece um ar de divindade, não se admite desvio, ou qualquer flerte com algo que se pareça com liberdade. Este conceito não se adéqua ao homem comum. Assim decidiram aqueles que provavelmente ao morrer irão se transformar em essência de Lancaster, acreditam eles. Gente assim, tão excelsa e exclusiva não apodrece, vira perfume. Me perdoem, minha ironia força agora meus lábios para um sorriso sarcástico. E assim, entre um mantra persuasivo e outro caminhamos para que se silenciem as línguas do coletivo, que se diverte trocando ideias em redes sociais, claro, para isso farão uma lei do silêncio, enquadrando qualquer delito nessa área, e naturalmente contarão com os alcaguetes de praxe, como acontece em qualquer regime repressivo. A natureza humana tem diversas particularidades sombrias. Afinal, temos todos que entender que gado não tem opinião, aceita pacificamente o manejo desses criadores e existe dessa forma, apenas com o propósito de gerar lucro com sua carne ao proprietário. Não se sintam mal, tomaram posse de todos nós, apenas com convencimento e doutrinação. Muita gente mamou no leite litúrgico do Carl Marx, muita gente mesmo, e assim temos uma safra especial de idiotas que hoje controlam o mundo. O homem, que tudo que planejou, até a vida pessoal deu errado, criou um estratagema labiríntico, onde cada um que entra não sai mais. Cada corredor uma trapaça intelectual para burlar a realidade e criar convencimento no erro. Nada mais perigoso do que um palerma que se acha culto e com poder. As cercanias de gente assim deveria conter o aviso de: área insalubre. Confesso, nem minha orientação de base dos tempos de Ginásio Franciscano são suficientes para o mais compreender do que ser compreendido como descreve a famosa oração. A insuportável monotonia da ignorância se faz merecedora até de uma breve descrença em algo maior e sublime. O cotidiano construído com a lama podre ideológica prevalece ainda que seja apenas derrota em suas ações. Derrotas infames e comemoradas com alegria incontida por neófitos dessa insana ignominia.


Bom, prende-se a língua e emudece-se o coletivo, pois ele serve apenas para decoração de ambiente. Periodicamente se faz necessário conduzir o gado pela planície para dessa maneira, com sua representatividade volumétrica e de massa, validar mais um período de poder para os escolhidos, conduzidos com os velhos artifícios, o boiadeiro gesticula promessas irrealizáveis, e oferece a esperança ilusória de sempre, um horizonte de possibilidades impossíveis, porque o povo adora tudo isso. Nunca ouse ser sincero na multidão, inverossímil é o espírito da massa, que aprecia o sabor utópico da promessa vazia. Nunca seja sincero para alguém que ama ser enganado. No fim, quem se machuca é você, e até poderá ser perseguido por dizer a verdade. A língua coletiva nem sempre deseja a autenticidade fria da razão. E assim uma nova safra de representantes inúteis será eleita, o cenário precisa de ser composto, o ritual organizado e as aparências garantidas. Afinal, tem de parecer democracia, ainda que a palavra não signifique realmente mais nada.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


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