terça-feira, 23 de maio de 2023

O avanço do retrocesso.

 

                                                        Imagem de Tumisu por Pixabay.



 O avanço do retrocesso.


Sendo assim, nesse exíguo espaço de lucidez coletiva que nos restou, onde ainda sobrevive um pouco de civilização, temos que enfrentar a torrente de insanidade e todo desejo por totalitarismo e controle que aflora de uma época em evidente colapso. Então, entre extravagâncias famélicas por conteúdo ordinário que surge com fartura entre cortinas translúcidas do inconsciente, vamos surgindo aqui e ali no disfarce de hipóteses tardias como um conselho intrometido que ainda insiste em salvar o que parece não ter mais conserto. Há esperança, ainda que em devastado cenário psicológico onde essas metáforas fortuitas dancem freneticamente como caleidoscópio neste caldo cognitivo infame. Margeando suposto mundo real que assim se faz do delírio performático de uma geração afetada, a tradição não representa mais nada, tudo tem de ser revisto e reciclado, para dar lugar a um oceano de vontades reprimidas e mágoas fabricadas criteriosamente para se tornarem preponderantes na estrutura do tempo. Essa desconstrução comportamental que hoje se torna preponderante empobrece a qualidade humana de ocupar criteriosamente seu espaço existencial relativo a todos nós. Fomos destruídos em maioria, poucos sobraram com integridade perceptiva para entender que dentro de todo avanço tecnológico estamos retrocedendo mentalmente no quesito humanidade, Carl Jung aborda esses parâmetros e em muitas ocasiões e citou: “Profundeza e superfície devem misturar-se para que surja uma nova vida, mas a nova vida não nasce fora de nós, e sim dentro de nós”. Devemos utilizar tudo o que somos mas sem esquecer o que realmente somos. Nunca mergulhe tão profundamente em si a pondo de não diferenciar mais o lado de fora e o interior de nossas inúmeras vontades. Ele complementa: “Assim como tendes parte da natureza multiforme do mundo através de vosso corpo, assim tendes parte da natureza multiforme do mundo interior através de vossa alma. Este mundo interior é realmente infinito e em nada mais pobre do que o exterior. O ser humano vive em dois mundos. Um demente vive aqui ou lá, mas nunca aqui e lá.”. E assim temos decifrado o atual desequilíbrio, temos um mundo de dementes, produzido para gerar a tragédia psicológica que vemos, não existe para a maioria um viver aqui e lá, estão presos lá, no profundo universo dos desejos e vontades, e assim, sem entender a prioridade do mundo real, o moldam conforme a profundidade infinita de um mundo particular. A realidade não serve mais, se eu me sinto como algo diferente, embora a realidade contradiga minha vontade, vou forçar a verdade até que ela se ajuste ao meu desejo, essa é a regra que vivemos hoje.


E nesta ocasião perturbada, semeada de contradições, e com expectativas sobrecarregando o tempo onde se força o viés natural do contexto para atender extravagâncias oportunistas de almas que se perderam completamente em si. Mas o professor Murray Stein citando Jung explica o cenário e o interior do desequilíbrio: “A palavra “constelação” aparece com frequência nos escritos de Jung e é importante no léxico junguiano. Refere-se usualmente à criação de um momento psicologicamente carregado, um momento em que a consciência já está, ou está prestes a ficar perturbada por um complexo. “Este termo exprime simplesmente o fato de que a situação exterior desencadeia um processo psíquico que consiste na aglutinação e na atualização de determinados conteúdos. A expressão “está constelado” indica que o indivíduo adotou uma atitude preparatória e de expectativa, com base na qual reagirá de forma inteiramente definida”. E assim cá estamos nesse mundo desequilibrado propositalmente, onde sem muito esforço, iremos assim regredir em termos de civilização a ponto talvez de até comprometer futuramente o avanço tecnológico que possuímos no momento, não se pode ter expectativa dentro desse declínio metodicamente produzido para colocar grande parte da humanidade em conflito cognitivo tal que não mais entenda o mundo como ele realmente deve ser. O propósito dos inimigos da humanidade foi alcançado e quem não foi alcançado poderá em breve sofrer perseguição com a finalidade de eliminar qualquer risco ao status quo. Quando se desestrutura o processo mental, o futuro fica em risco grave de nem sequer existir. Teremos que aguardar pacientemente que a enorme complexidade da realidade e sua natureza rebelde gere, talvez, uma ocasionalidade inesperada e ousada para assim causar constrangimento na superfície desse oceano de vontades, e assim proporcione o surgimento do fato novo que venha a reorganizar mentes com relação ao que é real. E se estamos sob ordens de desequilibrados, estamos em risco constante de sofrermos algo perverso quanto a nossa integridade física ou psicológica. Hoje ser normal e enxergar a realidade como ela é se transformou em rebeldia.


E nessa rebeldia impertinente para o sistema, alimentamos nossa esperança de dias melhores. Onde nos transformamos em inesperados revolucionários que lutam por um verdadeiro amanhã, fora de todo esse turbilhão insano e abrangente que habita a alma desse ardil infame tão denso como a escuridão de uma noite sem lua. Provavelmente teremos de passar por nosso inferno, e seguindo os conselhos de Jung devemos ao passar por nosso inferno, não esquecer de prestar atenção em tudo que vamos encontrando. Porque nossos valores irão puxar-nos daquilo que somos realmente para frente e para além de nós mesmos. E citando Jung mais uma vez: “Não podes viver as duas coisas ao mesmo tempo. Por isso salva-te o caminho. Tu não podes estar ao mesmo tempo na montanha e no vale, mas teu caminho leva-te da montanha para o vale e do vale para a montanha. Muita coisa começa divertido e conduz para a escuridão. O inferno tem círculos”. E assim sendo, nós os que transitam na profundidade do vale das sombras e atingimos até a luz da montanha e preservamos as amostras da realidade poderemos talvez e somente talvez um dia quando o escuro labirinto do vale profundo causar desconforto e deixar de ser divertido para essa maioria poderemos nos transformar nos guias que preservaram a verdade e assim nos improváveis condutores para um mundo real e um futuro normal novamente.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citações: C.G. Jung. O livro vermelho Liber Novus Editora Vozes.


Murray Stein Jung o mapa da alma. Editora Cultrix.



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