sexta-feira, 5 de maio de 2023

Erro ergonômico.

 

                                                     Imagem de Brigitte Werner por Pixabay.





Erro ergonômico.



Então, estamos assim nesse desvio de conduta e procedimento afogados em estrutura comportamental fora do prumo. Onde o apelo da vontade supera a base legal constituída de certeza implementada por escolhas negociadas por representantes oficiais da vontade popular. A lei, a verdadeira lei é produto dessa construção democrática. Onde indivíduos eleitos, escolhidos por maioria representam seus eleitores, e a partir dai produzem a legislação vigente, após um bom período de ajustes e refinamento em discussões no plenário, até atingir o formato que seja aceitável como a letra da lei. A todo restante, compete apenas aplicar a lei, não existe a possibilidade numa democracia de fato de alguém ou outro poder alterar essa estrutura escrita e oficializada pelos representantes do povo, no máximo apenas fiscalizar se a letra da lei está sendo respeitada e conduzida como deve ser. Qualquer ousadia no sentido de ultrapassar estes limites deveria ser repudiada e punida com a força de quem ama a liberdade e não admite interferências nesse sistema que representa o refinamento máximo da civilização conforme conhecemos. Qualquer outro formato forçado por desejos impertinentes e ousados jogará a estrutura social na incerteza obscura de uma possibilidade perversa de convivência coletiva. Para muitos este sutil detalhe não e óbvio, margeia o sombrio campo da debilidade cognitiva presente talvez no resíduo presente em consciências emboloradas e com vontade de resgatar algo como o tradicional feudalismo, pois é isto que toda essa modernidade excêntrica apelidada de progressismo realmente é. Um poder central, como um nobre feudal que a ele tudo pertença, de terras até o povo que nela habita. Porque na verdade é o que tudo isso é. Uma substituição conveniente para uma seleta minoria que se julga especial e muito acima da normalidade desse cotidiano do cidadão comum, uma perversão bandoleira que assalta essas almas atormentadas dentro de sua rotina entediante de tudo ter e mesmo assim não se pertencer espiritualmente e psicologicamente, e assim vagar na penumbra vazia existencial que lhes consome como rotina. Ao homem comum pertence a aflição da sobrevivência, o trabalho, as contas que chegam todo mês, os impostos extorsivos, o amalgama indigesto das relações pessoais, que nem sempre contribuem pra a paz. E o que resta para esse pequeno círculo? Os especialmente muito ricos e sua linha auxiliar, os remediados com importância, que do alto de suas bancadas de comando resolvem se divertir atormentando todo esse restante que luta para sobreviver. Resta-lhes obviamente tentar construir uma nova sociedade, uma onde caiba seu próprio ego que diz sempre que são divinos.



Temos assim um erro de ergonomia psicológica, onde a estrutura mental dessa elite acabou sedimentada em devaneios elitizantes que na sua performance delirante acaba ocupando e subvertendo a realidade. Não existe mais entre eles um reconhecimento de unicidade com o restante da civilização e sua rotina, e uma vez autoexcluídos do verdadeiro mundo, o rejeitam por apresentar um dinamismo incontrolável característica principal de algo com progresso natural de desenvolvimento independente. Provavelmente seriam mais felizes se conseguissem se libertar dessa bolha elitizada, e passassem a viver uma vida normal e muito boa de acordo com sua condição social. Mas a vaidade aprisiona, subjuga seu portador, o segregando em si na companhia de sua atmosfera pessoal alucinógena. Talvez se tivessem tido acesso ao corpo filosofia perene mencionada por Aldous Huxley na sua obra de mesmo nome teriam uma interpretação melhor do mundo, são os detalhes que acabam construindo a personalidade. Huxley cita: “A Filosofia perene se preocupa, antes de mais nada, com a Realidade única, divina, substancial do mundo múltiplo das coisas, vidas e mentes. Mas a natureza dessa realidade única é tal que ela não pode ser apreendida diretamente e imediatamente, exceto por aqueles que optaram por cumprir certas condições, por via do amor, da pureza do coração e da pobreza de espírito”. Essa filosofia está nos diversos portadores dela no mundo inteiro, com seus ensinamentos sutis e muitas vezes imperceptíveis aos desatentos. Geralmente nas palavras de grandes personalidades, personalidades desconhecidas se assim podemos enquadrar e até em textos religiosos. Certamente com o empobrecimento do ensino fundamental e médio, com o enfraquecimento de laços familiares quanto a orientação dos filhos, algo de importância fundamental deixou de ser passada para essa geração que hoje nos governa, e por isso se tornou incompleta na interpretação usual da convivência humana. E assim sendo taras a respeito de totalitarismo e controle, estimulados por um banho ideológico constante que inspira ressentimentos classistas entre humanos, os dividindo em tribos específicas, temos o terreno preparado para a volta do grande senhor, proprietário de tudo e de todos. Como citei, não existe nenhuma criatividade ou inovação aqui, é apenas o resgate de um estilo de vida, se notarmos mais minuciosamente, essa figura do grande senhor que luta pelo domínio absoluto de tudo e de todos está presente até em obras de ficção futurista, onde algum débil mental sempre pretende ser esse grande senhor divino. Se eles existem na ficção, claro, vão existir no mundo real. E assim estamos nas mãos de gente que atingiu posições privilegiadas, mas incompletos para uma civilização normal, almejam uma coletividade onde o plural não existe. Pretendem ser assim os deuses de um paraíso utópico, deformado na sua essência perversa, onde, e provavelmente, se assim tiverem sucesso, vai devorá-los por sua ânsia e sede de perfeição.



Os poderosos que vivem nessa atmosfera utópica de controle finalmente possuem as ferramentas necessárias para implementar seu devaneios. Todo e qualquer caminho ficou livre com a omissão de setores supostamente reesposáveis pelo equilíbrio democrático, o principal artifício usado pelos desejosos de controle é produzir a sensação de pertencimento e proteção a todo aquele que deveria atuar contra a manobra. Incluídos artificialmente no plano, certamente serão descartados e humilhados pelo grupo predominante assim que for realmente seguro. Estamos presenciando uma democracia representativa morrer, os motivos dessa morte são muitos, desde a cobiça estrangeira em território tão rico e fértil, como na incapacidade de uma população já inapta para compreender seu lugar no momento histórico no qual vive. O desinvestimento em educação de qualidade venceu. A doutrinação ideológica e a sexualização exacerbada produziu uma geração que nem interpretar o que lê consegue. Anestesiada em pancadões sonoros onde a perversidade cultural é estimulada no seu teor medíocre não percebem a cerca em construção ao seu redor. Se transformaram em rebanho e nem se dão conta disso, acreditam que são o máximo naquele exíguo espaço intelectual que lhes resta. Início de século, fim de festa, apaguem as luzes depois de arrumar o ambiente. O espaço pertencerá agora a próxima peça teatral, aquela que conta a respeito de algum rei deus vestido de ouro e amado por todos os seus súditos que vivem unicamente pela misericórdia de seu rei. Sejam bem-vindos mais uma vez ao passado, Tiveram sorte, chegaram antes da construção da primeira pirâmide, não faltará trabalho.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.



Citação: Aldous Huxley A filosofia perene. Uma interpretação dos grandes místicos do oriente e do ocidente. Editora Globo S.A. 2020.


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