terça-feira, 29 de outubro de 2024

Ilusões no atacado e no varejo.

 

                                                             Image by Stefan from Pixabay. 




Ilusões no atacado e no varejo.




E assim cá estamos, no após eleições, dentro desse circuito viciado onde as possibilidades não são confiáveis, mas e ainda assim, a turma se dá ao trabalho de encorpar o procedimento, afinal, uma ilusão sempre amortece o efeito da realidade, gera penumbra, o artifício tem essa finalidade, ser o que não é. E não sendo o que parece possui uma única finalidade moderna, perpetuação do poder do mesmo grupo que se mantém predominante no cenário político. Não existe elite tão versátil no mundo como a nossa, eles nunca perdem. Na minha crônica Um problema entre conceitos, hoje presente no meu livro O murmúrio do tempo, eu coloquei uma citação longa de Darcy Ribeiro a respeito desse nosso problema crônico que perpetua a miséria nesse país. “é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da população” . Este é um pequeno fragmento da citação presente no livro O povo brasileiro. Essa gente, viscosa e de alma pegajosa conduz os seus próprios interesses não se importando nem um pouco com o real interesse do país. Não há pátria, apenas o grupo de interesse e seus negócios, o resto que se dane. Aceitam qualquer tipo de acordo, com qualquer um que lhes ofereça benefícios e manutenção do seu estilo de vida. Hoje se atrelaram ao Fórum Econômico Mundial, que deve regar com recursos extravagantes essa gente para que se mantenham leais, dóceis, submissos e apliquem no povo uma agenda invasiva e redutora de liberdades individuais e desrespeitosas com as tradições locais. Foi essa turma que venceu a atual eleição em praticamente todos os municípios do país. Conservadorismo? Ora, globalistas odeiam essa agenda. Preferem a submissão confortável, para eles, de todos e de tudo. Por falar em Darcy Ribeiro, vou colocar aqui mais um pouco dele, era um especialista em povo brasileiro, sim, de esquerda, porém inteligente. Vamos lá: “Nossa tipologia das classes sociais vê na cúpula dois corpos conflitantes, mas mutuamente complementares. O patronato de empresários, cujo poder vem da riqueza através da exploração econômica; e o patriarcado, cujo mando decorre do desempenho de cargos, tal como o general, o deputado, o bispo, o líder sindical e tantíssimos outros. Naturalmente, cada patrício enriquecido quer ser patrão e cada patrão aspira às glorias de um mandato que lhes dê, além de riqueza, o poder de determinar o destino alheio”. Vejam, aqui em Pindorama, qualquer pé inchado que ocasionalmente alcance relevância e poder sonha em ser um tirano que decide a vida de todo mundo, acho um cenário hoje em aplicação, não? Eu sei! Você teve aquela sensação de déjà vu desconfortável por reparar que estamos agora nessa situação. Gente assim não hesita em aproveitar a oportunidade de se tornar um Napoleão. Bom, vamos prosseguir com Darcy Ribeiro, mesmo que esse texto fique longo, se faz necessário para entender onde estamos enfiados: “Abaixo dessa cúpula ficam as classes intermediárias, feitas de pequenos oficiais, profissionais liberais, policiais, professores, o baixo clero e similares. Todos eles propensos a prestar homenagem às classes dominantes, procurando tirar disso alguma vantagem”. Ah essa tal vantagem, tão sedutora nessas terras, aqui um benefício compra sem dificuldades muita gente, e isso faz muita diferença na trajetória de desenvolvimento social. Vamos a mais informação: "Seguem-se as classes subalternas, formadas por um bolsão da aristocracia operária, que tem empregos estáveis , sobretudo os trabalhadores especializados, e por outro bolsão que é formado por pequenos proprietários, arrendatários, gerentes de grandes propriedades rurais etc.”. Esse nicho social se constitui de funcionários públicos e de estatais majoritariamente, os subalternos que pensam pertencer a uma elite, mas são o que são, subordinados do sistema. São as engrenagens da máquina, e sua importância não vai além disso embora possuam uma arrogância peculiar de quem emite flatos coloridos e perfumados. Normalmente se aliam ao sindicalismo mais troglodita de esquerda pois imaginam ser proletários, proletários com uma caminhonete Hilux cabine dupla ou similar na garagem, muitos deles. Algo está completamente disfuncional nessa turma. Então vamos prosseguir com Darcy Ribeiro: “Abaixo desses bolsões, formando a linha mais ampla do losango das classes sociais brasileiras, fica a grande massa das classes oprimidas. Dos chamados marginais, principalmente negros e mulatos, moradores de favelas e periferias das cidade. São os enxadeiros, os boias frias, os empregados na limpeza, as empregadas domésticas, as pequenas prostitutas, quase todos analfabetos e incapazes de organizar-se para reivindicar”. Aqui está majoritariamente o povo, não se enganem com avenidas cheias de automóveis, cidades com muitos prédios sofisticados, essa realidade fica oculta, não aparece, mas está presente sempre. A grande maioria vive em penúria para manter a boa vida de uma elite que já usa um discurso socializante de igualdade com a consistência vagabunda de quem a criou, só se trata de discurso.



Ação real? Zero! Ou estaríamos numa condição social maravilhosa hoje, uma vez que gente alinhada com essa doutrina, o socialismo, aparelhou todos os órgãos públicos e universidades. Deveríamos ser um paraíso na terra, mas as evidências geradas em outros países que adotam essa ideologia testemunha a respeito do fracasso administrativo que criam. Nossos socialistas de araque se amasiaram com a oligarquia para participar do banquete. Essa união imoral de sicários ideológicos com a fina flor da oligarquia de Pindorama faria um canibal Tupinambá se sentir envergonhado. Vamos a mais um pouco de Darcy Ribeiro: “Essa estrutura de classes engloba e organiza todo o povo, operando como um sistema autoperpetuado da ordem social vigente. Seu comando natural são as classes dominantes. Seus setores mais dinâmicos São as classes intermédias. Seu núcleo mais combativo, as classes subalternas. E seu componente majoritário são as classes oprimidas, só capazes de explosões catárticas ou de expressão indireta de sua revolta. Geralmente estão resignadas com seu destino, apesar da miserabilidade em que vivem e por sua incapacidade de organizar-se e enfrentar os donos do poder”. Bom aqui está o panorama desse povo brasileiro, onde pouquíssimos vivem como reis, com sua proteção realizada por seus representantes políticos no congresso e no judiciário. Para que a estrutura seja preservada eternamente para seus descendentes e famílias. Foi necessário mostrar para vocês mais um pouco de quem entendia muito bem de nossas origens, nossa particular maldição, e o motivo de permanecermos esquecidos num canto de mundo apenas produzindo insumos básicos e não tecnologia de ponta. Somos apenas um porto seguro para o mundo comprar seu sustento à custa da nossa escravidão, e onde os senhores do engenho se perpetuam na sua vida de nababos dos novos tempos. Não há a mínima preocupação com o conjunto país e sim com particularidades familiares que possam ser atendidas por toda fortuna amealhada pelo grupo. E não se enganem, a elite política de esquerda já se agregou a esse grupo tem tempo, hoje, todos bailam agarradinhos rindo e fazendo pouco-caso do povo. A fortuna é um a delicia companheiros!




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


O povo brasileiro. Darcy Ribeiro. A formação e o sentido do Brasil. Companhia das Letras Editora.



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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Salsicha genérica.

 

                                                           Image by Em Te from Pixabay.




Salsicha genérica.



Que fique para registro de uma época, vai parecer até um conto do saudoso Stanislaw Ponte Preta pseudônimo de Sérgio Porto, nossa política hoje virou algo indefinido e de corpo esguio, apenas possível ser consumido porque recebe uma roupa agradável e temperos estimulantes, sem contar a quantidade estratosférica de sódio para que resista ao apodrecimento de uma mistura tão inusitada. O ano é dois mil e vinte e quatro o mês Outubro e o local é o Brasil, primavera nesse quadrante de mundo, o recanto do malandro inzoneiro, brejeiro e versátil, que possui uma flexibilidade moral nata, se ajeita bem em qualquer circunstância. Não há o que não aceite por uma vantagem, afinal, ser esperto está estipulado no seu destino. Aqui sombra, tomba e leva pernada e dão nó em fumaça tranquilamente como uma jurisprudência rompida em algum beco imundo. É pela democracia, dirão. Com esse recato de lupanar prosseguimos na composição do conteúdo ao agrupar os ingredientes da salsicha genérica de mercado popular: item básico e indispensável, falta de vergonha na cara. Some mais um punhado de deslealdade com o próprio país, arrume um punhado de jornalistas venais, não é muito difícil de arrumar, qualquer redação hoje tem, acrescente também uma pasta de militância de aluguel, tenha a essência de um político populista, se tiver mais de um político vigarista serve, aumenta a viscosidade do conteúdo. Eles hoje se disfarçam de conservadores, bom; como Thomas Sowell definiu, conservador é quem conserva alguma coisa, qualquer coisa, então sendo assim nossos políticos são realmente conservadores, conservam o esquema. Conservam a repartição de atitudes deploráveis como um interlúdio entre as estrofes. Acrescente à massa também uma boa quantidade de oportunistas e não esqueça do estrato de influencers ambiciosos e de podcasts pilantras e interesseiros que visam apenas monetização , trafego e visibilidade para gerar dinheiro. Estamos com a pasta base quase pronta, falta apenas um pouco de lágrimas de um político mentiroso e safado, e uma boa dose de regras jurídicas violadas, essa é a parte da nossa justiça, não poderia faltar na nossa salsicha ocasional. Pronto, podem entubar, colocar na tripa de revestimento, ou seja lá o tipo de embalagem preferida, triture tudo e empurre na máquina. Ela vai fazer o que vocês mais gostam, encher linguiça. Com o produto pronto, salsicha ou linguiça sirva para o povo com bom molho e sorria para o otário. Afinal, o brasileiro pede para ser enganado, sabem, tem muito malandro e portanto, muito otário também, um depende do outro. Os malandros hoje vestem conservadorismo de direita, os otários acreditam e o jogo está feito, tudo volta ao normal nesse canto de mundo, os mesmos de sempre continuam se revezando no poder, o povo levando tiro de bandido nas ruas, o preço de tudo disparando, energia elétrica em grandes centros virou uma incerteza, crianças recebendo aulas de sexo, a saúde pública quase não existe e apesar de tudo isso o patrocinador do descalabro se elege no primeiro turno com grande maioria. Eu sei! É difícil de entender essa lógica, Não espere muita coisa de uma população débil em inteligência, a capacidade intelectual aqui não está em bom nível, e isso colabora com o império dos espertos, aqueles que colocam toda a família para viver à custa do Estado, dos impostos pagos pelo povo, e não produzem absolutamente nada de relevante. Portanto, a oligarquia recebe novos membros, se ajeita aqui e ali por manutenção do status quo que já vem desde as Capitanias hereditárias. Prosseguimos no estilo casa grande e senzala. Senhores vivem em seus palácios enquanto o povo sobrevive dentro de limites estoicos e ainda riem de tudo isso, outro efeito de limite cognitivo, rir da própria desgraça. Não há indignação, revolta ou sublevação social. O embotamento é a principal característica de populações onde o coeficiente de inteligência não tem certo nível de normalidade. Essa característica cria o perfil rebanho, muito apropriado para manejo por capatazia de grupos de animais de corte. Não há esperança no inferno disse Dante Alighieri na sua obra literária. Estamos exatamente nesse ponto, dominados subjugados e controlados completamente e nada indica uma melhoria no cenário, ao contrário a perspectiva é piorar mais ainda, pois com a certeza de que nada existe no horizonte que os deterá , foi criado o parque de diversões para o descalabro total. Algo como quem viveu os anos de Nero ou Calígula, simplesmente estar vivo pode ser uma punição.



Quando a reduzida parte de uma sociedade, aquela que ainda pensa procura associação com o erro, aceita uma parceria por sobrevivência momentânea com gente suja, está na verdade pagando uma fatura de cartão de crédito com outro cartão de crédito. Não preciso detalhar que isso dará problema. Valores morais de ética de real civilização e conduta moral são flexionadas para obter “governabilidade” e claro, sempre nessas ocasiões, dinheiro. O tal do procedimento do inferno conhecido como “a politica do possível”. Tem depoimentos públicos na internet revelando o quanto ganham senadores e deputados. É uma festa com o dinheiro público, imagine se alguém que ganhe tanto vai brigar por você? Eu já disse em outras oportunidades, ser político é o melhor emprego do mundo, uma vez dentro, ninguém quer sair nunca mais. E não vai se desgastar defendendo o que é justo e correto. Que se dane a ética, dirão: ela não paga as contas e os boletos. E isso causa o efeito absorção. As pessoas que trafegam no entorno de políticos começam assim a serem cooptados para fazer parte do esquema, afinal, necessidades financeiras todos têm. Aqueles que realmente precisam eu nem recrimino tanto, é uma questão de sobrevivência, mas tem muita gente que não precisaria participar e vai mesmo assim. Afinal, participar da “sociedade” tem suas vantagens. O problema está no futuro. Onde vai parar uma sociedade assim? Que tipo de país restará para nossos filhos e netos? Por isso se faz necessário a uma sociedade sadia conter a corrupção e privilegiar a liberdade e a democracia. Não por nós, mas por aqueles que ainda virão e encontrarão apenas destroços de uma sociedade, ou nem isso. Estas coisas nunca acabarão, são como insetos, baratas, você dedetiza mas elas sempre surgem de volta, mas o controle deve ser feito. Se você não se vermifugar uma vez por ano ao menos, provavelmente terá problemas, o corpo social também precisa de vermifugação periódica. Agora coma sua salsicha genérica recheada de antagonismo e como suas escolhas políticas diga que está gostoso, que nunca comeu tal iguaria, afinal você é versátil e se adapta a qualquer circunstância. Sem nojinho hein? Assuma suas escolhas e boa refeição.






Gerson Ferreira Filho.



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terça-feira, 22 de outubro de 2024

A soma dos contextos.

 

                                                     Image by Gordon Johnson from Pixabay.





A soma dos contextos.


Alguns acreditam que por negociação se resolve tudo, outros preferem o confronto, mas a toda circunstância se pede a ação, ou existirá construção de algo que será obstáculo e estorvo no futuro. A negligência e o descaso de hoje será base para uma realidade futura, e ela pode não ser amigável. A tendência é de não existir preocupação com isso, nosso ciclo de vida é muito curto, e muitas vezes as decisões que tomamos não irão nos atingir diretamente no agora, mas gerações futuras pagarão um pesado e caro preço pelo erro estimulado por fata de planejamento ou por ousadia irresponsável que tivemos no passado. A linha do tempo segue, mas as ações permanecem e dão cria. Funciona como o surgimento de uma barreira de corais no mar, na trajetória do tempo, minúsculos organismos vão se acumulando em algum lugar específico até que formem algo enorme e incontornável para a navegação no futuro, uma estrutura agigantada, sólida e viva do que antes parecia ser nada. Assim é o desvio, o mau procedimento, a corrupção. Se você não a controla de forma rígida, abrindo oportunidades com descaso e tolerância, chegará um tempo que ela vai dominar o ambiente de tal forma que sua embarcação não poderá mais navegar no ambiente. Você terá permitido a construção de uma fortaleza no seu perímetro de segurança, e a partir desse momento terá de conviver no desconforto e no risco da permissividade que outrora gerou conforto e satisfação momentânea para disfarçar a irresponsabilidade de alguns. Parece coisa simples, mas não é. Este estilo evasivo quanto ao enfrentamento real de todo problema está impregnado na alma da maioria dos brasileiros, que preferencialmente escolhem o caminho do menor esforço, menor desgaste e assim toleram e admitem conviver sempre com algum nível de desvio que consideram aceitável naquele momento onde ele se apresentou. Estamos de frente para o popular jeitinho brasileiro, uma flexibilidade que passou através do tempo a ser considerada algo bom, alguma coisa que azeita as relações pessoais e políticas. Um progressismo para nós já com perfil arqueológico, que surgiu muito antes das permissividades modernas. O brasileiro é pioneiro nessa construção mental, Onde tudo pode ser ajeitado confortavelmente embora possa ser repugnante e deplorável. Conviver bem com o inaceitável se trata de coisa nossa, que foi distribuída pelo mundo hoje como política global, porque massa de moldar se adapta a qualquer formato. Mas não é assim uma novidade humana, com pão e circo os romanos podiam manipular ânimos e opiniões para que assim pudessem reinar com tranquilidade interna no seu império. Se deve levar em conta que procurar equilíbrio com o que está errado, pode gerar relações inusitadas. Claro, nesse ambiente, provavelmente quase todo mundo já teve de fazer algo errado para sobreviver mais um dia. Uma Bandalha não permitida em alguma via sem retornos e acessos aceitáveis e necessários, um pagamento de arrego, pois se não o fizesse não teria prosseguimento em seu atendimento e por ai vai. Isto aqui é Brasil, a terra da caixinha, obrigado! Daquele incentivo por fora para que o procedimento, seja lá qual for assim flua no devido tempo normal, mesmo não existindo nenhuma regra que o defina como obrigação. Aqui é normal, praticamente inevitável! Some tudo isso no contexto processual da nossa realidade, mas ainda assim é possível manter uma boa compostura no restante, nas coisas mais graves e decisivas. Não se deve criar intimidade com o erro entrando em negociação equilibrada com ele. Isto gera afinidade, e afinidade é tudo na relação. Desse ponto, a estar debaixo de lençóis na cama em intenso coito com a corrupção não tem muita distância. O dinheiro passa a não ter carimbo, a procedência de algum produto não importa mais, não se faz mais questão de ver, ouvir e tomar conhecimento das performances heterodoxas em relação a lei de fato. A parcimônia com o escândalo não vai torná-lo austero, você será apenas mais um sem-vergonha. E assim sendo, para qualquer um que esteja no espectro da legalidade e viva sob bom procedimento irá concordar que os mais ousados na prática da corrupção e atividades agregadas devieram sofrer punição exemplar para que assim sirvam de parâmetro de controle sobre os estimulados a praticar crime, nada melhor do que uma boa punição para servir de incentivo reverso na vontade de quem planeja delinquir. Eu sei, os modernosos progressistas ao ler isso ficariam com os pelos eriçados, eles amam o criminoso. Onde já se viu punir um criminoso não é? Uma licenciosidade leva a outra e então, temos uma anomalia generalizada subsidiada por políticas esquizofrênicas de inclusão e controle social. Sejam bem vindos ao hospício! Mas ainda pode existir uma opção de correção, poucos muito poucos ainda raciocinam e tentam demonstrar que existe um rumo a ser seguido, mas o caminho será árduo, muito difícil, porque hoje o certo se considera errado.



Existe literatura jurídica a respeito do que fazer realmente para obter uma gradativa correção de rumo, o confisco alargado, uma metodologia para punir quem se envolve com o crime e a corrupção. Este método seria o ato jurídico de provocar uma perda quase total no patrimônio do criminoso. Fazer com que quem viveu e tirou vantagem de ilegalidades sofra com a perda de praticamente tudo que amealhou com a atividade ilegal. O livro Segurança e crime organizado cita: “A natureza jurídica que se deve dar ao confisco alargado, acompanhando a melhor doutrina e o direito comparado, é no sentido de sua natureza civil acessória à condenação criminal. A questão é complexa, porém, é salutar que seja interpretada em seu contexto civil para maior eficácia do instituto do confisco alargado,..”. Então, propostas existem o que falta é atitude e boa vontade. Não existe ausência de boas opções para que venhamos a ter um futuro melhor, mas fica evidente que os beneficiários das condições atuais não vão gostar de tais alterações na estrutura da realidade de onde essa gente tira o alimento cognitivo de sua percepção corrompida de mundo. Edmund Burke citado por Roger Scruton define: “Há um acúmulo de razão na sociedade, que questionamos ou rejeitamos por nossa conta e risco. A razão consequentemente se mostra naquilo que não racionalizamos e talvez não consigamos racionalizar – e é o que vemos em nossas tradições, incluindo as que contêm sacrifícios em seu âmago, como honra militar, a dedicação à família e a devoção aos deuses”. Eis a questão, todos acreditam ter razão e ninguém tem razão. E com isso evaporam os valores familiares, os de honra e até a crença do divino, em algo superior que zela por nós. O principal problema a ser resolvido está em fazer com que os que se beneficiam do caos entendam que no fim todos morrem, até eles. A degeneração social vai se acentuando através do tempo, e se algo não surgir para efeito de correção, os que se consideram a salvo e privilegiados hoje poderão ter uma surpresa bem desagradável no futuro. Porque o arbítrio, em algum momento pode mudar de mãos. Não são profecias de Cassandra, mas apenas a organização social que sempre está sujeita ao imponderável, por mais controlada que pareça ser. A prudência continua a ser uma boa opção para se resguardar dos revezes da vida.




Gerson Ferreira Filho.


Citação:


Segurança e crime organizado. Arthur Weintraub. Vide Editorial.


Conservadorismo, um convite à grande tradição. Roger Scruton. Record Editora.



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domingo, 20 de outubro de 2024

Ocasiões e situações de uma gestão.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Ocasiões e situações de uma gestão.




E assim amigos, vamos conversar a respeito de algumas técnicas e recursos dessa área, o gerenciamento. Um terreno cheio de armadilhas e obstáculos onde se precisa além de vocação muita técnica com respeito a relacionamento e interação social com aquilo que será seu alvo de trabalho. Pessoas, e claro, com uma diversificação de comportamento e valores enorme dentro do espectro da normalidade e de alguns anormais também. Um aviso: se faz necessário ter inteligência emocional bem desenvolvida, apenas o clássico QI elevado não servirá aqui, calculadoras científicas não se relacionam bem com emoções, elas são muito boas em apresentar resultados matemáticos, mas um fracasso absoluto no relacionamento humano. Neste campo, nessa situação, temos e devemos matizar a estrutura da realidade para obter o melhor resultado possível. Funciona como quase química, um arranjo circunstancial de soluções e propostas com flexibilidade e adequação para cada momento e suas características específicas. Os recursos aqui, vão de psicologia a filosofia, se você não conhece nada dessas áreas e deseja ser um bom gerente, eu recomendo que comece a estudar esses dois campos ligados a área comportamental. Elas dizem muito a respeito da resposta que você pode obter das pessoas e da possível moldagem que será preciso fazer no trato comportamental do alvo a ser gerenciado. Não percam o foco, estou falando aqui de gente, de pessoas e não de adestramento de animais, Embora, em muitos círculos, principalmente o militar eles usam o adestramento que se trata na verdade de uma programação psicológica para animais em seres humanos. Não são sinônimos, treinamento se distingue em clara profundidade de recursos intelectuais, adestramento é algo aplicado a irracionais para obter resposta repetitiva a um processo exaustivo de repetição comportamental. Palavras de ordem, de comando que um cachorro obedece são um exemplo de adestramento. Convencimento, introduzir uma ideia, vem do treinamento aplicado em seres humanos. Você cria um universo novo para a pessoa que o recebe, ampliando os recursos de cognição possíveis e acessíveis ao aluno. Um professor é um gerente do futuro, ao aplicar nos alunos o método de ensino, de treinamento para futuras oportunidades que a vida vai lhes proporcionar. Sim, você que dá aulas é um mestre do tempo, aquilo que for aplicado por você, se materializará, tome muito cuidado com o que ensina, isto pode retornar e te atingir. A regra é clara, avaliar o ambiente, conhecer bem todo mundo e trabalhar com as preferências e as idiossincrasias de cada um dentro do ambiente que você foi incumbido de controlar, existem diversas situações e interpretações da realidade dentro de um grupo, seu papel, se for gestor de equipe, está em tornar uniforme esse sentimento em relação a abordagem da atividade específica do grupo. Na realidade surgem paradoxos, e se faz necessário que surjam adaptações de momento para lidar com esse tipo de ocasião. O livro Competências gerenciais diz que dentro do quadrante das relações humanas eles surgem, os paradoxos: “Veremos que a ênfase excessiva em um valor específico pode resultar em desempenho insatisfatório. Por exemplo, uma das competências mais importantes de um líder é entender a si mesmo e os outros”. Seja versátil, rigidez de conceitos, inflexibilidade e autoritarismo são sinais clássicos de incompetência e isso se transmite ao grupo. Como uma indução térmica todo o grupo percebe tende a se proteger, e assim se torna refratário ao seu comando e as suas ideias. Uma liderança que perde a confiança do grupo não tem mais serventia para o propósito a que se destina. Ninguém naquele meio acreditará que as soluções e as respostas sairão de você. Liderança também se trata de distribuir participação, ouvir sugestões, colocá-las em avaliação e debate até que seja esgotada como argumento. Um gerente de verdade se integra ao grupo, passa a ser parte da massa crítica que vai enfrentar a situação proposta. Chega um momento onde logo depois de ser dada a partida da atividade, ele apenas acompanha, pontuando, caso necessário a respeito de algum desvio oportunista que possa surgir e comprometer o resultado final. Normalmente atividades mais complexas obedecem a um cronograma e o dia a dia se registra em gráfico de curvas “S”, que mostrarão se o projeto está andando de acordo com as previsões estabelecidas antecipadamente.



Eu vivi e trabalhei em ambiente altamente imprevisível quanto a resultados, e apesar de todo planejamento que se possui como antecipação, a experiência sempre conta muito nesse setor. Temos de levar em conta que se os participantes da montagem do cronograma não possuem conhecimento do ambiente onde a atividade se realizará, a possibilidade de desvios é enorme. Por exemplo: eu trabalhei em operações marítimas, e no mar tudo atrasa. Se faz necessário “engordar” os prazos de execução de cada atividade ou surpresas desagradáveis surgirão com certeza. Um mar agitado impede a aproximação de outras embarcações com material necessário para o trabalho. Um guindaste de unidade flutuante perde capacidade de içamento de carga com uma oscilação muito grande da unidade marítima. A operação portuária pode se equivocar em mandar alguma ferramenta errada, e com esse erro causar mais um atraso na operação. Insumos e produtos químicos para a atividade devem sempre vir com uma sobra, uma margem de erro, caso seja necessário algum ajuste de consumo. E claro, o comportamento humano. Eu tive de lidar com fainas onde diversas empresas trabalhavam juntas na mesma atividade, e isso de início causava um conflito de interesses. Interessante! Sempre gerava um bate boca generalizado atrasando o início da operação, eu tinha de intervir para sincronizar o cérebro da turma, e mostrar que sem esse ajuste de frequência a atividade não teria início. Eu apelidei esse período que se tornou comum em toda manobra de: “dança do acasalamento”. A gerência de terra questionou a respeito desse tempo, mas eu garanti que sim, iria assim começar, era apenas um ajuste entre equipes, onde as vaidades afloravam. No fim tudo fluía muito bem. Obtendo inclusive ganho de tempo. Como temos no livro: “A comunicação interpessoal talvez seja uma das competências mais importantes e menos compreendidas que um gerente pode ter”. Lógico, tudo vem com dedicação acima da média, um envolvimento realmente profissional, sério, onde toda abordagem deve ser analisada criteriosamente com o único objetivo, resolver o que lhe foi proposto. Foco, considere seu objetivo de vida a missão que assumiu, e permanecer vivo depende disso, exagero? Não! Sem isso o resultado não alcançará o pretendido, seja algo próximo a um Pit Bull que solta a presa apenas quando ela morrer, essa presa é o problema enfrentado. Eu sei, no Brasil, esse comportamento está muito longe do perfil profissional da maioria, aqui a malemolência e o jeitinho bem brasileiro adocicado com malandragem azeita a nossa engrenagem, e explica porque derrapamos como país já tem mais de século. O esperto prolifera, os acordos grupais tipo máfia doméstica estão em todo lugar, sempre dando oportunidade a gente de capacidade inferior em troca de pertencimento a grupos de afinidade. Essa turma dá prioridade a própria arrogância e não a seu trabalho em si, provocando com isso, baixa resposta profissional que se localiza na estrutura corporativa de muitas empresas. O cerne da improdutividade está aí. Uma coisa que causa o baixo desemprenho principalmente estatal, mas também é encontrado no setor privado. Longe dos olhos do dono, a anomalia também se instala. O que importa nesses casos é o lucro que dará boa vida a um grupo específico de espertos e malandros. Neste campo a qualidade não está concentrada no desempenho da corporação, mas no resultado positivo pessoal de uma associação para fins não republicanos. O homem, por natureza tem um lado de gerenciamento familiar corrompido que muita vezes o atrai para esses grupos. E assim deixo um ensinamento presente também no livro citado que eu já conhecia muito antes de o ler, parece que nasceu comigo, o filósofo estoico Epictetus em The golden Saying disse: “A natureza deu ao homem uma língua mas dois ouvidos para que possa ouvir o dobro do que fala”. Entre todas as habilidades associadas à boa comunicação talvez a mais importante seja a escuta”. Sempre foi meu estilo de vida que em algum momento foi escrito por alguém: observar, escutar, apreender e evoluir com tudo isso, sempre! Crianças, recomendo este livro citado, fará muito bem, será um diferencial na vida de vocês.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Competências gerenciais. A abordagem de valores concorrentes na gestão. Autores: Robert E. Quinn, Sue R. Faerman, Michael P. Thompson, Michael R. Mcgrath, David S. Bright. Editora Campus.



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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Felicidade degenerativa.

 

                                                    Image by Satyam Baranwal form Pixabay.





Felicidade degenerativa.



E assim, estamos em franco declínio da civilização, acossados por todos os lados possíveis, materiais e espirituais, no comportamento e na atitude. Não há no turbilhão um ponto pacífico, os valores fundamentais foram banidos para a instalação de vontades e desejos caprichosos que se arvoram ser a melhor forma de viver. Como esse período foi possível? Ora, está à vista de todos, fomos nós, e quando digo nós me refiro a geração apelidada de Baby boom, ou os Boomers, aquela a qual também pertenço. Mas tenho a satisfação de ter sido um dos poucos que não se entusiasmaram com a paz e resolveram lutar por algo melhor. Exatamente o que companheiros de classe, vocês ensinaram a seus filhos e netos? Em um mundo extasiado com o fim da terrível segunda grande guerra, se entregaram a maconha, ao LSD, ao chá de cogumelos alucinógenos, etc. Faça amor não faça guerra, paz e amor bicho! Permissividades sexuais e abandono do bom comportamento foi a herança que deixamos para o mundo, então, o mundo está insuportável? Ora, suporte a qualidade do que construiu, os jovens perdidos de hoje são o resultado de uma vida largada, onde a melhor orientação foi substituída para o conforto dos pais por descaso e falta de acompanhamento. Óbvio, não poderia dar certo. A base familiar solapada por novas políticas, o ensino empobrecido em substância, o mau exemplo, o comportamento incorreto abrigado com carinho por uma malha política degenerada, e tudo acontecendo aos nossos olhos. Não podemos alegar inocência. Hoje, os filhos do descaso impõem suas leis, moldam a realidade conforme suas idiossincrasias pessoais e coletivas estumadas no processo de alienação política, o mundo dessa gente não é o nosso, mas assim se fizerem um estudo que aborde a infância e a juventude dos poderosos de hoje, verão nossas digitais nas nádegas dessa gente. Claro, eu fui jovem também naqueles tempos loucos, e admito, cai em algumas armadilhas aqui e ali, inevitável, mas sobrevivi apenas com cicatrizes superficiais na minha cota de irresponsabilidade plausível. Alguns amigos de juventude não tiveram a mesma sorte e não estão mais nesse plano. O planejamento deles foi de altíssimo risco e se esbaldaram nos anos dourados. Funciona como o mercado financeiro, se você procura opções alto risco, a possibilidade de perder é bastante alta. Como eu sempre fui um investidor conservador por natureza estou ainda aqui perturbando vocês. Não se transforme em um produto bom para ser consumido por oportunidades vadias ou a demanda acaba com você. A elasticidade é alta e sempre dará um jeito de te alcançar. É possível ter prazer dentro de um controle de circunstâncias, eliminando os exageros e equilibrando o cenário para que ele te receba sem problemas. Equilíbrio, o segredo, a paz interna, e o ar que te alimenta. Como nas palavras do Upanisadas: “De onde o sol levanta e onde o sol vai se por; por certo é do alento que se levanta, e no alento se põe. Fizeram lei disso os deuses: tal hoje como amanhã. Por certo o que decidirem então é o mesmo que fazem hoje. Por isso deve-se observar tão somente um voto: inspire e expire – “que de mim não se apodere o mal da morte” Se o observar que o leve até o fim. Assim, ele ganha a união com essa divindade a habitar o mundo dela”. O controle sobre si mesmo desempenha a função de um porto de segurança e muitas vezes preserva a vida acossada por eventos diversificados, onde as ofertas do maligno esperam apenas um único e fortuito momento de temor. E assim, vamos deixar um pouco de lado as sutilezas desse tema que transcende para irmos até a aridez da realidade que criamos, velhos companheiros. Sim, volte aqui! Ou te puxo pelo rabo. Se lembra daqueles baseados que você apertava? Do momento onde você saiu para comprar cigarros e não voltou mais? Então, você construiu o ambiente no qual vive e agora reclama! Aquele filho ou filha que você deixou para trás, apesar dos percalços virou juiz. E no percurso foi submetido ou submetida a Karl Marx o que lhe garantiu uma visão esquizofrênica do mundo aliada ao trauma que você proporcionou ao não cumprir com suas obrigações. Este sujeito, que escreveu um livro famoso, O capital, tinha umas ideias muito desorganizadas, e que vários autores já refutaram completamente. Ele acreditava que era a força de trabalho do homem era o que criava valores, quando na verdade o valor é criado quando o produto que se cria gera demanda ou não. Algo que ninguém quer, que ninguém compra, não tem valor nenhum. Temos assim apenas desperdício de tempo para criar uma inutilidade. Mas para marcar o momento deixarei um ligeiro fragmento do que ele escreveu: “A água de um rio e o ar atmosférico, ainda que indispensáveis à vida, não são valores porque não contém trabalho humano”. Sendo assim, eu acredito, que o “gênio” não bebia água e nem respirava. Se são indispensáveis, possuem valor, acredito que nem ele entendeu o que disse, me pareceu com um Aiatolá que recentemente comparou as mulheres, com cabras, ovelhas vacas e mulas. O que logo me fez imaginar ele sendo parido por uma vaca.


 O mercado estipula o valor, se você produzir algo que ninguém quer, que não desperta interesse, você não tem nada. Sem demanda, sem consumo sem valoração para o produto que você investiu tempo para criar. Um padeiro cria pães, se os pães dele forem muito bons sua padaria estará cheia de clientes, caso contrário se produzir um pão de péssima qualidade, terá que descartar sua produção. Quem cria a relevância do produto, seja lá o que ele for é a procura por ele. Esse produto pode também ser uma porcaria, um lixo, e mesmo assim vender muito, pois isso se refere a característica do mercado consumidor, e suas preferências, no fim, você tem de atender o mercado, oferecer o que o público gosta. Vejam bem, eu produzo livros, como cultura não é a preferência do mercado brasileiro, eles vendem pouco, não sou o único autor com esse problema. Se eu estivesse produzindo algo como contos de perversão sexual ou letras de músicas vulgares faria muito mais sucesso na venda desses produtos. Nós da geração que chegou aqui nesse mundo logo depois do fim da segunda grande guerra demos origem com nosso descaso e arrogância a este estado de coisas. Com o coletivismo racista supostamente derrotado, fomos para Woodstock, e a partir desse ponto fornicamos sem hora para acabar, e no fim da vida, vemos o velho coletivismo racista novamente ressurgir agora apelidado de Nova Ordem Mundial, gerenciado por uma gente tão alienada como os seus precursores que usavam uniformes Hugo Boss vistosos, que despertam até hoje desejos sadomasoquistas. De certa forma, abordando o trato psicológico, o ser humano tem um tesão intrínseco por sofrer e por fazer seu semelhante também sofrer. E assim nos revezamos entre períodos de matança, tortura e apenas alguns fortuitos momentos de paz. E nesses momentos de paz, criamos novamente uma nova safra de desgraças para satisfação do nosso espírito empreendedor. Não há monotonia numa espécie que sempre procura sua própria destruição através dos métodos mais bizarros.




Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Upanisadas. Os doze textos fundamentais. Tradução de Adriano Aprigliano. Editora Mantra.


O capital Karl Marx. Extratos por Paul Lafargue. Traduzido por Abguar Bastos. Editora Veneta.



A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Ressonância sem reflexo.

 

                                                 Image by Dariusz Sankowski from Pixabay.




Ressonância sem reflexo.



É assim amigos, no cotidiano que nos sobrou para cumprir, muitas vezes e de forma inesperada o passado surge em surtos repentinos como lembranças aleatórias de um percurso devidamente cumprido conforme as circunstâncias se apresentaram. Então, assim, sem muito motivo a gente vê uma data em um filme, um detalhe fortuito, sem muito significado e em surgência abrangente os detalhes de um tempo passado se apresentam. Era apenas um filme, aleatório, de uma ocasião sem obrigações, aquilo que nos restou como entretenimento de fim de linha, sem ser específico, sem acrescentar realmente nada apenas consumo de tempo que hoje sobra pois aquele tempo onde ele não se bastava já passou. Em uma serie policial, gosto delas, com o velho ator Tom Selleck, ao abrir um documento, o detetive, notei a data no ano 2006. Um ano profícuo para mim, no qual estava no auge da atividade profissional, com todo estresse possível das responsabilidades e o dinamismo das intensas cobranças que se apresentavam a todo momento sem nenhuma parcimônia, A atividade requeria respostas certas e não admitia erro. Nesse turbilhão aprendi a suportar e resolver as diversas idiossincrasias grupais e particulares de diversos elementos de interação necessária para fazer a estrutura funcionar, e isto não se limitava apenas ao trato profissional, mas ao domestico também, pois nos períodos de folga existia a eterna discussão da relação em casa. Não! Nunca existiu alivio ou atenuação, nem nos momentos onde eles deveriam obrigatoriamente existir. Fazer exatamente o quê meu amigo? Agradeço aos meus pais e a meu tio, irmão mais velho de minha mãe terem me presenteado com muitos jogos de enigmas e quebra cabeças, me tornei muito bom em resolver problemas. O caminho foi tempestuoso, e confesso, apenas sobrevivi por amar o que é complicado. Minha natureza, não posso ver um problema que mergulho nele, acredito que até por isso esse tal de destino me direcionou para tanta dificuldade, afinal, era disso que eu precisava, era para isso que fui preparado. Hoje, eu me recordo de toda essa jornada e me sinto gratificado, não enlouqueci e resolvi grande parte de todo pacote que me deram como destino. Apenas uma data, trouxe tanta lembrança que em contrafluxo a tudo isso surgiu um ponta de saudade, como se fosse coerente sentir fata de tal profusão de desassossego. Mas é assim, sempre fui complicado, diferente, quieto e observador, onde meu sarcasmo peculiar invadia as tripas do inesperado apenas para que sofresse com cólicas por ousar flertar comigo. Declaro, nunca fui uma pessoa fácil. E assim a vida vai, vem, volta, avança até aqui com algumas ameaças de rompimento da relação, afinal, a saúde sofre assédio dos compromissos e de toda circunstância onde foi necessário processar o amargor das decepções. Essas sim, corrosivas, e por mais versátil que se possa ser, elas agridem profundamente a estrutura da alma e furtivamente cria rastros na base material e psicológica. Hoje, não sofro mais com isso, apenas existe um eco impertinente desses eventos, e cada personagem que me atingiu, que tenha o retorno conforme as leis da física. Não há necessidade de preocupação, vivi o suficiente para ter a comprovação de algo óbvio, quem planta, colhe. Sendo assim, hoje me volto para o propósito de divulgar cultura, de conseguir de alguma forma, distribuir conhecimento que amealhei através do tempo, para os necessitados nesse campo. Chega a ser uma obra de caridade nesse cenário atual de penúria intelectual. Mas não pensem que é fácil, estou nesse ramo já tem alguns anos, utilizando para divulgação principalmente as redes sociais, esse meio de comunicação dinâmico, onde a informação deveria realmente circular sem impedimentos. Adotei um procedimento mais literário, porém, com informação inserida, em textos não tão longos que se tornem enfadonhos, pois sei da dificuldade no campo da alfabetização. Parece banal mas não é, a preguiça em ler do povo dessa terra está na total ausência da leitura na infância e juventude. O exercício mental nessa área se torna primordial para que todo restante se construa como realidade no futuro, profissionais que realmente entendam o que fazer e o que estão lendo, saibam o real significado do que está escrito. Sem isso, hoje se pode até adquirir um diploma de curso superior, graças as facilidades criadas para gerar uma massa supostamente qualificada, mas de sofrível formação. E portanto, crio minha contribuição para divulgar através de textos relativamente curtos os grandes autores do conservadorismo, na economia, política, filosofia, psicologia e comportamento de forma geral.



Não pensem que é fácil! Não na construção do trabalho, tenho uma enorme facilidade de criar textos, basta me apresentar um tema aleatório que produzo o cenário apropriado para abrigar a ideia apresentada, sem problemas. A real dificuldade está em tornar o trabalho visível para o alvo consumidor. Não há nenhuma colaboração nesse quesito fundamental, não existe real interesse dos “conservadores” ou aqueles que se declaram assim, em auxiliar na divulgação de um trabalho de base na área cultural. Não sou ligado a nenhuma frente politica ativa, e nem desejo ser, a não ser se ela for realmente conservadora. Tiver valores consolidados de ética e de procedimento comportamental e não isso que se vê por aí, o conservador do Centrão, aquele que aceita acordos com gente suja, e diz que não existe alternativa. Aquela gente do “a política do possível” onde ajustes abomináveis são aceitos em nome de uma governabilidade de pilantras. Hoje, como já citei em outro texto recente, se comemora a derrota, pois uma vitória do Centrão jamais será uma vitória do conservadorismo, e sim do fisiológico enganador e trapaceiro. Não adianta se travestirem de santos as unhas fendidas não se adaptam a sapatos para esconder a origem. Então, é uma provável causa do descaso, da ausência de repasse do meu trabalho nas redes, apenas alguns poucos amigos o fazem e agradeço. Os nomes relevantes do jornalismo supostamente conservador e dos que possuem destaque na mídia como influenciadores não me repassam e nem ajudam no meu trabalho. Se comportam como se eu não existisse, nem mensagens deles, na qual comento me respondem, ou o que produzo é extremamente ruim ou não concordam com o conteúdo. Bom, eu produzo meus livros, por enquanto ainda tenho essa capacidade, não dependo de patrocínio, e vou persistir na luta de oferecer o que me é possível, cultura fora da anomalia marxista e de seus derivados, que tanto mal fizeram e ainda fazem a humanidade. Se realmente desejarem conhecer um mundo diferente, através das ideias corretas dos grandes autores, basta pegar essa amostra que ofereço a bom preço para vocês. Em todo esse trabalho produzido, estão os conceitos verdadeiros para o desenvolvimento sustentável da vida em mercado livre e com as oportunidades rotineiras desse ambiente de liberdade. Eu ofereço uma amostra de vários temas e conceitos para se assim desejarem um maior aprofundamento, basta adquirir as obras originais citadas. Enquanto isso, eu vou colocando no balcão meu trabalho, oferecendo meu tempo que hoje já não é tão grande para a posteridade, por isso não os mantenho apenas em ambiente virtual, os transformo em livros. Deixo para vocês essa facilidade cultural singela, mesmo permanecendo completamente ignorado pelos nobres da comunicação “conservadora”. Ressalto entre aspas porque realmente não sei se essa gente toda é realmente o que diz ser. Vocês sabem, que se não puderem comprar os livros, está tudo na internet no meu Blog ou em áudio no meu Telegram, eu entendo a dificuldade de muitos, um livro no Brasil não é barato, e olhe, estão a preço de custo de produção, pois se trata de um projeto social de propagação cultural. Enquanto eu tiver forças e condições para prosseguir não terá estrada sem meus passos nesse sentido. Mas isso não depende de mim, e sim do tamanho do propósito que me deram.



Gerson Ferreira Filho.


A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.

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