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De volta para o passado.
Então garotada, vamos a uma descrição do nosso Brasil do ano de 2024, nada lisonjeira, admito mas é o que tem para hoje. Se trata de um registro necessário para que no futuro se algo ou alguém restar neste cenário surreal possa avaliar esse contexto louco que hoje nos cerca. E para dar ênfase a narrativa utilizarei uma obra intelectual que apenas no título descreve nossa época: O imbecil coletivo de Olavo de carvalho. Ah, você nunca leu o Olavo, leia! Fará muito bem para seu trato intelectual o diversificando com algo realmente relevante para sua saúde mental. Nosso mundo político e seus protagonistas reorganizaram a realidade de hoje como era a algumas décadas atrás. Depois de uma suposta aventura conservadora insipiente, o poder de fato colocou muitos supostamente conservadores para trabalhar com amor dedicado a eles. Nada complicado em país onde a miséria intelectual é predominante, nossa pobreza não se encontra apenas em bens materiais, mas também e de forma acentuada ocupa a mentalidade do povo. Basta uma rápida avaliação e perguntar a algumas pessoas quantos deles leram Thomas Sowell, Mário Ferreira dos santos, Roberto Campos, Olavo de Carvalho, vejam, não estou pedindo que conheçam Corpus hermeticum de Hermes Trismegisto, mas apenas alguma coisa de bons autores que oferecem conteúdo precioso na cultura para diferenciá-la da vala comum. A sonegação cultural imposta pela esquerda solapou a capacidade de avaliação de qualidade da realidade e assim criou o cenário adequado para que se consiga implementar qualquer absurdo, não há parâmetros de julgamento. Vejam bem, hoje se perde alegando vitória, se elege o inimigo acreditando assim estar enfim elegendo alguém que o defenda. Mas na verdade tudo não passa de um arranjo muito bem costurado pelos mesmos de sempre. Hoje de posse de um ainda notório puxador de votos, que outrora representou o conservadorismo, mesmo não sendo, se consolida o poder dos caciques políticos venais e trapaceiros de sempre. A ilusão é muito bem utilizada pelos mesmos de sempre, e como já citei, a pobreza intelectual da maioria ainda festeja como vitória uma derrota estrondosa. Está tudo nas mãos deles, os de sempre, a oligarquia política a qual a esquerda malandramente se aliou, como descrevi em crônica hoje no meu livro mais recente O murmúrio do tempo onde citei Darci Ribeiro, que descrevia esse grupo responsável pela miséria do país. Vem de longe e prosseguem dominando tudo, após ingerirem esquerdistas para dar mais substância e assim incorporar os desatinos pretendidos em benefício do mesmo grupo de sempre. O domínio do povo por essa gente virou um objeto de arte, tão especializado que faz uma derrota acachapante ser comemorada como vitória, e ainda não enfiaram tudo, aguardem que mais surpresas virão, embrulhadas em proposições amanteigadas para uma invasão mais suave. Vivemos em tempos de caricaturas de amplo espectro, onde a inteligência é apenas uma suposição frágil apesar de certificada e diplomada no mercado. Olavo oferece uma descrição desse cenário: “A impostura intelectual, sombra e caricatura da atividade da inteligência existe um pouco por toda parte. A diferença é que no Brasil a caricatura tende a usurpar o lugar do modelo, a sombra adquirindo vida própria e passando a mover o corpo que a projeta. O número de farsantes e de doutores ineptos em todos os campos da atividade cultural é anormalmente grande nesse país – a ponto de adquirir um traço permanente de cultura nacional, tanto quanto a corrupção na esfera política ou a impunidade na judiciária”. E assim temos o império das abstrações supostamente intelectuais, formadas diplomadas, mas sem real conteúdo para oferecer uma gestão de situação realmente profissional e comprometida com a qualidade de vida do seu povo. Vejam, fazendo um paralelo com a fantasia, hoje o senhor dos anéis recuperou seu poder e nas próximas eleições vai consolidá-lo de vez, se é que realmente teremos eleições , mas acredito que ainda vão manter essa liturgia, afinal, existe uma necessidade de manter o recato não pode ser explícito, como cães no cio em praça pública, deve ser com comedimento e sutileza que as eleições fornecem ao regime. Afinal, o ânus pertence ao povo, ao populacho brejeiro que festeja até martelada no dedão do pé. Nosso problema real: a imbecilidade é coletiva, como o título do livro. Estaremos sempre escolhendo entre o péssimo e o muito ruim, não há possibilidade de uma saudável aventura fora desse espectro, uma busca por novos ares, tudo sempre acaba no colo do feitor do rebanho. Quem no passado disse que faria isso, está hoje na coleira e trabalha como arregimentador de apoio para o grupo que um dia disse que iria combater, virou um animal doméstico da oligarquia.
Estejam cientes, a pobreza cultural se torna terreno fértil para espertalhões. Quanto menor for a sua capacidade de avaliação por possuir um ambiente intelectual raso, mais sujeito a cair no domínio e controle dos donos da política se possui. Não há versatilidade para entender os truques que fazem a água do pote balançar. Olavo já advertia com propriedade: “A democracia longe de se identificar com o império da maioria, tem em seus fundamentos essenciais na crença que é possível a minoria ter razão contra a maioria”. Bom, quem conhece um pouco e Platão sabe, ele não tinha nada de democrático como se entende democracia hoje. Não só ele, mas aqueles filósofos desejavam era um governo de gente considerada especial, ou seja, eles, a nata intelectual daquele tempo. O povo, a gentalha que se dane, se submeta aos desígnios dos especiais. Lembrando também que na época apenas os relevantes votavam, comerciantes, nobres, proprietários de terras, artesãos altamente qualificados, militares e o restante apenas obedecia. Mulheres, trabalhadores simplesmente braçais, escravos não participavam. É mais ou menos isso que será implementado novamente segundo o que a agenda 2030 globalista criará. Um mundo de governo único, onde toda a regra devida será cuidadosamente seguida pelos agentes desse governo central. Você não terá nada e será feliz, como se felicidade pudesse ser definida por outros, e não por você. Uma coisa tão particular apenas prospera em total liberdade de escolha, já conheci gente totalmente feliz com apenas um móvel dentro de casa, um rádio para escutar notícias e música, uma rede, um café com aipim pela manhã e um peixe bem frito pescado no riacho no almoço. Lamento, para mim seria o inferno, nasci pobre com gostos e prazeres mais complexos e elevados. O que levou a me capacitar para uma vida de melhor qualidade, ambição, desejo por melhoria de vida impulsiona e direciona o destino se é que ele existe. Como será isso em um mundo completamente, totalmente muito bem controlado e padronizado, vivendo em pombais que limitam a circulação, com alimentação padronizada a base de extrato de insetos, e com um suposto lazer estatal padronizado de acordo com o gosto de emasculados e depravados? Ainda bem crianças, que já estou no final da vida, Essas “delícias” comportamentais pertencem a vocês. Bom, agora que o Centrão se tornou preponderante no nível municipal, voltemos a fantasia, o senhor dos anéis preparará o bote para a eleição de 2026, para consolidar o cenário e apenas aguardar 2030, o curral estará cheio, de vacinados, vermifugados, adestrados, marcados e felizes da vida e crentes que são livres. Olavo citou Freud: “A projeção, já dizia o Dr Freud, é o melhor expediente para nos livrar de culpas que nossa consciência rejeita”. Para quem não sabe, projeção no sentido psicológico é um mecanismo onde o ser humano atribui a alguém ou outra coisa suas motivações, ou seja, um escape uma fuga de suas reais responsabilidades com a construção do cenário. É o que acontece no Brasil, a derrota é uma vitória, a opressão não me atinge, portanto, não existe. Quando o elemento humano passa a amar seu cativeiro a posse foi completa, até sua alma perdeu substância para o regime que a gerencia. E nada melhor para obter esse nível de subjugação do que um personagem de confiança da massa, que os conduza ao curral. Relatório de Outubro do ano de 2024, para quem puder acessar isso no futuro.
Gerson Ferreira Filho.
Citação:
O imbecil coletivo. Olavo de Carvalho Editora Record.
A maioria dessas crônicas estão em áudio no meu canal do Telegram. Que se chama também Entretanto e pode ser acessado no link abaixo. Uma abordagem mais personalizada do texto na voz do autor.
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