domingo, 20 de outubro de 2024

Ocasiões e situações de uma gestão.

 

                                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay.




Ocasiões e situações de uma gestão.




E assim amigos, vamos conversar a respeito de algumas técnicas e recursos dessa área, o gerenciamento. Um terreno cheio de armadilhas e obstáculos onde se precisa além de vocação muita técnica com respeito a relacionamento e interação social com aquilo que será seu alvo de trabalho. Pessoas, e claro, com uma diversificação de comportamento e valores enorme dentro do espectro da normalidade e de alguns anormais também. Um aviso: se faz necessário ter inteligência emocional bem desenvolvida, apenas o clássico QI elevado não servirá aqui, calculadoras científicas não se relacionam bem com emoções, elas são muito boas em apresentar resultados matemáticos, mas um fracasso absoluto no relacionamento humano. Neste campo, nessa situação, temos e devemos matizar a estrutura da realidade para obter o melhor resultado possível. Funciona como quase química, um arranjo circunstancial de soluções e propostas com flexibilidade e adequação para cada momento e suas características específicas. Os recursos aqui, vão de psicologia a filosofia, se você não conhece nada dessas áreas e deseja ser um bom gerente, eu recomendo que comece a estudar esses dois campos ligados a área comportamental. Elas dizem muito a respeito da resposta que você pode obter das pessoas e da possível moldagem que será preciso fazer no trato comportamental do alvo a ser gerenciado. Não percam o foco, estou falando aqui de gente, de pessoas e não de adestramento de animais, Embora, em muitos círculos, principalmente o militar eles usam o adestramento que se trata na verdade de uma programação psicológica para animais em seres humanos. Não são sinônimos, treinamento se distingue em clara profundidade de recursos intelectuais, adestramento é algo aplicado a irracionais para obter resposta repetitiva a um processo exaustivo de repetição comportamental. Palavras de ordem, de comando que um cachorro obedece são um exemplo de adestramento. Convencimento, introduzir uma ideia, vem do treinamento aplicado em seres humanos. Você cria um universo novo para a pessoa que o recebe, ampliando os recursos de cognição possíveis e acessíveis ao aluno. Um professor é um gerente do futuro, ao aplicar nos alunos o método de ensino, de treinamento para futuras oportunidades que a vida vai lhes proporcionar. Sim, você que dá aulas é um mestre do tempo, aquilo que for aplicado por você, se materializará, tome muito cuidado com o que ensina, isto pode retornar e te atingir. A regra é clara, avaliar o ambiente, conhecer bem todo mundo e trabalhar com as preferências e as idiossincrasias de cada um dentro do ambiente que você foi incumbido de controlar, existem diversas situações e interpretações da realidade dentro de um grupo, seu papel, se for gestor de equipe, está em tornar uniforme esse sentimento em relação a abordagem da atividade específica do grupo. Na realidade surgem paradoxos, e se faz necessário que surjam adaptações de momento para lidar com esse tipo de ocasião. O livro Competências gerenciais diz que dentro do quadrante das relações humanas eles surgem, os paradoxos: “Veremos que a ênfase excessiva em um valor específico pode resultar em desempenho insatisfatório. Por exemplo, uma das competências mais importantes de um líder é entender a si mesmo e os outros”. Seja versátil, rigidez de conceitos, inflexibilidade e autoritarismo são sinais clássicos de incompetência e isso se transmite ao grupo. Como uma indução térmica todo o grupo percebe tende a se proteger, e assim se torna refratário ao seu comando e as suas ideias. Uma liderança que perde a confiança do grupo não tem mais serventia para o propósito a que se destina. Ninguém naquele meio acreditará que as soluções e as respostas sairão de você. Liderança também se trata de distribuir participação, ouvir sugestões, colocá-las em avaliação e debate até que seja esgotada como argumento. Um gerente de verdade se integra ao grupo, passa a ser parte da massa crítica que vai enfrentar a situação proposta. Chega um momento onde logo depois de ser dada a partida da atividade, ele apenas acompanha, pontuando, caso necessário a respeito de algum desvio oportunista que possa surgir e comprometer o resultado final. Normalmente atividades mais complexas obedecem a um cronograma e o dia a dia se registra em gráfico de curvas “S”, que mostrarão se o projeto está andando de acordo com as previsões estabelecidas antecipadamente.



Eu vivi e trabalhei em ambiente altamente imprevisível quanto a resultados, e apesar de todo planejamento que se possui como antecipação, a experiência sempre conta muito nesse setor. Temos de levar em conta que se os participantes da montagem do cronograma não possuem conhecimento do ambiente onde a atividade se realizará, a possibilidade de desvios é enorme. Por exemplo: eu trabalhei em operações marítimas, e no mar tudo atrasa. Se faz necessário “engordar” os prazos de execução de cada atividade ou surpresas desagradáveis surgirão com certeza. Um mar agitado impede a aproximação de outras embarcações com material necessário para o trabalho. Um guindaste de unidade flutuante perde capacidade de içamento de carga com uma oscilação muito grande da unidade marítima. A operação portuária pode se equivocar em mandar alguma ferramenta errada, e com esse erro causar mais um atraso na operação. Insumos e produtos químicos para a atividade devem sempre vir com uma sobra, uma margem de erro, caso seja necessário algum ajuste de consumo. E claro, o comportamento humano. Eu tive de lidar com fainas onde diversas empresas trabalhavam juntas na mesma atividade, e isso de início causava um conflito de interesses. Interessante! Sempre gerava um bate boca generalizado atrasando o início da operação, eu tinha de intervir para sincronizar o cérebro da turma, e mostrar que sem esse ajuste de frequência a atividade não teria início. Eu apelidei esse período que se tornou comum em toda manobra de: “dança do acasalamento”. A gerência de terra questionou a respeito desse tempo, mas eu garanti que sim, iria assim começar, era apenas um ajuste entre equipes, onde as vaidades afloravam. No fim tudo fluía muito bem. Obtendo inclusive ganho de tempo. Como temos no livro: “A comunicação interpessoal talvez seja uma das competências mais importantes e menos compreendidas que um gerente pode ter”. Lógico, tudo vem com dedicação acima da média, um envolvimento realmente profissional, sério, onde toda abordagem deve ser analisada criteriosamente com o único objetivo, resolver o que lhe foi proposto. Foco, considere seu objetivo de vida a missão que assumiu, e permanecer vivo depende disso, exagero? Não! Sem isso o resultado não alcançará o pretendido, seja algo próximo a um Pit Bull que solta a presa apenas quando ela morrer, essa presa é o problema enfrentado. Eu sei, no Brasil, esse comportamento está muito longe do perfil profissional da maioria, aqui a malemolência e o jeitinho bem brasileiro adocicado com malandragem azeita a nossa engrenagem, e explica porque derrapamos como país já tem mais de século. O esperto prolifera, os acordos grupais tipo máfia doméstica estão em todo lugar, sempre dando oportunidade a gente de capacidade inferior em troca de pertencimento a grupos de afinidade. Essa turma dá prioridade a própria arrogância e não a seu trabalho em si, provocando com isso, baixa resposta profissional que se localiza na estrutura corporativa de muitas empresas. O cerne da improdutividade está aí. Uma coisa que causa o baixo desemprenho principalmente estatal, mas também é encontrado no setor privado. Longe dos olhos do dono, a anomalia também se instala. O que importa nesses casos é o lucro que dará boa vida a um grupo específico de espertos e malandros. Neste campo a qualidade não está concentrada no desempenho da corporação, mas no resultado positivo pessoal de uma associação para fins não republicanos. O homem, por natureza tem um lado de gerenciamento familiar corrompido que muita vezes o atrai para esses grupos. E assim deixo um ensinamento presente também no livro citado que eu já conhecia muito antes de o ler, parece que nasceu comigo, o filósofo estoico Epictetus em The golden Saying disse: “A natureza deu ao homem uma língua mas dois ouvidos para que possa ouvir o dobro do que fala”. Entre todas as habilidades associadas à boa comunicação talvez a mais importante seja a escuta”. Sempre foi meu estilo de vida que em algum momento foi escrito por alguém: observar, escutar, apreender e evoluir com tudo isso, sempre! Crianças, recomendo este livro citado, fará muito bem, será um diferencial na vida de vocês.



Gerson Ferreira Filho.



Citação:


Competências gerenciais. A abordagem de valores concorrentes na gestão. Autores: Robert E. Quinn, Sue R. Faerman, Michael P. Thompson, Michael R. Mcgrath, David S. Bright. Editora Campus.



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