terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Cérbero que te controle.

 

                                            Image by Daniela Ramirez Manosalva from Pixabay. 



 Cérbero que te controle.



Alguma coisa deu errado, por comando ou displicência deixaram as portas das profundezas abertas e o guardião não viu a fuga. E assim sendo os cadáveres espirituais tomaram conta da realidade, impondo sua rotina do abismo para o desconforto da civilização. A indignidade ultrajante caminha entre nós e tem voz de comando, Não há temor de punição para quem veio das trevas, o habitat normal deles já é a ignomínia. Então, assim sendo não tem efeito juras de punição, pragas e maldições para quem veio de tal lugar. Eles não estão se importando com consequências, então, não percam tempo com isso, vão fazer conosco o que tiverem de fazer e fim. Não é possível que prospere tantos disparates, tanta injúria com a razão. Se ultrapassa qualquer limite estabelecido por vantagem, por interesse próprio porque as regras básicas já não existem mais, ou se existem, são apenas aplicadas contra os inimigos. As tensões do viés insano reverberam agora até no exterior, para nossa vergonha. Incensado por nossa intelectualidade de bordel, o “nosso guia” conforme um jornalista famoso o apelidou no passado, quem nos representa, com uma língua vadia nos envergonha ao extremo. Enfim, provamos para o mundo que somos selvagens, porque apenas selvagens e boçais elegeriam um representante assim. Para aqueles que acreditavam que fora do Rio de Janeiro, leões e girafas passeavam em tudo que era selva, agora descobriram que somos uma tribo de trogloditas. Eles ficaram estarrecidos porque não conhecem os nossos políticos, o nosso parlamento mais parece um mercado persa, onde tudo se negocia. Onde rabos presos e currículos infames se acariciam em troca de um bom negócio ou de apoio a alguma infâmia política, não se preocupem, o povo sempre perde, não há chance de que de lá saia algo positivo para a população. Aquele político que carregou criança no colo, que prometeu aquela obra que nunca fica pronta, que jurou diminuir o imposto, que comeu pastel de carne de cachorro na feira, mentiu. Mas você que está lendo isso provavelmente gosta disso né? Confesse! Você tem político de estimação, vota em toda eleição? Ah! Que pena, perdeu seu tempo. Neste ambiente chamado Brasil, as oligarquias mandam desde sempre, e não será agora que deixariam de mandar, em acordos obscuros na penumbra oculta de gabinetes eles negociam o seu futuro e decidem que você continuará pobre, não eles, você. No intervalo vão sambar na Avenida Marques de Sapucaí, entre personalidades com ficha criminal extensa porque a socialização é necessária para a saúde mental. Sem constrangimentos, um criminoso não passa de uma pessoa com passado difícil que o levou a delinquir, nada impede a autoridade de compartilhar civilizadamente espaço com gente assim. Chega até a ser um exemplo de “evolução” de civilidade, Estado e crime pulando carnaval juntos. Coisas de Pindorama. Bom, a nova geração hoje não se importa com isso, a meta é dançar um pancadão, trepar sem limite com muita erva e pó para lucro do empresariado do ramo. Os grandes negócios do momento para ter sucesso são sexo, drogas, e falar bobagem na internet com ares de intelectualidade afetada. Gente que não sabe fritar um ovo vende curso de estratégias da política. O Coach de futilidade excêntrica fica rico aqui. Uma banalidade em Pindorama dá tesão. Numa massa intelectual depauperada, rota e esfarrapada, não há o que fazer para uma reconstrução. A base necessária para iniciar essa obra praticamente não existe, nos andrajos cognitivos da atualidade o arbítrio faz seu ninho. E terá prosperidade a não ser que algo inusitado aconteça para reorganizar a realidade. Estamos nas mãos do imponderável onde a indeterminação do peso específico da ocasião pode ocasionalmente produzir algum trafego de situações nocivas ao organismo do que nos causa tribulação. Aqui a agonia não é divina mas tem ares de comédia.


As hipóteses flutuam como as almas atormentadas na obra de Dante Alighieri: “Da tormenta o furor, nunca abatido, perpetuamente as almas torce, agita, molesta, em seus embates recrescido. Quando à borda do abismo as precipita, ais, soluços, lamentos vão rompendo. Blasfema a Deus a multidão maldita. Ouvi que estão no padecer horrendo os que aos vícios da carne se entregavam, razão aos apetites submetendo. Quais estorninhos, que ao voar se travam em densos bandos na estação já fria, em rodopio do vento, que as trazia. De pausa não, de menos dor a esperança conforto lhes não dá essa agonia”. Alguma semelhança com o cenário atual? Assim parece que essas coisas escaparam para nos atormentar. Como vingança feroz por seus próprios erros e por sua desgraça, Cérbero, falhastes e na sua obrigação de manter essa turba no eterno destino que escolheram ter. Foi proposital? Deve ter sido, merecemos, essa tormenta louca não é gratuita, sem sentido, plantamos por sessenta anos essa tragédia, nossa culpa se evidencia no desleixo com as novas gerações, com a permissividade inaceitável com ideologia incompatível com a liberdade, por não ter defenestrado qualquer operário do socialismo no passado. Os tempos mansos e agradáveis produziram monstros. Ou teremos que voltar a Dante outra vez: “Alma inocente aqui jamais transita”. Não somos inocentes e talvez apenas depois de um mea-culpa para expiar nossos erros e todo o efeito deles enfim possamos ter paz. Inevitavelmente teremos que desfrutar do produto que plantamos. E nessa penitência aguardar um deslize do sistema e de seus comandantes. Parece, apenas parece que o líder cometeu um erro, encharcado na sua arrogância de ter certeza que possui todos os mamulengos que o sustentam, foi falar besteira no exterior. Uma região onde seu controle não tem relevância, deixou escapar seu viés preconceituoso, soberbo e ignorante. Foi desastroso; e isso, como frequentemente diz uma conhecida jornalista amiga dele, pode ser bom, para nós, não para ele. Foi indecoroso e vulgar com uma dolorosa lembrança e se mostrou possuir afinidade com um regime monstruoso do passado. Se tudo isso vai abalar e desestruturar o inferno onde estamos mergulhados, não se sabe, mas foi um tranco gigantesco, como o Titanic colidindo com o iceberg. O evento pode servir para duas coisas, uma boa e outra terrível. A boa será a queda desse sistema, a horrível demostrará que o sistema é forte o suficiente para sobreviver a qualquer coisa. E assim sendo, temos que torcer para que eles resolvam de forma impensada persistir no erro e até aumentar seu efeito. Como ofendeu profundamente uma comunidade e um país com destaque e poder e que possui aliados poderosos, pode receber retaliações terríveis. A contaminação ideológica causa comportamentos suicidas, vamos esperar que esse erro tenha sido fatal. Seria irônico, alguém que chegou ao poder praticamente absoluto na conversa fiada, cair por falar demais.


Alguns ditados populares acabam se confirmando: malandro demais se atrapalha. E a recomendação Bíblica de Provérbios 16:18-19: “A soberba precede à ruína e a altivez de espírito precede à queda”. E também Provérbios 18:21: “A morte e a vida estão a mercê da língua; os que com ela se deleitam sofrerão as consequências”. Há os que acreditam e os que não, mas algo parece assim estar em ação na estrutura sólida de uma agenda de poder, na parte frágil chamada vaidade. E por sorte nossa eles não acreditam nessas coisas. Ao se excluírem voluntariamente da transcendência, não possuem um apoio filosófico de sustentação o que os leva a imprudência com a palavra e o proceder. O materialismo dialético empobrece a alma do homem. Algo que está além dessa superestrutura imaginada é o que realmente comanda as ações do homem, não há ação sem reação. A imprevisibilidade metafísica desafia sempre raciocínios elaborados para um duelo onde ela sempre vence.



Gerson Ferreira Filho.

ADM 20 – 91992 CRA – RJ.


Citações: Dante Alighieri A divina comédia.


Bíblia Sagrada Provérbios.  


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